Doppelgänger - #7 - Алексей Санкт-Клэр.

O túnel caía dentro de um depósito dentro do presídio. Munido de alguns equipamentos, Nezha entrou. No mapa eletrônico que ele tinha, ele deveria passar por dois grandes corredores. Naquele momento ele estava num pequeno depósito de materiais de limpeza. O cheiro era bom, mas ficar parado ali ia valer nada.

"Não se esqueça que você não deve de maneira alguma ser visto. Vou averiguar quem são as pessoas que entraram. Encontre o nosso contato imediatamente!", disse Rockefeller via rádio.

Nezha foi abrindo a porta lentamente. O clima dentro de um presídio de segurança máxima não é o dos melhores. Além do fato de ter os mais perigosos presidiários do país lá, ainda é um lugar extremamente seguro, muito bem policiado e com diversas câmeras de vigilância. Mas Nezha estava lá para uma missão, e devia completá-la. Ao terminar de abrir ele passou pela porta, viu que estava justamente embaixo de uma das muitas câmeras de vigilância.

Mas ela, estranhamente, não estava funcionando.

Não havia ninguém. E as câmeras pareciam desligadas.

De início Nezha se assustou. Mas continuou prosseguindo no corredor, virando à esquerda e encontrando uma grande porta. No topo via-se escrito "REFTER" em letras garrafais. Abriu a porta sorrateiramente e se deparou com um refeitório completamente vazio.

Foi andando lentamente e pegou sua pistola com silenciador. Apenas por via das dúvidas. Foi ao passar do lado de uma mesa que viu algo que o aterrorizou.

Um homem alto e forte agachado de costas. Ele parecia fazer algo no chão, pois um líquido vermelho estava emergindo dali. Ele parecia sussurrar uma música em francês...

"Quelques fois je dis des mots bizarres
Quelques fois je parle trop
Et tu me regardes et mon coeur tombe à l'eau

Quelques fois je ris à contretemps
Tu n'y comprends rien du tout
Et tu me regardes étonné tout à coup"

Ao se aproximar Nezha foi tomado por um enjoo. O homem estava com uma faca, desfigurando o rosto de um dos guardas da prisão, cantando baixinho essa música romântica.

Seu estômago embrulhou ao ver a cena. Mesmo sendo um agente de alta patente, não pode suportar ver aquela cena. O homem que estripava a pessoa ouviu o barulho dos passos de Nezha recuando, e virou a cabeça.

Ele vestia uma imensa máscara de palhaço sorridente. Continha algumas gotas de sangue espirrado. Portava uma faca de cozinha. Somente algo poderia ser concluído vendo aquela cena: aquele cara era um grande lunático.

Do nada uma granada de fumaça apareceu no local, explodindo. O gigante com a máscara entrou na fumaça, mas saiu do outro lado sem encontrar ninguém, e ficou confuso.

Já saindo do refeitório, Nezha estava sendo puxado por um homem grande, cabelos pretos grisalhos, barba por fazer, olhos pretos e pele branca levemente bronzeada. Devia ter pouco menos de um metro e noventa, e vestia o traje policial igual aos outros guardas.

"Você está bem, garoto?", perguntou o homem.

Nezha estava em choque. Só aquela visão de ver todos os orifícios, o crânio coberto de sangue, os olhos soltando a gosma branca e toda a carne mostrada já era algo horrível por si mesmo. O homem continuava a balançá-lo, tentando fazê-lo voltar a si. Depois de um tempo Nezha enfim voltou, e olhou atentamente para o homem na sua frente.

"Meu nome é Al... Alexei. Alexei Sankt-Kler. Pode me chamar só de Alexei. Sou o seu contato aqui, sou um agente duplo disfarçado", respondeu.

"O que... O que diabos era aquilo?", questionou Nezha, atônico, tremendo.

"Aquilo é algo além da sua imaginação. É um dos noBODIES, um grupo de malucos liderados por Ar que fazem uma baguncinha por aí. Mas fique tranquilo, aqui estamos salvos. Aquele cara é retardado igual uma porta".

"Você disse, 'nobody'? 'Ninguém'? Ora, e você, quem é?"

"Acredite garoto, aquilo é apenas o começo. Vi um veículo estranho entrando no presídio há alguns minutos. Acho que eles já adentraram e fixaram sua base aqui".

Nezha ficou em pânico. Parecia muita coincidência. Justo quando ele entrara pra resgatar uma detenta apareceu isso. Um grupo de lunáticos sem líder invadindo o local.

"Tome. Esse cartão de segurança vai te dar acesso ao subsolo um. Me encontre lá em...", Alexei gemeu de dor. Uma dor imensa nas costas o pegou de surpresa.

"Alexei... Você está bem?".

"Ah... Que merda. Odeio essa velhice. Mas vá na frente, garoto. Estarei em contato com você pelo rádio. Nos vemos lá na frente".

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