Amber #41 - From Korea with love.
3 de setembro de 1939
21h27
“Ei, japonesa! Abre o porta luvas, tem uma arma aí!”, gritou Schultz, mandando Eunmi pegar uma arma que ele guardava ali, enquanto o carro deles estava a mil por hora fugindo da perseguição.
“Eu não sou japonesa!! Eu sou coreana!!”, gritou Eunmi, “E eu não sei dirigir!”.
“Mas que merda, vocês são todos parecidos, como vou diferenciar?!”, gritou Schultz, se referindo ao fato de aparentemente todos os asiáticos serem parecidos.
“Não somos! Somos bem diferentes, tá! Eu sei diferenciar!”, disse Eunmi, com a arma em mãos, “Não sei dirigir carro, mas sei atirar!”.
“Tá, então atira, porra!! Neles!!”, disse Schultz, pegando avenidas que levavam para fora de Berlim, para despistá-los. Eunmi se dependurou na porta e começou a atirar em direção dos japoneses que os perseguiam. Apesar de estarem em movimento ela tinha uma mira muito boa com a pistola semi-automática de Schultz.
“Como recarrega? Preciso de um pente novo!”, disse Eunmi, que estava bem nervosa. Nervosa o suficiente pra não se lembrar do básico, como recarregar uma arma.
“Só tenho mais esse pente! Não usa não, vamos ir pra fora da cidade pra despist--”, nessa hora Schultz olhou pra traseira do seu fusca KdF e viu que os japoneses do outro lado estavam com armas apontadas para seu carro, “Ah não, meu carro, não!! Eu terminei de pagar ele!!”.
Schultz e Eunmi haviam acabado de entrar em uma rodovia, saindo da área metropolitana de Berlim, fugindo do cerco dos japoneses. Eles queriam Eunmi, e gritavam mandando Schultz parar o carro e entregar a coreana, caso contrário ele se tornaria alvo também.
“Merda! Como se eu tivesse opção!”, disse Schultz, que novamente esticou o braço pra fora do carro e mostrou o dedo do meio pra eles.
“Eu já disse que eles não vão entender o que isso significa!”, gritou Eunmi, mesmo ela sem entender o que aquilo significava também.
Os japoneses no carro atrás começaram a atirar contra eles. Os vidros eram todos quebrados com as balas, obrigando o alemão e a coreana a abaixarem para escaparem dos projéteis. Como o motor do KdF fica na traseira, tomar tiros era algo extremamente perigoso. Não tinha muita opção, Schultz começou a frear o carro, até bater a traseira do seu carro na dianteira do de trás. Os ocupantes no carro de trás não entendiam a intenção dele ao fazer isso.
“Ei, garota! Se segura!! Vamos ter que pular!”, gritou Schultz, que ainda abaixado dentro do carro se protegendo dos tiros puxou o freio de mão bruscamente.
O fusca KdF simplesmente freou, segurando o carro de trás, que por mais que tentasse correr, não conseguia. Os ocupantes do carro de trás pararam de atirar, tentando entender o que estava acontecendo. Os pneus cantavam na pista, mas a velocidade era tão curta que era possível Schultz pular do carro sem problemas com a arma e disparar.
Os sonoros tiros eram como sempre com a imensa destreza que um membro do alto escalão da SD atirava. Precisão milimétrica. Dois tiros certeiros na altura da orelha do carona, mesmo com Schultz em plena queda saindo do carro e rolando na grama naquela noite fria de outono.
Minha nossa! Ele é realmente bom!, pensou Eunmi ao ver a tática de Schultz.
O motorista abaixou pra se proteger dos tiros de Schultz, mas o carona acabou sendo alvejado pelos disparos. Schultz se aproximou do motorista e o tirou de lá. Ele não falava alemão, apenas o que havia acabado de morrer. Ficava implorando algo em alguma língua que Schultz não entendia, mas então Eunmi chegou, e conseguiu conversar com o asiático. Aparentemente ela sabia falar japonês também.
“O que foi que ele disse?”, perguntou Schultz, ainda segurando o homem ajoelhado pelo braço.
Eunmi continuou gritando com ele naquela língua que Schultz não entendia absolutamente nada. Ao ser ignorado pela donzela, Schultz a puxou pelo braço bruscamente enquanto ela gritava e chutava o soldado japonês caído no chão.
“Ei, menina! O que raios vocês estão falando?”, perguntou pela segunda vez Schultz, mas Eunmi simplesmente ignorou e continuou gritando com o homem.
Schultz então apontou a arma pra cima e disparou duas vezes.
“Meu ouvido!”, gritou Eunmi, “Por que fez isso?”.
“Chega disso você, menina! O que raios esse cara aí falou?”, perguntou Schultz.
“Ele foi mandado atrás de mim, sim. São soldados japoneses da Coréia”, disse Eunmi, tirando do bolso dele um pequeno bloco de notas, “Aqui estão os endereços e contatos que precisamos. Quanto tempo o senhor precisa aqui antes de partirmos?”.
Schultz então soltou o homem.
“Partiremos imediatamente”, disse Schultz, dando um chute no japonês, “E você, cai fora antes que eu mude de ideia e te mate também!”.
“O quê?!”, gritou Eunmi, enquanto o homem corria, “Não, você não pode fazer isso, senhor Schultz!”, disse Eunmi, ainda gritando algumas coisas em japonês para o homem, e então Eunmi sacou uma Kolibri minúscula no seu macacão militar e disparou três tiros contra o japonês à queima roupa, caindo no chão sem sentidos.
“Você? Peraí, você tinha uma arma aí? Como assim?”, disse Schultz, sem acreditar, “Ah, cacete... Vamos esconder logo esses corpos, vai! Vamos ter que inventar uma boa estória pra escapar dessa”.
21h27
“Ei, japonesa! Abre o porta luvas, tem uma arma aí!”, gritou Schultz, mandando Eunmi pegar uma arma que ele guardava ali, enquanto o carro deles estava a mil por hora fugindo da perseguição.
“Eu não sou japonesa!! Eu sou coreana!!”, gritou Eunmi, “E eu não sei dirigir!”.
“Mas que merda, vocês são todos parecidos, como vou diferenciar?!”, gritou Schultz, se referindo ao fato de aparentemente todos os asiáticos serem parecidos.
“Não somos! Somos bem diferentes, tá! Eu sei diferenciar!”, disse Eunmi, com a arma em mãos, “Não sei dirigir carro, mas sei atirar!”.
“Tá, então atira, porra!! Neles!!”, disse Schultz, pegando avenidas que levavam para fora de Berlim, para despistá-los. Eunmi se dependurou na porta e começou a atirar em direção dos japoneses que os perseguiam. Apesar de estarem em movimento ela tinha uma mira muito boa com a pistola semi-automática de Schultz.
“Como recarrega? Preciso de um pente novo!”, disse Eunmi, que estava bem nervosa. Nervosa o suficiente pra não se lembrar do básico, como recarregar uma arma.
“Só tenho mais esse pente! Não usa não, vamos ir pra fora da cidade pra despist--”, nessa hora Schultz olhou pra traseira do seu fusca KdF e viu que os japoneses do outro lado estavam com armas apontadas para seu carro, “Ah não, meu carro, não!! Eu terminei de pagar ele!!”.
Schultz e Eunmi haviam acabado de entrar em uma rodovia, saindo da área metropolitana de Berlim, fugindo do cerco dos japoneses. Eles queriam Eunmi, e gritavam mandando Schultz parar o carro e entregar a coreana, caso contrário ele se tornaria alvo também.
“Merda! Como se eu tivesse opção!”, disse Schultz, que novamente esticou o braço pra fora do carro e mostrou o dedo do meio pra eles.
“Eu já disse que eles não vão entender o que isso significa!”, gritou Eunmi, mesmo ela sem entender o que aquilo significava também.
Os japoneses no carro atrás começaram a atirar contra eles. Os vidros eram todos quebrados com as balas, obrigando o alemão e a coreana a abaixarem para escaparem dos projéteis. Como o motor do KdF fica na traseira, tomar tiros era algo extremamente perigoso. Não tinha muita opção, Schultz começou a frear o carro, até bater a traseira do seu carro na dianteira do de trás. Os ocupantes no carro de trás não entendiam a intenção dele ao fazer isso.
“Ei, garota! Se segura!! Vamos ter que pular!”, gritou Schultz, que ainda abaixado dentro do carro se protegendo dos tiros puxou o freio de mão bruscamente.
O fusca KdF simplesmente freou, segurando o carro de trás, que por mais que tentasse correr, não conseguia. Os ocupantes do carro de trás pararam de atirar, tentando entender o que estava acontecendo. Os pneus cantavam na pista, mas a velocidade era tão curta que era possível Schultz pular do carro sem problemas com a arma e disparar.
Os sonoros tiros eram como sempre com a imensa destreza que um membro do alto escalão da SD atirava. Precisão milimétrica. Dois tiros certeiros na altura da orelha do carona, mesmo com Schultz em plena queda saindo do carro e rolando na grama naquela noite fria de outono.
Minha nossa! Ele é realmente bom!, pensou Eunmi ao ver a tática de Schultz.
O motorista abaixou pra se proteger dos tiros de Schultz, mas o carona acabou sendo alvejado pelos disparos. Schultz se aproximou do motorista e o tirou de lá. Ele não falava alemão, apenas o que havia acabado de morrer. Ficava implorando algo em alguma língua que Schultz não entendia, mas então Eunmi chegou, e conseguiu conversar com o asiático. Aparentemente ela sabia falar japonês também.
“O que foi que ele disse?”, perguntou Schultz, ainda segurando o homem ajoelhado pelo braço.
Eunmi continuou gritando com ele naquela língua que Schultz não entendia absolutamente nada. Ao ser ignorado pela donzela, Schultz a puxou pelo braço bruscamente enquanto ela gritava e chutava o soldado japonês caído no chão.
“Ei, menina! O que raios vocês estão falando?”, perguntou pela segunda vez Schultz, mas Eunmi simplesmente ignorou e continuou gritando com o homem.
Schultz então apontou a arma pra cima e disparou duas vezes.
“Meu ouvido!”, gritou Eunmi, “Por que fez isso?”.
“Chega disso você, menina! O que raios esse cara aí falou?”, perguntou Schultz.
“Ele foi mandado atrás de mim, sim. São soldados japoneses da Coréia”, disse Eunmi, tirando do bolso dele um pequeno bloco de notas, “Aqui estão os endereços e contatos que precisamos. Quanto tempo o senhor precisa aqui antes de partirmos?”.
Schultz então soltou o homem.
“Partiremos imediatamente”, disse Schultz, dando um chute no japonês, “E você, cai fora antes que eu mude de ideia e te mate também!”.
“O quê?!”, gritou Eunmi, enquanto o homem corria, “Não, você não pode fazer isso, senhor Schultz!”, disse Eunmi, ainda gritando algumas coisas em japonês para o homem, e então Eunmi sacou uma Kolibri minúscula no seu macacão militar e disparou três tiros contra o japonês à queima roupa, caindo no chão sem sentidos.
“Você? Peraí, você tinha uma arma aí? Como assim?”, disse Schultz, sem acreditar, “Ah, cacete... Vamos esconder logo esses corpos, vai! Vamos ter que inventar uma boa estória pra escapar dessa”.
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