Justiça I
Muito provavelmente já pensaram nisso que vou dizer, então vamos lá.
Estava pensando no conceito de justiça que rege o mundo. Nesses pensamentos, veio a idéia de que justiça acaba sendo uma forma de vingança. Eu não sei, afinal já me relacionei com uma advogada, então é melhor eu medir minhas palavras, hehe... Mas essa conclusão veio baseada no crime de homicídio.
Ao menos nos países como Estados Unidos onde existe a pena de morte, isso pode ser ainda mais exemplificado. Pois matando alguém é a única maneira que impedir com total certeza que ela volte a cometer o que muitos talvez denominem por barbárie. Não vejo nada mais que uma vingança, uma espécie de código de Hammurabi em pleno século XXI. Pensemos antes que se quisermos definir justiça devemos defini-la por si só. Caso quisermos conceitua-la devemos esperar que a própria palavra se explique por si só, e que conceitos tanto dos tempos de hoje quanto dos antigos fiquem isentos disso.
Antes de mais nada, tomarei algumas palavras do grande Sócrates. "Muitos dizem que ser injusto é bom, pois o injusto consegue coisas de uma forma bem mais rápida comparada com a maneira que o justo consegue. Porém definiremos que justo é a pessoa boa, logo apenas os justos e seus atos que são de fato bons." Sim, um mega resumo, ele passa capítulos querendo falar basicamente isso, embora agora que eu estou lendo não tenha ficado absolutamente tão claro do que quando lemos em A República.
Prosseguimos agora que temos a definição de justo socrática, o que torna um ato justo? Vamos exemplificar com roubo ou furto. Vamos dizer que você está andando na rua falando ao celular com seu namorado/a e é surpreendido por rapazes de moto que puxam e levam embora. Tal crime está cada vez mais em alta, por não se fazer necessário uma abordagem mais direta. Provavelmente após o susto, a pessoa dona do celular ficaria meio frustrada por ter não apenas perdido o contato com o cônjuge, mas também o aparelho que deve ter sido caro.
Logo, o cidadão que trabalha, paga seus impostos, que faz de seu suor um meio para agradar seus luxos e coisas superfluas acaba tendo razão nisso. Bom, como eu sou chegado a mafiosos italianos, e como um bom descendente de italianos que eu sou, irei citar agora uma frase de um gatuno célebre, vindo da Itália pra cá que dizia o seguinte: "A propriedade é um roubo. Portanto não sou um ladrão".
Gino Amleto Meneghetti, pisano nascido no século XIX veio pro Brasil e logo se especializou em sua arte um tanto antisocial, a do roubo. Muitas coisas que ele dizia que eu ainda me pergunto, por isso meu antipatriotismo só leva a crer que bandito burro no Brasil só quer comprar Nike, enquanto os italianos além de terem classe têm toda uma filosofia por detrás. Fico pensando nisso, afinal o roubo só existe quando há propriedade. Você, que trabalha, que paga por um celular acaba de alguma forma roubando isso.
Roubar afinal pode se resumir a tomar posse de algo, dadas às devidas circunstâncias que essa propriedade é tomada. O que garante que algo é seu? Que poder que você tem para dizer "isso é meu"? Na verdade você apenas tem algo pelo fato das outras pessoas aceitarem isso, ou o que chamamos de leis que te forçam a aceitar isso.
Gosto de tomar o exemplo de filas. Pode ser qualquer uma, mas gosto de falar da fila do Terminal que eu pego o ônibus. Afinal, porque o primeiro da fila deve tomar o ônibus primeiro? Pelo simples de fato de haver um concenso entre os que chegaram após dele que, pelo fato dele estar lá em pé há mais tempo que os outros logo tem que pegar o ônibus antes dos que esperaram depois. Mas porque o cara que acabou de chegar não pode pegar antes dele?
"Porque não é justo." Essa seria a resposta. Pois o cara que esperou deveria pegar o ônibus antes pois sofreu e pagou por isso, o fato de ter ficado em pé, durante um bom tempo, por exatamente estar mais sujeito a poluição, gases tóxicos ou atropelamento (ok, a última foi um tanto exagerada).
Logo a posse que o cara adquire é a de subir no ônibus primeiro e poder ter uma chance de 100% de escolha dos lugares vagos por alguns segundos até o que vem depois dele escolher, aí será um lugar a menos para ele escolher, caso não tenha escolhido algum. A propriedade sempre vem junto de um pagamento. É o preço pra você ter algo. Logo esses que esse preço pagam podem ter o direito sobre tal coisa.
Isso é a garantia da lei, onde o senso comum o aceita. Se leis existem, é porque abaixamos a cabeça e dizemos "sim". Que fique claro que não estou apoiando os marginais, estou apenas propondo uma discussão. Se eu admito que você tem um celular, é por causa de mim que você tem a propriedade sobre ele, não pelo fato de você ter trabalhado para conseguir comprá-lo. Afinal a partir do momento que eu não respeitar essa sua propriedade pelo aparelho de comunicação você não terá mais posse dele. Mas a pergunta é: eu estarei sendo errado ou certo?
Nenhum dos dois. Mas pela lei, pelos bons costumes e pelo senso de justiça o ladrão estaria errado.
Estava pensando no conceito de justiça que rege o mundo. Nesses pensamentos, veio a idéia de que justiça acaba sendo uma forma de vingança. Eu não sei, afinal já me relacionei com uma advogada, então é melhor eu medir minhas palavras, hehe... Mas essa conclusão veio baseada no crime de homicídio.
Ao menos nos países como Estados Unidos onde existe a pena de morte, isso pode ser ainda mais exemplificado. Pois matando alguém é a única maneira que impedir com total certeza que ela volte a cometer o que muitos talvez denominem por barbárie. Não vejo nada mais que uma vingança, uma espécie de código de Hammurabi em pleno século XXI. Pensemos antes que se quisermos definir justiça devemos defini-la por si só. Caso quisermos conceitua-la devemos esperar que a própria palavra se explique por si só, e que conceitos tanto dos tempos de hoje quanto dos antigos fiquem isentos disso.
Antes de mais nada, tomarei algumas palavras do grande Sócrates. "Muitos dizem que ser injusto é bom, pois o injusto consegue coisas de uma forma bem mais rápida comparada com a maneira que o justo consegue. Porém definiremos que justo é a pessoa boa, logo apenas os justos e seus atos que são de fato bons." Sim, um mega resumo, ele passa capítulos querendo falar basicamente isso, embora agora que eu estou lendo não tenha ficado absolutamente tão claro do que quando lemos em A República.
Prosseguimos agora que temos a definição de justo socrática, o que torna um ato justo? Vamos exemplificar com roubo ou furto. Vamos dizer que você está andando na rua falando ao celular com seu namorado/a e é surpreendido por rapazes de moto que puxam e levam embora. Tal crime está cada vez mais em alta, por não se fazer necessário uma abordagem mais direta. Provavelmente após o susto, a pessoa dona do celular ficaria meio frustrada por ter não apenas perdido o contato com o cônjuge, mas também o aparelho que deve ter sido caro.
Logo, o cidadão que trabalha, paga seus impostos, que faz de seu suor um meio para agradar seus luxos e coisas superfluas acaba tendo razão nisso. Bom, como eu sou chegado a mafiosos italianos, e como um bom descendente de italianos que eu sou, irei citar agora uma frase de um gatuno célebre, vindo da Itália pra cá que dizia o seguinte: "A propriedade é um roubo. Portanto não sou um ladrão".
Gino Amleto Meneghetti, pisano nascido no século XIX veio pro Brasil e logo se especializou em sua arte um tanto antisocial, a do roubo. Muitas coisas que ele dizia que eu ainda me pergunto, por isso meu antipatriotismo só leva a crer que bandito burro no Brasil só quer comprar Nike, enquanto os italianos além de terem classe têm toda uma filosofia por detrás. Fico pensando nisso, afinal o roubo só existe quando há propriedade. Você, que trabalha, que paga por um celular acaba de alguma forma roubando isso.
Roubar afinal pode se resumir a tomar posse de algo, dadas às devidas circunstâncias que essa propriedade é tomada. O que garante que algo é seu? Que poder que você tem para dizer "isso é meu"? Na verdade você apenas tem algo pelo fato das outras pessoas aceitarem isso, ou o que chamamos de leis que te forçam a aceitar isso.
Gosto de tomar o exemplo de filas. Pode ser qualquer uma, mas gosto de falar da fila do Terminal que eu pego o ônibus. Afinal, porque o primeiro da fila deve tomar o ônibus primeiro? Pelo simples de fato de haver um concenso entre os que chegaram após dele que, pelo fato dele estar lá em pé há mais tempo que os outros logo tem que pegar o ônibus antes dos que esperaram depois. Mas porque o cara que acabou de chegar não pode pegar antes dele?
"Porque não é justo." Essa seria a resposta. Pois o cara que esperou deveria pegar o ônibus antes pois sofreu e pagou por isso, o fato de ter ficado em pé, durante um bom tempo, por exatamente estar mais sujeito a poluição, gases tóxicos ou atropelamento (ok, a última foi um tanto exagerada).
Logo a posse que o cara adquire é a de subir no ônibus primeiro e poder ter uma chance de 100% de escolha dos lugares vagos por alguns segundos até o que vem depois dele escolher, aí será um lugar a menos para ele escolher, caso não tenha escolhido algum. A propriedade sempre vem junto de um pagamento. É o preço pra você ter algo. Logo esses que esse preço pagam podem ter o direito sobre tal coisa.
Isso é a garantia da lei, onde o senso comum o aceita. Se leis existem, é porque abaixamos a cabeça e dizemos "sim". Que fique claro que não estou apoiando os marginais, estou apenas propondo uma discussão. Se eu admito que você tem um celular, é por causa de mim que você tem a propriedade sobre ele, não pelo fato de você ter trabalhado para conseguir comprá-lo. Afinal a partir do momento que eu não respeitar essa sua propriedade pelo aparelho de comunicação você não terá mais posse dele. Mas a pergunta é: eu estarei sendo errado ou certo?
Nenhum dos dois. Mas pela lei, pelos bons costumes e pelo senso de justiça o ladrão estaria errado.
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