The Legend of Zelda: Breath of the Wild (2017)


No último dia 27 terminei mais um Zelda pra coleção: o tão esperado e sonhado The Legend of Zelda: Breath of the Wild, que foi lançado tanto pro WiiU quanto pro Switch (mas no caso eu joguei a versão do WiiU). Um jogo imenso, e como sempre um rival à altura da série Final Fantasy (em especial o XV, que terminei nesse ano também). Com esses dois jogaços já dá pra terminar o ano, que está sendo muito bom no quesito games!

Eu sou super fã da série Zelda. Jogo desde o Zelda: A link to the past (1991), e sou da geração que pirou com Ocarina of Time (1998), Twilight Princess (2006) e Skyward Sword (2011). Breath of the Wild é mais um desses canônicos, que sem dúvida merece super destaque entre os melhores Zeldas de todos os tempos!

Eu lembro lá atrás, em 2014, que no primeiro trailer os produtores diziam que queriam reviver a sensação que tínhamos ao jogar o primeiro jogo da série The Legend of Zelda (1986) do NES. Um jogo em que poderíamos ir a qualquer lugar do mapa, andar pelo mundo livremente, fazendo o jogo na ordem que queríamos, bastava simplesmente explorar. Só que estamos falando de um jogo lançado trinta e um anos depois, numa geração de consoles que está infinitamente aprimorada com o já imenso mundo do NES. O resultado é um Zelda com mundo aberto muito maior do que já vimos. Eu acho que é pelo menos umas vinte vezes maior o mundo do que aquele de Ocarina of Time, apenas pra métodos de comparação.


É um Zelda que além de ser mundo aberto, é focado em exploração. Não existem muitas dicas, ou explicações demoradas, apenas um "vá em frente, subindo montanhas, nadando em rios, correndo entre as campinas, florestas, vulcões, mares, até chegar no seu destino". Para isso o Link tem desde o começo da aventura acesso livre a espadas, escudos e arco-e-flecha. Isso sem contar um acessório novo exclusivo, o Sheikah Slate (acima), um negócio que parece um celular, mas que não tira apenas fotos. Pode criar cubos de gelo gigantes para escalar sobre a água, parar o tempo congelando inimigos e objetos, gerar bombas, e um imã pra objetos metálicos. É uma imensa mão na roda e usamos MUITAS vezes no jogo.

Você tem um leque imenso de espadas, escudos e arcos. Mas existe um porém: nesse jogo tudo, absolutamente tudo é quebrável (exceto a Master Sword, mas ela acaba a energia e você fica sem usa-la por um tempo). E se quebra não dá pra usar, o treco se evapora no ar. No começo você começa usando apenas gravetos, e termina usando espadas da guarda real, que lançam chamas, e até a Master Sword, a espada icônica sempre parceira do Link.

Por isso desapega das armas! Vão quebrar, você vai achar umas equivalentes, ou até ache a mesma, mas todas inevitavelmente vão quebrar.


Uma grande mudança com os jogos antigos é que não tem mais tantos equipamentos. O jogo é bem básico e simples, e isso achei uma mudança muito boa. Por ser um jogo em que você pode fazer tudo na ordem que você quiser, não dá pra por exemplo ter o hookshot numa dungeon, e ele sendo necessário pra você alcançar a próxima dungeon. Por exemplo: meu irmão fez na ordem mais básica, foi primeiro nos Zoras, Gorons, Gerudo, Rito, Master Sword e Ganon. Já eu fiz diferente: Zora, Master Sword, Goron, Rito, Gerudo e Ganon.

Pra ter uma noção do quão o jogo te deixa livre: logo depois de completar a primeira área do jogo (que é onde você desperta, sem equipamento, sem nada), se você tiver bolas (ou não bater direito com a cabeça) pode ir direto contra o Ganon. Sim, com três corações e uma espada vagabunda. Mas sempre tem uns malucos que vão mesmo assim.

Uma evolução desse jogo é que os inimigos não tem um dano padrão. Por exemplo, nos games anteriores sempre os inimigos tiravam meio coração, ou um coração de dano (exceto algumas exceções, como o Ganon no final, mas ainda assim não era um dano enorme). Nesse jogo temos os temíveis Guardiões, esses seres bonitinhos aqui:


Que são criaturas fortíssimas, que durante muito tempo no jogo você mal aguenta um disparo do kame-hame-ha deles, morrendo sempre. Com uma roupa normal o dano são uns nove corações inteiros, e isso é um baita dano nunca visto antes, que dá toda uma dificuldade ao jogo.

O jogo também tem diversas características legais sobre o meio em que você está. Tanto que o jogo vem com um termômetro na tela sempre indicando como está o clima lá fora. Se estiver centralizado, ótimo. Mas perto de vulcões a temperatura é tamanha que seu corpo entra em combustão espontânea. No deserto você não pega fogo, mas o calor é forte e também vai minando seu HP. No topo de montanhas geladas você também tem que tomar cuidado, pois o frio também dá dano no Link. E durante chuva você não consegue escalar nada, pois a montanha escorrega igual quiabo. E se tiver raios, tire todo o equipamento com metal, senão você vira um para-raio humano!

Normalmente você pode tomar um elixir ou comer uma comida que dê os status pra você aguentar. Ou você pode usar roupas! O jogo tem uma imensa quantidade de roupas maneiras, que vão muito além da Zora Tunic/Goron Tunic dos jogos anteriores. Tem desde roupa pra você andar sem fazer barulho, uma potente armadura que faz os raios dos guardiões doerem quase nada e uma roupa de mulher, onde o Link com um top e mostrando o umbiguinho consegue enganar as Gerudo e entrar na cidade delas (já que nenhum homem é permitido lá). Além de, é claro, a clássica túnica verde do Link, que, pasmem, é uma das últimas coisas que você pega no jogo:


Como todo Zelda, você precisa juntar Pieces of Heart pra aumentar sua vida total. Nesse jogo, porém, é um pouco diferente. Você deve buscar os Spirit Orbs dentro de diversas Shrines que são espalhadas pelo mundo. Mesmo com um guia, fiquei quase um mês inteiro pra pegar as 120 Shrines. Assim dá pra deixar a vida e o vigor (que você usa pra escalar, nadar, planar, correr, etc) no máximo.

Quer algo mais insano? Pra aumentar os slots de armas, escudos e arcos você precisa achar as Korok Seeds espalhadas pelo mundo. São um total de 900 que, infelizmente, eu não peguei todas (peguei umas cem mais ou menos, o que abriu uns bons slots já!), mas é insano, e não vai ser dessa vez.

O jogo tem também uma mecânica de cozinhar coisas! Todo material que você pega no game pode ser usado nas receitas, mas não quer dizer que vai sair algo bom. Você pode misturar carne, arroz, sal, pra fazer uma boa mistura que recupera sua vida. Ou pode misturar rabo de Lizalfos, maçã e borboleta pra sair uma "Dubious Food", que é feia só de olhar, e comer isso nunca resulta em algo bom. Link sendo um Masterchef!


Uma outra novidade que eu aguardei muito eram diálogos dublados. Quem joga Zelda sabe que é muito texto na tela, no máximo os personagens dão uns gritinhos ou emitem sons. Nesse jogo temos diálogos, todos dublados em inglês, exceto o Link, que continua aquele herói mudo, que só fala quando dá golpes com a espada. Engraçado que no jogo diversos personagens falantes zoam ele, dizendo que ele é de "poucas palavras" ou "mudo demais", hahaha.

Poderiam ter arranjado uma voz legal pro Link também. Quem sabe não se empolgam e no próximo colocam?



Breath of the Wild é um jogo IMENSO! Acho que passei fácil das 100 horas de jogo, e ainda tinha muita coisa pra terminar. Mas pelo menos a história principal, as roupas principais, boas armas e todas as Shrines eu peguei (então considero que terminei, como faço com todo Zelda que jogo!). O mundo é tão grande, tão legal de explorar, que sempre tem uma coisinha ou outra que mesmo depois de explorarmos tudo descobrimos. Coisas como ir no mesmo lugar num horário diferente, coisas que só acontecem num determinado momento ou condição, uma história cativante, e um mundo cheio de mistérios na frente faz desse jogo mais um herdeiro do Ocarina of Time, que sem dúvida superou o clássico dos clássicos.

Nota mil! Tá no meu top five, que tá cada vez mais concorrido!


A história é também muito legal!

Eu não sou desses que acha que Zelda tem uma cronologia oficial e blá-blá-blá. Pra mim Link, Zelda e Ganondorf são pessoas que sempre reencarnam no mundo de tempos em tempos pra travarem suas batalhas pelo mundo e o Link e a Zelda sempre ganham. Ponto.

Mas esse jogo tem um diferencial enorme, pois não é um jogo onde você tem que parar o Ganon de tomar o controle. Ganon já tomou o controle, matou meio mundo, tenta matar a princesa Zelda, e a Zelda bota o Link pra dormir por cem longos anos, enquanto ela se aprisiona no Ganon enquanto o menino tá lá, dormindo, até o dia que ele acordar.


O Link acorda cem anos depois sem nenhuma memória do passado de cem anos atrás, e você tem que caçar os Flashbacks pra lembrar do que rolou. Nessa cena acima, a primeira memória, dá pra ver o Link sendo consagrado como protetor da princesa, enquanto os outros campeões de cada raça também participam da cerimônia.

Acontece que Ganon, a encarnação do mal, aparece no mundo. Nesse jogo ele é o "Calamity Ganon", e traz as trevas e destruição ao mundo, e nem mesmo a Zelda nem o Link estão com seus poderes despertos ainda. Porém o mundo é protegido por quatro "Divine Beasts", cada uma de uma das quatro raças diferentes de Hyrule:


E quando o Calamity Ganon ressurge, os quatro campeões de cada raça vão lá. Eles são:
- Mipha, da raça dos Zoras, com a Divine Beast Vah Ruta;
- Daruk, dos Gorons, com a Divine Beast Vah Rudania;
- Revali, da raça dos Rito, com a Divine Beast Vah Medoh;
- Urbosa, da raça das Gerudo, com a Divine Beast Vah Naboris.

Porém todos eles acabam morrendo, e o controle das suas Divine Beasts acaba caindo nas mãos do Ganon, fodendo tudo.

Cem anos depois Link acorda. Com as Divine Beasts descontroladas causando o caos no mundo, a Zelda aprisionada dentro do Calamity Ganon, nenhuma memória do passado, ele vai atrás das Divine Beasts. Porém o espírito dos campeões de cem anos atrás ainda está dentro das Divine Beasts, e você, com a ajuda de algum descendente/parente dos campeões, vai buscar o legado e a força dos antepassados para restaurar as Divine Beasts. Esses são os descendentes dos campeões, cada um de uma das raças, que vivem 100 anos depois da primeira batalha contra o Ganon que todos perderam:


O primeiro (e o mais legal!) é o príncipe dos Zoras, Sidon. Ele é o irmão mais novo da falecida Mipha, que era a campeã dos Zoras, e comandava a Divine Beast Vah Ruta. Ele é todo galã, as moças zoras vivem suspirando por ele, e ele é bem gente boa, hehe. O Ruta (a Divine Beast) é um elefante enorme que está fazendo chover sem parar no Zora's Domain.

Depois é o Yunobo, que é o neto do Daruk, e possui a mesma força do seu avô: um potente escudo que o protege de tudo, inclusive ele pode ser usado como bala de canhão (??). Para honrar a memória do seu avô ele resolve ir ajudar o Link a parar Rudania, a Divine Beast dos Gorons que está fazendo o vulcão da Montanha da Morte ficar muito ativo, jogando lava e fodendo tudo.

Nos Rito temos o antissocial Teba, um homem pássaro que não sei exatamente o que ele é do antepassado dele, o Revali, mas ele te ajuda te dando uma carona até o Medoh, a Divine Beast que está assustando todos no vilerajo dos Rito (é o mais sem graça da história). Essa besta tem o formato de um pássaro enorme.

Por fim temos a Riju, que também é descendente da Urbosa (talvez neta também) e é a pequena rainha das Gerudo, as mulheres do deserto, e que obviamente não caiu no disfarce feminino do Link para enganar as Gerudo e entrar lá. Ela possui um chapéu com para-raios capaz de parar os raios (dããã...) que Naboris, a Divine Beast das Gerudo solta. E claro, ela ajuda o Link e entrar na Divine Beast.

É legal ver esse paralelo entre antepassados e os atuais. Eu, que sou budista, achei sensacional. É bem o que acredito mesmo, que antepassados nos ajudam de onde quer que estejam. É bem bonito!


A batalha final é demais! Os quatro lançam um potente raio em cima do Ganon, que o deixa com metade da vida (facilitando um bocado a nossa vida!). E depois de surrar o Ganon na primeira forma, enfim você, mais seu cavalo (sim, temos cavalos também no jogo!) vão pra uma batalha final no campo de Hyrule com flechas de luz pra desintegrá-lo, e trazer a paz de volta a Hyrule. :)

Enfim, é um jogo sensacional, até a história é linda, enfim! É tudo muito perfeito. É um desses jogos tão grandes que a gente fica triste de se despedir depois que termina. É como uma vida inteira que vimos na nossa frente. E Link, Zelda, e Ganon como sempre nos trazendo imensas emoções em mais um jogo daqueles.

Sem muitos gráficos extremamente realistas, mas muito leve e lindo da mesma forma. Ao contrário do FF15, que é aquela beleza, mas duas horas de loading.


Mais uma vez obrigado pela aventura, Nintendo! Mais um Zelda concluído pra coleção!

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