Samurai X - O fim de uma lenda (2014)


Esse é o terceiro (e último) volume da trilogia da adaptação ao cinema de Samurai X. Nesse eletrizante desfecho Kenshin ao fugir da fragata Purgatório de Makoto Shishio acaba se perdendo e chegando numa ilha onde seu mestre o aguarda e vai lhe ensinar a técnica suprema do estilo Hiten Mitsurugi. Somente com a força da técnica suprema Kenshin é capaz de lutar de igual a igual com Makoto Shishio e por um fim nos seus planos de derrubar o governo e conquistar o Japão!

Eu não gostei dos atores baseados em personagens reais
No filme anterior colocaram o Toshimichi Okubo, personagem que existiu na vida real, e igual ao mangá ele é morto pelo Soujirou, e pra fazer o gancho histórico, um monte de pessoas que diziam ser contra o governo Meiji reivindicam a autoria do crime, e não o Soujirou. Por um lado é legal! Mas por outro... Não tinha uns atores mais parecidos, não?


Nesse terceiro filme o Shishio manda que o Primeiro Ministro japonês da época venha falar com ele. Na época o Primeiro Ministro era o primeiro a assumir o cargo pós-Bakumatsu: Hirobumi Ito, que existiu na vida real (a foto antiga, acima). Mas olha o ator que colocam! Ele é muito bonitão, alto, forte e provavelmente um grande comedor. Não parece um tiozinho quase careca com esse cavanhaque furado. Idem o Toshimichi Okubo do filme anterior. Eles escalam uns atores muito bonitões pros papéis, quando historicamente com certeza haviam outros atores mais parecidos, cara.

Eu gostei do Seijurou Hiko
Quando eu vi ele carregando o Kenshin no final do filme anterior eu na hora fiquei boquiaberto e disse: "Cacete, é o Ryomaden!". Mas o que raios é "Ryomaden"? É uma série nipônica baseada na época dos samurais cujo protagonista é interpretado pelo mito Masaharu Fukuyama, um dos atores mais famosos do Japão atualmente, desses que é tipo igual ao Mario: salta, voa e dá piruetas (ou no caso dele, atua, dança, canta, etc).


É meio alongada a parte do treino da técnica suprema, e não tem aquela coisa técnica do nome dos golpes e coisa e tal que nem no mangá e anime (como aquela parte épica de quando o Seijurou usa o "Fulgor do Dragão de Nove Cabeças" contra o Kenshin). Aliás, o filme não tem nada dos nomes das técnicas do estilo Hiten Mitsurugi, só ouvi o Kenshin falar o nome de duas técnicas: O fulgor do impacto do dragão contra o Jin-e no final do primeiro filme, e a técnica suprema, o Ama-kakeru ryu-no-hirameki (Fulgor do dragão que voa majestosamente pelos céus) no final contra o Shishio.

Eu não gostei do Aoshi
Eu gosto tanto do Aoshi, mas no filme ele ficou tão sem graça, que vou colocar até uma foto da Misao. Ele ficou tão deslocado no filme que ele só aparece em duas cenas. Uma é uma luta contra o Kenshin logo depois dele deixar a tutela do mestre após ter conseguido a técnica suprema. E a última é na batalha final contra o Shishio, que tentaram fazer igual ao mangá, mas poxa, que sentido tem ele estar lá?


Digo, no mangá é óbvio que ele deve estar lá, mas no filme imagina o seguinte: Aoshi é um zé-mané vingativo, quase mata o Okina, luta contra o Kenshin e é derrotado por ele, descansa no Aio-ya e... Sei lá, acorda e vai na fragata do Shishio pra se juntar aos outros palhaços na batalha final como se nada tivesse acontecido. Eles cagaram no Aoshi em todas as participações dele! Uma pena.

Eu gostei das referências ao anime
Em adaptações normalmente a parte visual sempre acaba dando uma cagada. Ok, em algumas versões até dá pra se entender, como no filme dos X-Men. Onde raios o Ciclope iria vestir um macacão amarelo com fundo azul e óculos rosa? Ia ser ridículo. E no filme o Kenshin volta a usar a roupa nas suas cores clássicas. É bem legal a cena que a Megumi entrega a ele:


Parece uma coisa pequena, mas é relativamente complicado fazer essas adaptações. Por exemplo, a maquiagem do Shishio ficou ridícula, mas funciona muito bem no mangá/anime.

Eu gostei do desfecho diferente
No mangá, como eu disse sobre o filme anterior, a fragata do Shishio mal aparece e é destruída. A luta é definida na fortaleza do Shishio, nas montanhas ao redor de Quioto. Mas aqui fizeram uma coisa diferente que achei legal. Saitou bola um plano de "prender" o Kenshin e fingir uma execução pública na frente dos membros da Juppongatana.


É uma parte toda tensa, embora a gente já meio que saiba o que vai rolar. E aí é mais uma das muitas cenas de todo mundo lutando ao mesmo tempo e fica aquela bagunça na tela, mas dá pra entender que muitas víceras estão indo de um lado pro outro. Tudo isso pra atrair a fragata do Shishio para a costa para enfim irem enfrentar o chefão final. Foi uma coisa diferente que achei bacana!

Eu não gostei de cortarem a Juppongatana
Pra quem não lembra do mangá, o Juppongatana é o exército do Shishio, os "dez espadas" numa tradução literal. São todos guerreiros dele, e cada um tem uma história diferente, uma motivação e tudo é muito único. Mas no filme, eles sequer aparecem. Eles terem falas então, é um luxo (exceto o Soujirou, Houji e a Yumi). Mas no meio dos cortes dá pra ver que ao menos eles estão lá, como o Iwanbou, Henya e Kamatari (respectivamente, da esquerda pra direita, abaixo):


O Anji aparece pra lutar contra o Sanosuke enquanto o Kenshin está lutando contra o Soujirou quando ele vai pra fragata, mas nada do Duplo Extremo (Futae no Kiwami), o único golpe forte do Sano, e o deixa com o título de o mais fracote de todos, quando no mangá é o domínio dessa técnica que deixa ele no rol dos fodões. Mas sim, eu entendo que é um filme, e seria difícil encaixar eles no meio do roteiro tão curto. Mas senti falta, meu!

Eu gostei da Yumi
Pois é. É um detalhe, mas a Yumi foi muito melhor explorada no filme que no anime. Primeiro: ela nunca sai do lado do Shishio. Ela tem mais falas também, e ela aqui acho que conseguiu ser muito o papel da "primeira dama" do Shishio melhor que no anime.


Além da atriz ser gatíssima, cara! Quem a interpretou é a Maryjun Takahashi. Uma atriz com uma bela mistura de japonês, filipino e espanhol. É difícil uma pessoa misturada com sangue japonês não sair muito bonita. Fico impressionado! Mas fica aqui o registro. A Yumi do filme é mil vezes melhor que a Yumi do anime! E os carões que a atriz fazia também eram sensacionais!

Eu gostei da batalha final
A batalha final segue estritamente o roteiro original do mangá. As técnicas, o momento que cada um é derrotado e aparece, os golpes, tudinho. Ficou impecável, e toma uma grande parte do tempo total do filme. E isso é algo ótimo por si só. Mas teve uma coisa a mais que me impressionou mais ainda.


Fazer um efeito de fogo decente é complicado! E eles não apenas mandaram bem quando o Shishio morre, com o corpo em auto-combustão e dando gargalhadas estilão Vincent Price, como também do fogo que sai da espada dele durante a batalha. Ficou sensacional o efeito, muito bem feito mesmo! O departamento de efeitos visuais trabalhou muito nesse filme, e a obra final ficou excelente. Fechou com chave de ouro! ;)

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