Doppelgänger - #57 - John Doe.
“Al, dê uma olhada nisso”, disse Neige, apontando pra tela do computador.
Quando Al viu, ficou abismado.
Neige não tinha acesso ao que Ar fazia. Mas ele conseguia rastrear dentro da rede vários contatos de CEOs de diversas empresas, inclusive ligados ao governo. Parece que Ar tinha uma estrutura muito segura, e mesmo que o governo britânico e as empresas tivessem também uma segurança forte, eram brincadeira de criança pro Neige as invadir.
“É uma tag Cloud”, disse Agatha.
“Sim. Da onde você tirou isso? Tem várias palavras aí”, disse Al.
“Essa tag cloud é baseada no que todos os empresários e governos disseram nas últimas quarenta e oito horas nos e-mails. A maior palavra é justamente essa, Ucrânia”, disse Neige.
“Sim. O Ar disse que atacaria a Ucrânia. Talvez esteja sondando pessoas, jogando as iscas. Existem muitos separatistas lá, e bem armados. Usando a mídia, os interesses dos empresários, e a sede do governo, não tenho dúvidas que logo inventarão algo ali. E justo o leste-europeu... Não existe melhor terreno hoje para uma insurreição do que esses países, como Ucrânia, Hungria, Polônia, etc”, disse Al.
“Você consegue rastrear de onde vieram os e-mails?”, perguntou Victoire.
“Isso que é o mais curioso! Parece que o Ar está brincando com a gente. Eu rastreei os e-mails, e consegui chegar até o primeiro destinatário”, disse Neige.
E Neige mostrou um papel. Nele tinha seis nomes. John Doe, Jane Doe, John Roe e Richard Roe. A versão americana do “Fulano de tal”.
“Quem encaminharia um e-mail de alguém chamado John Doe?”, perguntou Al.
“Deve ser um código, Al. Você sabe que as pessoas usam isso muito mais pra manter a identidade do que necessariamente pra se fazer uma piada”, disse Victoire.
“E o IP das máquinas?”, perguntou Al.
“Todos batem. De fato são empresários sim. Mas eles não se tem como controlar, são seres humanos, são movidos pela sua própria ganância. Eles são corruptos, e o que Ar oferece são mecanismos para que eles próprios exercitem sua ganância. E óbvio que eles vão cair. Quem temos que parar é o Ar”, disse Neige.
“Al... Com certeza tem algo por detrás disso. Mas como ele consegue tanto dinheiro?”, perguntou Agatha.
“Agatha, não é complicado nos dias de hoje ficar rico, ou fabricar dinheiro. O que o Ar consegue fazer é criar dinheiro a partir do nada dentro dos bancos. É meio complicado de explicar... Mas os bancos criam dinheiro a partir de títulos do governo, que emprestam ao banco central e solicitam que o valor seja criado em dinheiro vivo, e esse dinheiro é depositado no banco”, disse Al.
“Mesmo assim... Se o dinheiro vivo está no banco, como se cria dinheiro a partir do nada?”, perguntou Agatha.
“Vamos supor que seja solicitado criar 1 milhão de libras. Isso depois de criado será depositado num banco, mas apenas dez por cento dele será de fato em dinheiro vivo. O resto, será apenas um valor eletrônico, de controle do próprio banco. O banco pode emprestar o dinheiro, gerando dívidas e juros, e o patrimônio vai só crescendo. O Ar não investe malas de dinheiro, ele apenas direciona créditos eletrônicos – que vale tanto quanto dinheiro – mas por ele controlar bancos e governos, ele consegue fazer isso infinitamente”, disse Al.
“O cara joga SimCity na vida real. Como se chamasse o ‘primo Vinnie’”, riu Neige.
“Bem por aí...”, disse Al.
“Mas ainda assim... Esses ‘Doe’ podem nos levar ao Ar. Não podem ser máquinas enviando os e-mails, devem ser pessoas mesmo”, disse Victoire.
“Bom, analisando aqui, haviam na verdade cinco. O quinto não mais mandou e-mails, e já tem um tempo”, disse Agatha.
“Desde quando esse quinto não se comunica mais?”, perguntou Al.
“Desde o dia 24. Desde ontem”, disse Agatha.
Al na hora puxou o papel e viu as datas. Era coincidência demais!
“Ele é... Birger Löfgren!”, disse Al, alto.
“Putz... Ele era um desses cinco, mas é o que menos tomava cuidado com sua segurança. Os outros quatro são bem mais cautelosos”, disse Neige.
“Você acha que consegue hackear? Descobrir algo?”, perguntou Al.
“Consigo. Mas vai levar tempo”, disse Neige.
“Sem problemas. Vamos buscar pistas no local físico”, disse Al.
“Local físico? Você tá maluco? Tá realmente pensando em ir lá?”, disse Neige.
“Sim. Para a casa de Löfgren. Em Cockfosters. Mas acho melhor amanhã... Já tivemos azar o suficiente por um dia”, concluiu Al.
Quando Al viu, ficou abismado.
Neige não tinha acesso ao que Ar fazia. Mas ele conseguia rastrear dentro da rede vários contatos de CEOs de diversas empresas, inclusive ligados ao governo. Parece que Ar tinha uma estrutura muito segura, e mesmo que o governo britânico e as empresas tivessem também uma segurança forte, eram brincadeira de criança pro Neige as invadir.
“É uma tag Cloud”, disse Agatha.
“Sim. Da onde você tirou isso? Tem várias palavras aí”, disse Al.
“Essa tag cloud é baseada no que todos os empresários e governos disseram nas últimas quarenta e oito horas nos e-mails. A maior palavra é justamente essa, Ucrânia”, disse Neige.
“Sim. O Ar disse que atacaria a Ucrânia. Talvez esteja sondando pessoas, jogando as iscas. Existem muitos separatistas lá, e bem armados. Usando a mídia, os interesses dos empresários, e a sede do governo, não tenho dúvidas que logo inventarão algo ali. E justo o leste-europeu... Não existe melhor terreno hoje para uma insurreição do que esses países, como Ucrânia, Hungria, Polônia, etc”, disse Al.
“Você consegue rastrear de onde vieram os e-mails?”, perguntou Victoire.
“Isso que é o mais curioso! Parece que o Ar está brincando com a gente. Eu rastreei os e-mails, e consegui chegar até o primeiro destinatário”, disse Neige.
E Neige mostrou um papel. Nele tinha seis nomes. John Doe, Jane Doe, John Roe e Richard Roe. A versão americana do “Fulano de tal”.
“Quem encaminharia um e-mail de alguém chamado John Doe?”, perguntou Al.
“Deve ser um código, Al. Você sabe que as pessoas usam isso muito mais pra manter a identidade do que necessariamente pra se fazer uma piada”, disse Victoire.
“E o IP das máquinas?”, perguntou Al.
“Todos batem. De fato são empresários sim. Mas eles não se tem como controlar, são seres humanos, são movidos pela sua própria ganância. Eles são corruptos, e o que Ar oferece são mecanismos para que eles próprios exercitem sua ganância. E óbvio que eles vão cair. Quem temos que parar é o Ar”, disse Neige.
“Al... Com certeza tem algo por detrás disso. Mas como ele consegue tanto dinheiro?”, perguntou Agatha.
“Agatha, não é complicado nos dias de hoje ficar rico, ou fabricar dinheiro. O que o Ar consegue fazer é criar dinheiro a partir do nada dentro dos bancos. É meio complicado de explicar... Mas os bancos criam dinheiro a partir de títulos do governo, que emprestam ao banco central e solicitam que o valor seja criado em dinheiro vivo, e esse dinheiro é depositado no banco”, disse Al.
“Mesmo assim... Se o dinheiro vivo está no banco, como se cria dinheiro a partir do nada?”, perguntou Agatha.
“Vamos supor que seja solicitado criar 1 milhão de libras. Isso depois de criado será depositado num banco, mas apenas dez por cento dele será de fato em dinheiro vivo. O resto, será apenas um valor eletrônico, de controle do próprio banco. O banco pode emprestar o dinheiro, gerando dívidas e juros, e o patrimônio vai só crescendo. O Ar não investe malas de dinheiro, ele apenas direciona créditos eletrônicos – que vale tanto quanto dinheiro – mas por ele controlar bancos e governos, ele consegue fazer isso infinitamente”, disse Al.
“O cara joga SimCity na vida real. Como se chamasse o ‘primo Vinnie’”, riu Neige.
“Bem por aí...”, disse Al.
“Mas ainda assim... Esses ‘Doe’ podem nos levar ao Ar. Não podem ser máquinas enviando os e-mails, devem ser pessoas mesmo”, disse Victoire.
“Bom, analisando aqui, haviam na verdade cinco. O quinto não mais mandou e-mails, e já tem um tempo”, disse Agatha.
“Desde quando esse quinto não se comunica mais?”, perguntou Al.
“Desde o dia 24. Desde ontem”, disse Agatha.
Al na hora puxou o papel e viu as datas. Era coincidência demais!
“Ele é... Birger Löfgren!”, disse Al, alto.
“Putz... Ele era um desses cinco, mas é o que menos tomava cuidado com sua segurança. Os outros quatro são bem mais cautelosos”, disse Neige.
“Você acha que consegue hackear? Descobrir algo?”, perguntou Al.
“Consigo. Mas vai levar tempo”, disse Neige.
“Sem problemas. Vamos buscar pistas no local físico”, disse Al.
“Local físico? Você tá maluco? Tá realmente pensando em ir lá?”, disse Neige.
“Sim. Para a casa de Löfgren. Em Cockfosters. Mas acho melhor amanhã... Já tivemos azar o suficiente por um dia”, concluiu Al.
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