Doppelgänger - #13 - Agatha.

E lá estava Alexei. A Desert Eagle grudada na sua cabeça, empunhada por Nezha. Ele tinha perguntas e queria respostas.

"Vamos, Alexei! Porque todas essas lembranças são familiares pra mim? Porque tudo isso parece um déja vu?", gritou Nezha.

"Nezha, acalme-se", disse Alexei, "Eu tenho todas as respostas que você precisa, mas precisamos antes libertar essa pessoa."

"Quer dizer que você sabia de tudo, seu bastardo!", disse Nezha.

"Sim, eu sabia. Mas isso era algo necessário. E outra, isso não te importa nesse momento", disse Alexei.

"Como não importa? Isso faz parte da minha identidade! Isso diz quem eu sou! Eu sei lá o que vocês do governo fizeram comigo, ou se eu já tive uma família, ou qualquer coisa do gênero!".

"Nezha, coloque essa arma pra baixo, agora!!", disse Alexei, "Você leva uma vida tranquila, e o que faz sua personalidade, o que te faz como indivíduo não são lembranças de um passado que você perdeu, e sim o que você é agora! Quem é você fora daqui apenas você define, seu hoje só é definido pelas ações que você toma no agora! Ir atrás do que você foi no passado não vai mudar nada do que aconteceu!"

"E O QUE DIABOS ACONTECEU?!", gritou Nezha.

Nezha abaixou a arma e encarou Alexei, que continuava com olhar firme pra cima dele, mesmo que ele estivesse largado no chão. Com o detonador em mãos ele enfim apertou o botão. Aquilo tudo fazia sentido, e parar uma missão justo no seu ápice seria algo muito ruim.

Ao explodir a porta de aço, ela caiu fazendo um grande estrondo no chão. Saiu de lá uma mulher loira, de olhos verdes, vestindo uma roupa de presidiário. Seu porte era elegante, e sua voz fina como veludo. Mal Nezha sabia que estava lidando com uma das maiores traficantes de arma da Europa, uma inimiga de estado, que no passado havia trabalhado no mesmo time de Arch, o falecido irmão mais velho de Al.

"Onde vocês estavam? Demoraram bastante, huh?", disse Agatha van der Rohe.

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"Agatha, pegue essa caixa!", gritou Alexei, lançando a caixa pra ela.

Dentro da caixa tinha um grande equipamento bélico. Snipers, metralhadoras, pistolas e facas. Todos com compartimentos para serem presos ao longo do corpo. Aquilo estava sendo entregues para uma das únicas mulheres que ficaram conhecidas como "exército de uma pessoa só". As ferramentas certas para a melhor pessoa possível.

"Garoto, leve Alexei conosco. Eu vou na frente abrindo caminho", disse Agatha que começou a andar. Mas antes de cruzar o corredor virou e completou: "E muito obrigada!". A partir dali muitos tiros foram sendo ouvidos. Todos os guardas foram sendo alvejados pela incrível perícia de Agatha com as armas, um atrás o outro.

Como uma mulher poderia ser tão mortífera e ao mesmo tempo tão delicada e feminina? Aquilo era complicado de afirmar. Nezha carregava Alexei, subindo as escadas, cruzando os corredores e desviando de todos os corpos que encontravam no chão. E não eram poucos. Um verdadeiro genocídio estava acontecendo naquela prisão nos Países Baixos e agora Agatha estava livre, uma verdadeira máquina mortífera que os guiou pra fora daquele inferno.

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