Esquadrão Suicida (2016)


DC parece que está vindo com tudo mesmo. Esses dias fui no cinema ir assistir, e engraçado que tinha uma fila enorme mesmo pra um dia de semana. Pelo menos em marketing o filme cumpriu sua missão. Talvez a Rotten Tomatoes tenha um contrato com a Disney, pois todos os filmes da Marvel têm boas notas dos críticos. E o público deu uma nota maior ainda pra Esquadrão Suicida (70%) do que pra Batman v Superman: A Origem da Justiça (65%).

Enfim, DC está começando nos filmes agora, e tá sendo bem melhor que as tentativas iniciais da Marvel. Como esquecer os péssimos Homem-aranha 3, Demolidor, Elektra, e Quarteto Fantástico (que apesar de ruim, eu gosto pra caramba)? E olha que a DC está indo muito melhor que a Marvel naquele comecinho, que só começou a acertar mesmo depois que fundou seus estúdios. E ainda assim volta e meia entrega filmes péssimos, como Vingadores: Era de Ultron, Incrível Hulk, Thor 1 e 2, e cagaram até no Homem de Ferro 3. Porra, Stark!

É normal. Pra acertar um pouco na vida tem que se errar muito antes.

Esquadrão Suicida mostra a tentativa do governo de montar uma força tática com os piores supervilões do mundo para enfrentar uma ameaça onde eles mesmos podem ser eliminados com um clique caso queiram agir como malvados sem seu consentimento.

Eu gostei da Amanda Waller
Se você pudesse fundir a maldade do Coringa, Lex Luthor, Flash Reverso, e do próprio satanás, duvido que conseguiria chegar na maldade que acho que Amanda Waller encarna. Eu sempre tive medo dela, pois ela não tem escrúpulos, não tem ética, e está sempre acima do bem e do mal. Viola Davis então soube criar uma Amanda Waller ainda mais fria e calculista, e absurdamente real. Sim. Essa mulher rouba toda a cena e é mais vilã que todos os vilões juntos.


Amanda Waller é um personagem recorrente. Aparece sempre nos quadrinhos, seriados e filmes dos heróis por aí. Particularmente minha favorita era a Amanda Waller das séries da DC do canal CW (interpretada pela gatinha Cynthia Addai-Robinson). Era. Ver Viola Davis dá pra ver como foi levado a outro nível e me fez ter mais medo dela ainda. Você pode até simpatizar com vilões como Coringa, ou Lex Luthor. Mas Amanda Waller é pra colocar o rabinho entre as pernas e sair correndo de medo!

Eu não gostei do vilão (ou vilã!)
Acho que num filme onde vilões são protagonistas é complicado sempre achar um vilão à altura. Tem que ser muito bom. E achei que foi o ponto mais fraco do filme. Muita gente reclamou que o Coringa do Jared Leto aparece pouco, mas eu achei que ele apareceu na medida certa, não senti mais falta dele. Mas senti falta de um vilão bacana.


Os vilões são a Magia (acima) e seu irmão Incubus, que abrem um buraco negro no meio de Midway City e transformando as pessoas em uns bichos com cara de colméia (isso é de arrepiar de bizarro). Eles são fortes e tal, mas achei que faltou eles aparecerem mais, darem mais surra nos suicidas, e enfim, serem mais vilões que os vilões protagonistas. Ficaram apenas taxados como fortões sem personalidade. Umas cenas a mais não faria mal.

Eu gostei do Coringa e da Arlequina
Quem é Margot Robbie? Ah, é aquela mina que o DiCaprio comeu em "O Lobo de Wall Street", realizando sonhos eróticos que toda menininha (hoje, quarentonas) viúva do Jack do Titanic deve ter por esse babaca até hoje. Mas sabe, a partir de hoje ela vai ser conhecida como a Arlequina. E virar talvez um mito tão grande quanto o de Heath Ledger com seu Coringa. Recriou o personagem com uma maestria impecável.


Muita gente tava com medo dela ser apenas mais um pedaço de carne. Mas não! Ao contrário do Will Smith que começa o filme bem e termina muito mal, a Arlequina mantém as atenções do começo ao fim, com seus comentários engraçadíssimos, sua força fora do comum (sim, ela é boa na porrada!), e sua paixão pelo Coringa. Isso é o mais legal. Dois psicopatas juntos.

Pra não ficar uma relação muito abusiva do Coringa (mas plenamente consentida pela Arlequina), colocaram cenas que os dois se dão mal juntos. Como uma cena em que o Coringa diz pra Arlequina se ela viveria por ele mesmo depois de se jogar num tanque da Ace Chemicals, e ela diz que sim e se joga sem hesitar, seguindo depois pelo Coringa que se joga e os dois se beijam no meio de líquidos tóxicos. Chupa essa, DiCaprio.

Eu gostei dos ganchos com o universo DC
O filme não é algo solto no espaço sem cronologia dentro dos filmes da DC. Uma coisa que me espantou muito é que ele está inserido como uma continuação de "Batman v. Superman". Afinal, porque raios a ARGUS teria que ir atrás de vilões se tem um kriptoniano que usa cueca vermelha por cima da roupa aí pra surrar qualquer vilão? Porque ele morreu, oras, no final de "Batman v. Superman".


O Ben Affleck e até o Grant Gustin Ezra Miller aparecem nos seus papéis de Batman e Flash, respectivamente. Com direito a Batmóvel e tudo (acima). E no final tem até uma cena onde o Bruce Wayne recebe da Amanda Waller papéis com informações sobre onde estão os outros membros da Liga da Justiça. Logo, é bem possível que o Coringa do Leto apareça ainda mais em outros filmes do futuro, junto dos outros vilões apresentados. Se prepara, Liga da Justiça! Vocês vão ter trabalho!

Eu não gostei da ética dos vilões
Vilões tem coração? Não sei, haha. Mas sei lá, a minha concepção de "Esquadrão Suicida" é que eles só trabalham como bonzinhos pois existe uma ameaça real de morte. Desde que a DC criou isso existe um elemento primordial que é a microbomba no cérebro que pode matá-los a qualquer momento. E o bacana do Esquadrão Suicida é isso: eles sabem que têm que trabalhar para o bem, mas eles ao mesmo tempo querem se dar bem também e escapar disso e aproveitar a liberdade. Pois é a única chance que eles têm.


Afinal, eles são vilões, ora bolas. Por exemplo, o Floyd Lawton, aka Pistoleiro, o Will Smith fez ele muito bonzinho, como sendo um papai que tem saudades da filha, quando minha visão do Pistoleiro é um cara completamente sem escrúpulos, que matou a própria esposa e que acredita em sua própria justiça.

No final das contas o Rick Flag destrói o controle remoto das bombas cerebrais deles e eles resolvem fazer o bem mesmo assim. Fuck! Isso cagou tudo!

Onde estão as ameaças, o medo deles traírem quem os estão controlando, o constante medo de perderem suas vidas e a adrenalina disso tudo? Que moral o Pistoleiro vai ter nos próximos filmes quando o Batman for atrás dele? Enfim, sei que teve quem gostou, mas eu detestei isso. Vilões são legais pela maldade. Se eu quisesse um herói, eu iria atrás do Chapolin Colorado...

E o Coringa do Leto?
Ouvi falar de gente até que queria pedir o dinheiro do ingresso de volta pra Warner por "propaganda enganosa", pois está colocado no poster o nome do Jared Leto (Coringa) e ele, de acordo com essas pessoas, não aparecia muito. Bom, o Mark Hamill tá lá bem grande no poster do Star Wars VII e ele só aparece no final e por uns trinta segundos. Mas o Coringa, como eu disse acima, não senti que ele apareceu pouco não. Ele não faz parte do Esquadrão Suicida, e está lá mais mesmo pra causar o bom e velho caos. E isso ele faz muito bem nas cenas que aparece.


Li por aí que o Leto fez um trabalho muito similar ao Ledger pra interpretar o comedor da tia do bátima. Espero que ele não se mate depois, haha. Mas brincadeiras à parte, foi uma ótima interpretação e ótimo conceito de Coringa também. Talvez seja um dos mais próximos dos quadrinhos com um toque a mais, como as tatuagens e o sorriso metálico. Mas como o filme era do Esquadrão Suicida, ele não apareceu tanto quanto a Arlequina ou o Pistoleiro. Mas quando apareceu foi bom sim, e me deixa mais tranquilo saber que o maior vilão do Batman está em boas mãos.

E aquela risada? Puxa, o cara mandou bem mesmo!

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