Só quem faz cursinho entenderia.

Estava voltando pra casa e do nada ouvi um grito feliz. De um lado uma loira bundudinha (mas era aquela bunda de gordinha) e do outro uma mulata hipster.

As duas eram amigas do tempo de cursinho pré-vestibular. Não sei, nunca fiz cursinho desses, mas não é a primeira vez que vejo amizades tão fortes resistirem tão intensamente. Acho que só quem fez cursinho saiba descrever.

A conversa, claro, foi sobre o que aconteceu em tanto tempo. A loirinha tinha terminado com o namorado (falou com uma naturalidade... tenho uma amiga que terminou com o namorado e parou de frequentar lugares em comum só pra evitar que perguntassem do ex-cônjuge), tinha encontrado um amigo em comum na semana passada e tinha feito intercâmbio na Lusitânia. Já a mulata não consegui entender muito bem, já que sua voz era mais calma e entediante, ao contrário da loura gordinha que tinha uma voz aguda e um bocado irritante.

Ficaram em altas conversas enquanto voltavam. Como não queria ouvir música fiquei admirando aquela troca de ideias.

Queria saber que magia é essa que cursinhos pré-vestibular têm. Acho que talvez seja aquela momento crucial na vida de uma pessoa, onde tem que escolher o que quer seguir na vida, a pressão dos pais, a entrada na vida adulta eventualmente sejam ingredientes explosivos para que as pessoas se apeguem umas ás outras com tamanha força que acabam criando laços fortes pelo resto das vidas. Ou ao menos deveria ser assim na teoria.

Achei bacana o que tinha visto. Como não fiz cursinho, não sei o que é fazer uma amizade numa época conturbada como essa, mas fiquei feliz em ver as duas se reencontrando depois de tantos anos. Quem sabe agora elas ao menos troquem de Facebook, porque a reação da hipster ao ver a gordinha foi: "Nossa, você tá usando óculos agora?".

Pois é! Depois dizem que a depressão que é o mal do século. Daqui a pouco vai estar todo mundo vesguinho por ficar tanto tempo na frente da tela do PC.

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