Beneath the darkness.


Um lado sombrio, um lado iluminado.

Antes eu era uma pessoa que apenas obedecia. Uma pessoa que vestia apenas uma dura carapaça escura, que somente seguia ordens, por mais cruéis que elas fossem com os outros. Meramente um peão. Por isso tive que me esconder por debaixo de uma máscara.

Eu estava engolido pelas próprias trevas que eu havia criado. Era uma pessoa calada e quieta, de poucos amigos.

Foi quando eu me olhei no espelho que eu pude ver melhor.

E aí fui agraciado com a luz. Abandonei a escuridão que me abraçava, e deixei que a luz se impregnasse em mim.

Percebi que o único jeito de lutar contra as trevas seria me aliando com a luz.

O maior perigo era que, uma vez que eu havia tocado a escuridão, haveria momentos em que eu estaria no dilema de luz ou sombra. Isso foi uma vida inteira, é verdade. Mas depois de refletir muito, acho que cheguei numa conclusão.

Quanto mais eu fugia da escuridão, mais ela ficava forte. Quanto maior a luz, mais forte a sombra que ela projeta.

Entendi que a melhor opção seria abraçar essa escuridão dentro de mim, compreender que sou humano, ter compaixão comigo mesmo, expressar compaixão pelos outros para aí então ser alvo da compaixão. Não vou conseguir eliminar por completo a escuridão dentro de mim. Provavelmente ficarei oscilando pelo resto da minha existência, mas eu nasci com essa escuridão. Não é algo que eu possa eliminar.

Ao menos não ser um pêndulo tão forte. Mesmo que aja uma oscilação, que ela não seja tão radical. Manter um padrão. O caminho do meio.

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