Diários Nipônicos - #9
Outro dia bem puxado.
Pela manhã tomamos café e fomos pros ensaios. Logo enquanto
tomávamos café deu pra ver pela grande janela que tinha o Monte Fuji com as
nuvens do topo desaparecendo. Provavelmente isso aconteceu porque a Keishu-sama
estava em Yamanashi já pros ensaios do Saito Homa.
Pegamos o micro-ônibus até o templo do lago Kawaguchi e
ficamos ensaiando, mas sem o robe dessa vez. Focamos principalmente na forma de
entrar e na forma de sair. Fomos almoçar e depois na volta tivemos uma “folga”.
Ficamos assistindo o ensaio dos japoneses.
Fiquei surpreso em saber que todos estavam treinando há
semanas. Por isso tudo saiu tão natural e não precisou da força e da paciência
da equipe que organiza os eventos na Shinnyo-en.
Assistimos os dois ensaios, deu pra gente se sentir bem
próximo. E uma hora a própria Keishu-sama apareceu e ficou um tempinho
conversando com as pessoas que estavam fazendo gohoshi (e que eram quase umas
300 pessoas). Depois recebemos o aviso: Keishu-sama está vindo, vamos
recebe-la.
Como é encontrar com a Keishu-sama? Difícil de colocar em
palavras. Acho que de início ela é uma pessoa pequena, mas ela tem algo
grandioso nela que é difícil de explicar. E ao mesmo tempo é muito simples.
Quando vimos que ela iria entrar todos nós olhamos pra trás
e nos demos conta que era realmente ela. E ela existe!
Ela nos deu palavras de encorajamento, dizendo que éramos
pra nós darmos o máximo de nós pelo nosso país e ser uma ponte do ensinamento
entre eles e Oyasono. E também que os ryodoji-sama e os sooya-sama estariam
sempre conosco juntos, nos apoiando e nos protegendo.
Meus olhos, por mais que estariam olhando pra Keishu-sama
ficaram marejados de tantas lágrimas que brotaram ao vê-la. Realmente ela é
muito especial. E então tão rápido ela chegou, ela se foi. Com toda sua
delicadeza e humildade. Ela continuou o ensaio com os japoneses e correu tudo
bem. Depois fomos colocar nossos sapatos especiais e depois voltar pro
treinamento noturno. Mas tudo correu bem no geral. Eles são bastante
perfeccionistas, focam nos detalhes, e ás vezes a gente fica um pouco nervoso.
Mas tudo vai correr bem, não tenho dúvida.
Como no nosso time tem vários reinoshas é interessante
conversar com eles. Um que eu gostei bastante é o Ernnie, do Havaí. Ele é muito
engraçado e passa o ensainamento pra gente de uma maneira tão suave que a gente
nem percebe que está praticando. Uma grande pessoa iluminada que também se
emocionou comigo quando nos demos conta da importância e a gratidão que devemos
sentir por participar do Saito Homa no centenário da fonte espiritual
Shojushin-in-sama.
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