Diários Nipônicos - #7
Dia puxado!
Logo pela manhã fizemos a oração e mais ou menos às 8h30
saímos para ir ao estacionamento onde o ônibus nos esperava. Fomos com Nico, o
médium italiano que já foi no Brasil.
Pegamos um ônibus pra Yamanashi e paramos no meio do caminho
num restaurante na estrada pra comprar um Starbucks, mas eu gostei mesmo de
apreciar a paisagem! Era lindo, parecia aquelas pinturas japonesas tradicionais
com montanhas verdes, cheias de árvores, e neblina.
O difícil mesmo está sendo pra memorizar os nomes. Na noite
do dia 2 fiquei conversando até tarde com Boris, de Taiwan. Ele me disse das
particularidades que tem chineses da China, de Taiwan e Hong Kong. E também me
deu um panorama geral de toda essa crise que tá rolando lá por aqueles lados.
Ele veio com uma menina de Taiwan também, chamada Kimi, que
logo no primeiro dia fiz amizade. Aliás todos já me conhecem pelo apelido de
“abunai”, e é difícil nomear alguém chato ou algo do gênero. Tem umas pessoas
que aparentam ser mais difíceis de lidar, mas são essas que eu prefiro me
aproximar pra conhecer mesmo, mesmo que nossos gênios não tenham se dado em um
primeiro momento.
Chegamos em Yamanashi e visitamos o templo anexo de
Shinchoji. Fomos almoçar e recebemos sesshin. Eu chorei igual criancinha. O
sesshin dizia que esse era o momento de eu mostrar minha determinação e seguir
em frente pela Keishu-sama. Disse também que todos no Brasil estavam torcendo
por mim e quando voltasse eu deveria dividir essa experiência com eles. Por isso
mesmo estou escrevendo isso! Bateu uma saudade inexplicável na hora. Estamos
separados fisicamente por alguns quilômetros, mas no fundo estamos todos
juntos.
E aí começamos o treinamento. Primeiro como manusear o
shakujô, o bastão budista. Depois a posição e como andar. Depois começamos os
ensaios individuais. Fiquei com o Naohiro, um cara muitíssimo gente boa que foi
super paciente comigo e sabia como estimular a ficar ainda melhor. Eu, que
nunca tinha manuseado isso na vida, dei o meu melhor.
Suei pra caramba. Mas valeu a pena, agora estou bem mais
seguro e os próximos dias serão para melhorar ainda mais a performance.
Fomos jantar e eu, já exausto, encarei uma Hot Spring,
aqueles locais de banho de termas. Que delícia! Quentinho, relaxante, tá até mesmo
difícil de ficar escrevendo aqui sem cair no sono. Foi demais! E amanhã será o
segundo dia. O que será que me espera?
Veremos.
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