Doppelgänger - #115 - Sonho e realidade.

Al desceu do carro e deu a mão pra Victoire para ajuda-la a descer também. Eles estavam na frente da Bolsa de Valores londrina, um dos muitos prédios do ponto mais seguro de Londres: o distrito do Bank. Não muito longe dali, talvez uns cinco minutos de caminhada, estava também o Banco da Inglaterra, a maior instituição financeira do Reino Unido.

“Chegamos”, disse Al pra Victoire.

“Porque você me trouxe aqui?”, perguntou Victoire.

Al olhou nos olhos de Victoire. Estava sério.

“É uma pista que tenho. Um informante me ligou, ele não se identificou, mas disse que o Ar estaria aqui, nesse exato horário. Vim aqui conferir, e enfim colocar um ponto final nessa estória toda”, disse Al.

O relógio apontava 21h55.

“É verdade isso que você disse mesmo? Você fugiria comigo?”, disse Victoire.

Al olhou pra ela e sentiu a imensa dúvida que a garota tinha. Ela ainda estava incrédula que tudo aquilo estava acontecendo. Ela se sentia tão bem! Aquilo era como se depois de tanto sofrimento com os sentimentos que ela nutria pelo Al enfim haviam chegado no coração dele. Ela só aguardava a confirmação daquilo que parecia um sonho.

“Sim, Vicky. Eu já disse que tô cansado disso. E eu não tenho muito tempo de vida pra ficar desperdiçando por aí. E se for pra ficar ao lado de alguém, gostaria que esse alguém fosse você. Se você aceitar também, claro”, disse Al.

Victoire respondeu sem pestanejar.

“Claro que eu aceito!”, ela disse, pulando de alegria.

Victoire sempre sentia que o amor transformava as pessoas. E aquele era o final feliz dela. O amor dela transformou Al, que saiu de um canalha que só queria sexo com ela para alguém realmente apaixonado – a ponto de abandonar tudo e ir junto dela, para enfim viverem juntos.

Aquilo era como se fosse o filme favorito dela: A Bela e a Fera. Ela era a Bela, a mulher que com seu sentimento puro e sincero transformou a Fera em príncipe encantado. A pessoa que suportou todas as mazelas que esse sentimento havia criado nela, todas as humilhações, todos os foras, e enfim a aceitação dela, o amor dela, havia transformado o seu Fera em príncipe. Victoire deu um pulo e abraçou Al com muita ternura. O cheiro dele era tão bom! E agora ela teria esse cheiro pelo resto da eternidade que os dois teriam juntos.

“Saia daí, Victoire”, disse uma voz masculina atrás de Victoire.

Ela continuou abraçada. Quem estaria naquela hora no Bank, andando na rua? Já era tarde, ela pensou que poderia ser coisa da cabeça dela. Continuou abraçada com Al.

“Victoire, solte ele agora, vamos logo”, disse a voz masculina novamente. O timbre era inconfundível. Era Al.

Quando Victoire se virou não acreditou no que seus olhos viram. Ofegante, como se tivesse vindo de uma maratona, estava um outro Al, com um terno e um sobretudo preto, arfando, transpirando. E na sua frente, tinha acabado de se soltar do abraço com o mesmo Al.

Era dois Al na sua frente. Pareciam sósias, nem ela sabia como diferençar. A voz idêntica, o jeito de falar, o olhar, até o perfume!

O Al que estava abraçado com Victoire estava com uma cara de espanto, enquanto o outro Al parecia saber exatamente o que estava acontecendo.

“Impossível... Quem é você?”, perguntou o Al que estava abraçado com Victoire.

“Corta essa, Ar”, disse o outro Al, acendendo um cigarro, “Se você chama isso de parecer comigo, sinto te dizer, mas você vai ter que esforçar mais. Tá uma bosta”.

O outro Al começou a tossir. De fato, a idade, artificialmente avançada, estava começando a mostrar os sinais de desgaste no corpo. Fumar um cigarro, que ele tanto apreciava, já não era mais tão fácil de fazê-lo sem dar umas tossidas junto.

“Minha nossa, o que tá acontecendo aqui?!”, disse Victoire, gritando.

“Calma, Vicky. Esse aí com certeza é um impostor. Ele quer te confundir. Fica comigo, presta atenção em mim, sim?”, disse o Al que estava abraçado, confortando Victoire, colocando-a sobre seu peito.

“Victoire, sai daí que eu tenho negócios a tratar com esse idiota. Sua parte da missão termina aqui. Vai logo!”, disse o outro Al.

Nessa hora, Victoire, em prantos, se virou para o outro Al e questionou:

“Como assim ‘parte da minha missão’? O que quer dizer com isso?”, perguntou Victoire.

“Victoire, não tinha outro jeito, eu tive que usar você como isca pra pegar o Ar. Passei uma ordem pro Neige, um código, 609C, que basicamente ele mostrava a localização dele, de propósito, é claro, de uma forma que o Ar pudesse saber onde estava. O Ar, é claro, mordeu a isca, e foi até vocês. Claro que o Neige estava pronto, e eu pensava que duas coisas poderiam ocorrer: ou ele poderia colocar a polícia no encalço de vocês dois, ou ele mesmo pessoalmente poderia tentar te raptar e eu te acharia pelo GPS no seu celular. Porém, vendo aqui, até nisso você foi imprevisível, Ar... Você se disfarçou de mim mesmo e foi lá encontrar a Victoire. Incrível”, disse o outro Al.

O Al que estava abraçado não esboçou nenhuma reação. Continuava firme, encarando o outro Al.

“Neige me alertou que o GPS no seu celular tava indicando que você estava por aqui. E claro, se você estivesse aqui, obviamente você devia estar junto do Ar também”, disse o outro Al.

Victoire caiu de joelhos no chão. Ela, que já estava lacrimejando, começou a chorar, como se seu coração estivesse despedaçado. Era lógico pra ela que o outro Al era o verdadeiro Al, pelo jeito de falar, pela frieza, e por outros quesitos. Mas ao lado dela estava o Al que estava abraçando ela com ternura, tentando dar forças pra ela, como se o Al que ela sempre idealizou estivesse ali, do lado dela. Era como se o sonho estivesse em confronto com a realidade.

“Calma, calma”, disse o Al que estava abraçado com ela, erguendo Victoire em prantos calmamente, “É tudo mentira, Vicky. Você confia em mim, não confia?”

Os olhos de Victoire se encontraram com os olhos do Al que estava abraçado com ela. E aquilo a acalmou. Eram olhos calmos, serenos, olhos de alguém que se importava com ela, que a amava. Ele a abraçou, e ela correspondeu o abraço, fechado seus olhos.

Quando ela abriu os olhos, viu na sua frente o outro Al. Sério. Compenetrado em sua missão. O outro Al fumava um cigarro, estava a uns três ou quatro metros deles, observando toda a cena. Victoire sentia os batimentos dela sincronizados com o Al que a estava abraçando. Porém, o outro Al, vendo essa cena, olhando nos olhos de Victoire, que já não estavam mais chorando, disse uma coisa que a fez desfazer o abraço no mesmo momento:

“E aí? Já acabou, Victoire?”, disse o outro Al, impaciente, vendo aquele abraço de longe e fumando seu cigarro.

Nessa hora Victoire largou o abraço que estava dando em Al e puxou sua arma, dando uns passos pra trás. Ela estava apontando alternadamente para os dois Al, tanto o que a abraçou e o outro.

“Calem a boca vocês dois!! Estou farta disso!”, disse Victoire, engatilhando a arma, “Se o verdadeiro não se apresentar eu vou é matar os dois!!”.
Al desceu do carro e deu a mão pra Victoire para ajuda-la a descer também. Eles estavam na frente da Bolsa de Valores londrina, um dos muitos prédios do ponto mais seguro de Londres: o distrito do Bank. Não muito longe dali, talvez uns cinco minutos de caminhada, estava também o Banco da Inglaterra, a maior instituição financeira do Reino Unido.

“Chegamos”, disse Al pra Victoire.

“Porque você me trouxe aqui?”, perguntou Victoire.

Al olhou nos olhos de Victoire. Estava sério.

“É uma pista que tenho. Um informante me ligou, ele não se identificou, mas disse que o Ar estaria aqui, nesse exato horário. Vim aqui conferir, e enfim colocar um ponto final nessa estória toda”, disse Al.

O relógio apontava 21h55.

“É verdade isso que você disse mesmo? Você fugiria comigo?”, disse Victoire.

Al olhou pra ela e sentiu a imensa dúvida que a garota tinha. Ela ainda estava incrédula que tudo aquilo estava acontecendo. Ela se sentia tão bem! Aquilo era como se depois de tanto sofrimento com os sentimentos que ela nutria pelo Al enfim haviam chegado no coração dele. Ela só aguardava a confirmação daquilo que parecia um sonho.

“Sim, Vicky. Eu já disse que tô cansado disso. E eu não tenho muito tempo de vida pra ficar desperdiçando por aí. E se for pra ficar ao lado de alguém, gostaria que esse alguém fosse você. Se você aceitar também, claro”, disse Al.

Victoire respondeu sem pestanejar.

“Claro que eu aceito!”, ela disse, pulando de alegria.

Victoire sempre sentia que o amor transformava as pessoas. E aquele era o final feliz dela. O amor dela transformou Al, que saiu de um canalha que só queria sexo com ela para alguém realmente apaixonado – a ponto de abandonar tudo e ir junto dela, para enfim viverem juntos. 

Aquilo era como se fosse o filme favorito dela: A Bela e a Fera. Ela era a Bela, a mulher que com seu sentimento puro e sincero transformou a Fera em príncipe encantado. A pessoa que suportou todas as mazelas que esse sentimento havia criado nela, todas as humilhações, todos os foras, e enfim a aceitação dela, o amor dela, havia transformado o seu Fera em príncipe. Victoire deu um pulo e abraçou Al com muita ternura. O cheiro dele era tão bom! E agora ela teria esse cheiro pelo resto da eternidade que os dois teriam juntos.

“Saia daí, Victoire”, disse uma voz masculina atrás de Victoire.

Ela continuou abraçada. Quem estaria naquela hora no Bank, andando na rua? Já era tarde, ela pensou que poderia ser coisa da cabeça dela. Continuou abraçada com Al.

“Victoire, solte ele agora, vamos logo”, disse a voz masculina novamente. O timbre era inconfundível. Era Al.

Quando Victoire se virou não acreditou no que seus olhos viram. Ofegante, como se tivesse vindo de uma maratona, estava um outro Al, com um terno e um sobretudo preto, arfando, transpirando. E na sua frente, tinha acabado de se soltar do abraço com o mesmo Al.

Era dois Al na sua frente. Pareciam sósias, nem ela sabia como diferençar. A voz idêntica, o jeito de falar, o olhar, até o perfume!

O Al que estava abraçado com Victoire estava com uma cara de espanto, enquanto o outro Al parecia saber exatamente o que estava acontecendo.

“Impossível... Quem é você?”, perguntou o Al que estava abraçado com Victoire.

“Corta essa, Ar”, disse o outro Al, acendendo um cigarro, “Se você chama isso de parecer comigo, sinto te dizer, mas você vai ter que esforçar mais. Tá uma bosta”.

O outro Al começou a tossir. De fato, a idade, artificialmente avançada, estava começando a mostrar os sinais de desgaste no corpo. Fumar um cigarro, que ele tanto apreciava, já não era mais tão fácil de fazê-lo sem dar umas tossidas junto.

“Minha nossa, o que tá acontecendo aqui?!”, disse Victoire, gritando.

“Calma, Vicky. Esse aí com certeza é um impostor. Ele quer te confundir. Fica comigo, presta atenção em mim, sim?”, disse o Al que estava abraçado, confortando Victoire, colocando-a sobre seu peito.

“Victoire, sai daí que eu tenho negócios a tratar com esse idiota. Sua parte da missão termina aqui. Vai logo!”, disse o outro Al.

Nessa hora, Victoire, em prantos, se virou para o outro Al e questionou:

“Como assim ‘parte da minha missão’? O que quer dizer com isso?”, perguntou Victoire.

“Victoire, não tinha outro jeito, eu tive que usar você como isca pra pegar o Ar. Passei uma ordem pro Neige, um código, 609C, que basicamente ele mostrava a localização dele, de propósito, é claro, de uma forma que o Ar pudesse saber onde estava. O Ar, é claro, mordeu a isca, e foi até vocês. Claro que o Neige estava pronto, e eu pensava que duas coisas poderiam ocorrer: ou ele poderia colocar a polícia no encalço de vocês dois, ou ele mesmo pessoalmente poderia tentar te raptar e eu te acharia pelo GPS no seu celular. Porém, vendo aqui, até nisso você foi imprevisível, Ar... Você se disfarçou de mim mesmo e foi lá encontrar a Victoire. Incrível”, disse o outro Al.

O Al que estava abraçado não esboçou nenhuma reação. Continuava firme, encarando o outro Al.

“Neige me alertou que o GPS no seu celular tava indicando que você estava por aqui. E claro, se você estivesse aqui, obviamente você devia estar junto do Ar também”, disse o outro Al.

Victoire caiu de joelhos no chão. Ela, que já estava lacrimejando, começou a chorar, como se seu coração estivesse despedaçado. Era lógico pra ela que o outro Al era o verdadeiro Al, pelo jeito de falar, pela frieza, e por outros quesitos. Mas ao lado dela estava o Al que estava abraçando ela com ternura, tentando dar forças pra ela, como se o Al que ela sempre idealizou estivesse ali, do lado dela. Era como se o sonho estivesse em confronto com a realidade.

“Calma, calma”, disse o Al que estava abraçado com ela, erguendo Victoire em prantos calmamente, “É tudo mentira, Vicky. Você confia em mim, não confia?”

Os olhos de Victoire se encontraram com os olhos do Al que estava abraçado com ela. E aquilo a acalmou. Eram olhos calmos, serenos, olhos de alguém que se importava com ela, que a amava. Ele a abraçou, e ela correspondeu o abraço, fechado seus olhos.

Quando ela abriu os olhos, viu na sua frente o outro Al. Sério. Compenetrado em sua missão. O outro Al fumava um cigarro, estava a uns três ou quatro metros deles, observando toda a cena. Victoire sentia os batimentos dela sincronizados com o Al que a estava abraçando. Porém, o outro Al, vendo essa cena, olhando nos olhos de Victoire, que já não estavam mais chorando, disse uma coisa que a fez desfazer o abraço no mesmo momento:

“E aí? Já acabou, Victoire?”, disse o outro Al, impaciente, vendo aquele abraço de longe e fumando seu cigarro.

Nessa hora Victoire largou o abraço que estava dando em Al e puxou sua arma, dando uns passos pra trás. Ela estava apontando alternadamente para os dois Al, tanto o que a abraçou e o outro.

“Calem a boca vocês dois!! Estou farta disso!”, disse Victoire, engatilhando a arma, “Se o verdadeiro não se apresentar eu vou é matar os dois!!”.

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