Skyfall e o orgulho britânico.

Comer sushi no Japão e ver os moinhos na Holanda pode ser muito clichê. Mas ver James Bond na terra da rainha da Commonwealth pode ser mais clichê que tudo isso junto.

Fui assistir Skyfall aqui num cinema. Aqui as pessoas não vão "to the movies", eles vão "to the cinema". Não é preciso ser muito antenado nas coisas para saber o quão a Inglaterra está sofrendo com essa crise mundial que ainda está por aí causando problemas.

O próprio James Bond foi uma criação britânica pra recuperar um pouco o orgulho bretão, pois de um lado tinha a União Soviética e do outro os Estados Unidos. Aí acharam um simpático motorista de caminho chamado Sean Connery e lhe ofereçam emprego. E já se foram cinquenta anos de James Bond.

Já assisti todos os filmes. E nosso amigo 007 sempre foi um cara que viaja mais que o Zeca Camargo. E, ao contrário do Zeca, come muita mulher. Mesmo que Bond seja britânico dificilmente em algum filme mostra direito como palco o seu país de origem. No máximo umas coisas aqui e ali, isso até a chegada de Skyfall.

Tá, ele tem umas cenas na China e na Turquia e a belezinha da Bérénice Marlohe com suas peitcholas caídas (só eu reparei nisso? Aquele peito tá muito no umbigo pra quem tem pouco mais de trinta anos!). Mas grande parte da boa ação rola em Londres! Seja no Tube londrino, na National Gallery, na sede da MI6 ou então numa paisagem bucólica no meio da Escócia.

Acima de tudo tem uma razão política, claro. Assumir a responsabilidade de ser sede dos jogos olímpicos em tempos de crise num país que cada vez mais tem mais e mais revoltas e violência por conta do desemprego em massa que anda rolando por aí é uma coisa e tanto. Skyfall mostra Bond no seu próprio meio, pelo menos o que ele foi criado de um jeito que até então nunca foi mostrado. Vale muito a pena ver, embora que o vilão seja um psicopata clichê, tipo o Coringa do Heath Ledger.

Tá virando modinha. Não fazem vilões como o Ernest Stravo Blofeld.

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