Doppelgänger - #61 - Turn back the pendulum.
Al ainda estava sem palavras. Nunca imaginou que seu irmão fosse tão destacado assim. Sim, os maiores agentes da Inteligência são conferidos a eles uma letra, Al é “L”, Ar é “R”. Até mesmo o “n”, por exemplo, dispensa melhores explicações. Até Victoire tem também uma letra, e a letra sempre corresponde à personalidade daquele que a tem. É uma espécie de ritual que vem sendo mantido desde a nova estrutura da Inteligência, depois da Segunda Guerra Mundial.
“Você foi longe na dedução. Você interpretou exatamente o que isso significa, mas o que isso é exatamente acho que você ainda não tenha uma ideia exatamente, certo?”, disse Briegel, enquanto esquentava um pouco de papinha pro seu filho deficiente.
“Não tenho ideia. Isso parece um brasão de alguma coisa, talvez algo relacionado ao Vanitas?”, disse Al.
“E o que é Vanitas?”, perguntou Briegel.
“É uma organização criada pelo Ar. É uma organização fantasma que estava agindo por detrás de bancos para controlar a economia do mundo inteiro. É um mero grupo terrorista”, disse Al.
“De fato, esse Ar é esperto. Pessoas podem ter raiva do Estado, mas de empresas, quem seria louco de bater de frente com eles? Não existe nada de democracia no meio empresarial, é tubarão comendo tubarão. Pessoas são silenciadas, espionadas e caçadas. Qualquer pessoa que em geral levanta a mão contra empresas acaba morto misteriosamente”, disse Briegel.
“Mas e você? Tem ideia?”, disse Al.
“Pode ser que tenha a ver com Vanitas mesmo. Mas pode não ser. Infelizmente não estou mais na Inteligência, eu deixei essa vida pra cuidar do meu filho, e pela influência do meu pai posso continuar com meu nome pessoal. Eu sou muito cativa pelo governo, minha sorte é essa. Mas como eu te disse, eu tenho uma boa memória do que aconteceu antes, na época do seu irmão. Pode pegar, deixe-me ver...”, pensou Briegel, pegando seu óculos e olhando de longe uma grande estante de livros na sua sala, “...Naquela estante número 17, segunda prateleira de cima pra baixo, quinto livro da esquerda pra direita”.
Al foi, pegou o livro, e trouxe para Briegel.
“Não, não, eu estou dando de comer. Abra você. Procura o capítulo seis... Esqueci que página é, mas olha no índice”, disse Briegel.
Al folheou o livro e abriu na página. Logo abaixo do título havia um emblema, muitíssimo bem elaborado, cheio de ornamentos, colorido, e com uma coincidência: os mesmos leões daquele escudo no desenho entregue por Nataku.
“Mas que merda é essa!”, disse Al, surpreso.
“O nome disso era Chrysalis. Al, se seu irmão nunca te contou isso ele teve seus motivos. Seu irmão Arch – o ômega – acumulou muita fama e dinheiro na sua breve vida. Mas a genialidade dele ia muito além da Inteligência. Arch era também um grande idealista. A Chrysalis nada mais era do que uma organização secreta criada por ele, que foi praticamente extinta depois do seu Expurgo. Arch não era apenas o líder, mas também grande inspirador e protetor político deles”, disse Briegel.
“Meu irmão... Uma organização secreta? Mas pra quê?”, perguntou Al.
“Seu irmão mais velho não foi tão santo assim. Sei que é normal depois que as pessoas morrem, elas ‘endeusarem’ essas pessoas, como se fosse numa apoteose. Mas seu irmão criou essa organização para espalhar pelo mundo os seus ideais. Acima de tudo a maior utopia que seu irmão tinha era que todos os membros da Inteligência pudessem ser homens e mulheres livres. Ele estava farto dos agentes darem suas vidas pelo governo ou empresas e depois terem uma morte de cão, desaparecidos, sequestrados ou torturados. Como você bem sabe no mundo da Inteligência não existem leis, nem diplomacia, nem proteção. Entramos nesse mundo pois não temos nada que nos prenda nessa vida. Morremos, e jamais teremos alguém para chorar no nosso túmulo”, disse Briegel.
“Espera aí. Quer dizer que meu irmão queria criar uma organização para derrubar o sistema? E qual o tamanho disso?”, perguntou Al.
“Éramos uns doze membros só. Eu era um deles”, disse Briegel.
“O quê?!”, perguntou Al.
“Por isso que eu vejo muita similaridade, embora esse desenho que você me entregou tenha sido claramente feito à mão por alguém sem muita habilidade. Não deve ser coincidência, ainda mais se tratando do filho do Arch. Pegou os mesmos elementos do brasão do Chrysalis e criou isso. Mudou letras, deve ser diferente a coisa real mesmo, mas os elementos básicos estão aí. Talvez esse tal de Ar queira ressuscitar o maior legado do seu irmão”, disse Briegel.
“Minha nossa... Então essa é uma luta contra o meu irmão”, disse Al.
“Bom, se você interpretar dessa maneira, infelizmente é sim. Se os ideais de Ar forem os mesmos do Arch, com certeza essa organização busca proteger todos os membros da Inteligência, criando um exército de detetives que fariam justiça com as próprias mãos no mundo. Homens e mulheres livres, lutando pelo que acreditam. Isso faz muito sentido pra um garoto que em tão pouco tempo tem a economia do mundo na palma das mãos. Pensando por esse lado, faz todo o sentido ele ter e treinar um exército de agentes da Inteligência. Espionagem ainda é a maior arma que um país pode ter. Não são armas, nem territórios, menos ainda economia. Se você tem a Inteligência, você tem o poder. E se Ar conseguiu juntar esse tanto de gente pra lutar com ele, não tenho dúvidas que essa insurreição dele vai ter êxito completo”, disse Briegel.
“Mas que merda...”, disse Al.
“Você foi longe na dedução. Você interpretou exatamente o que isso significa, mas o que isso é exatamente acho que você ainda não tenha uma ideia exatamente, certo?”, disse Briegel, enquanto esquentava um pouco de papinha pro seu filho deficiente.
“Não tenho ideia. Isso parece um brasão de alguma coisa, talvez algo relacionado ao Vanitas?”, disse Al.
“E o que é Vanitas?”, perguntou Briegel.
“É uma organização criada pelo Ar. É uma organização fantasma que estava agindo por detrás de bancos para controlar a economia do mundo inteiro. É um mero grupo terrorista”, disse Al.
“De fato, esse Ar é esperto. Pessoas podem ter raiva do Estado, mas de empresas, quem seria louco de bater de frente com eles? Não existe nada de democracia no meio empresarial, é tubarão comendo tubarão. Pessoas são silenciadas, espionadas e caçadas. Qualquer pessoa que em geral levanta a mão contra empresas acaba morto misteriosamente”, disse Briegel.
“Mas e você? Tem ideia?”, disse Al.
“Pode ser que tenha a ver com Vanitas mesmo. Mas pode não ser. Infelizmente não estou mais na Inteligência, eu deixei essa vida pra cuidar do meu filho, e pela influência do meu pai posso continuar com meu nome pessoal. Eu sou muito cativa pelo governo, minha sorte é essa. Mas como eu te disse, eu tenho uma boa memória do que aconteceu antes, na época do seu irmão. Pode pegar, deixe-me ver...”, pensou Briegel, pegando seu óculos e olhando de longe uma grande estante de livros na sua sala, “...Naquela estante número 17, segunda prateleira de cima pra baixo, quinto livro da esquerda pra direita”.
Al foi, pegou o livro, e trouxe para Briegel.
“Não, não, eu estou dando de comer. Abra você. Procura o capítulo seis... Esqueci que página é, mas olha no índice”, disse Briegel.
Al folheou o livro e abriu na página. Logo abaixo do título havia um emblema, muitíssimo bem elaborado, cheio de ornamentos, colorido, e com uma coincidência: os mesmos leões daquele escudo no desenho entregue por Nataku.
“Mas que merda é essa!”, disse Al, surpreso.
“O nome disso era Chrysalis. Al, se seu irmão nunca te contou isso ele teve seus motivos. Seu irmão Arch – o ômega – acumulou muita fama e dinheiro na sua breve vida. Mas a genialidade dele ia muito além da Inteligência. Arch era também um grande idealista. A Chrysalis nada mais era do que uma organização secreta criada por ele, que foi praticamente extinta depois do seu Expurgo. Arch não era apenas o líder, mas também grande inspirador e protetor político deles”, disse Briegel.
“Meu irmão... Uma organização secreta? Mas pra quê?”, perguntou Al.
“Seu irmão mais velho não foi tão santo assim. Sei que é normal depois que as pessoas morrem, elas ‘endeusarem’ essas pessoas, como se fosse numa apoteose. Mas seu irmão criou essa organização para espalhar pelo mundo os seus ideais. Acima de tudo a maior utopia que seu irmão tinha era que todos os membros da Inteligência pudessem ser homens e mulheres livres. Ele estava farto dos agentes darem suas vidas pelo governo ou empresas e depois terem uma morte de cão, desaparecidos, sequestrados ou torturados. Como você bem sabe no mundo da Inteligência não existem leis, nem diplomacia, nem proteção. Entramos nesse mundo pois não temos nada que nos prenda nessa vida. Morremos, e jamais teremos alguém para chorar no nosso túmulo”, disse Briegel.
“Espera aí. Quer dizer que meu irmão queria criar uma organização para derrubar o sistema? E qual o tamanho disso?”, perguntou Al.
“Éramos uns doze membros só. Eu era um deles”, disse Briegel.
“O quê?!”, perguntou Al.
“Por isso que eu vejo muita similaridade, embora esse desenho que você me entregou tenha sido claramente feito à mão por alguém sem muita habilidade. Não deve ser coincidência, ainda mais se tratando do filho do Arch. Pegou os mesmos elementos do brasão do Chrysalis e criou isso. Mudou letras, deve ser diferente a coisa real mesmo, mas os elementos básicos estão aí. Talvez esse tal de Ar queira ressuscitar o maior legado do seu irmão”, disse Briegel.
“Minha nossa... Então essa é uma luta contra o meu irmão”, disse Al.
“Bom, se você interpretar dessa maneira, infelizmente é sim. Se os ideais de Ar forem os mesmos do Arch, com certeza essa organização busca proteger todos os membros da Inteligência, criando um exército de detetives que fariam justiça com as próprias mãos no mundo. Homens e mulheres livres, lutando pelo que acreditam. Isso faz muito sentido pra um garoto que em tão pouco tempo tem a economia do mundo na palma das mãos. Pensando por esse lado, faz todo o sentido ele ter e treinar um exército de agentes da Inteligência. Espionagem ainda é a maior arma que um país pode ter. Não são armas, nem territórios, menos ainda economia. Se você tem a Inteligência, você tem o poder. E se Ar conseguiu juntar esse tanto de gente pra lutar com ele, não tenho dúvidas que essa insurreição dele vai ter êxito completo”, disse Briegel.
“Mas que merda...”, disse Al.
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