Complexos e Finlândia.
Uau... Cara de assassino hoje!
Quando eu quero eu consigo fazer uma cara de malvadão, huh? Bom, hoje o tempo está bom, nublado, úmido, nuvens cinzentas, e isso me deixa de tão bom humor. Pelo menos não é aquele céu azul deprimente, cheio de sol, calor, coceira, mosquitos e coisas do tipo. Céu nublado sempre me passou tanta paz, acho que é talvez pelo fato da cor, não sei. Tempo nublado sempre me deixa de bem com a vida.
O post passado quero deixá-lo de lado por hora. Estou com uma imensa vontade de sumir de tudo, como sempre faço. Me sinto melhor talvez porque eu encontre comigo mesmo. Normalmente pessoas dizem que eu costumo me isolar, mas acho que isso é pensamento pra tentar fazer com que eu mesmo encontre comigo mesmo, pra resolver problemas. Não gosto de falar deles, até porque ninguém tem a necessidade ou obrigação de ouvir, até porque hoje em dia nem gosto tanto de falar. Por mais que seja amigo, dificilmente irá entender sua situação, embora apenas eu talvez me entenda, não obstante eu sou o único que eu realmente ouço.
Egoísmo? Infelizmente sim. Acho que ganhei essa capacidade de cavar minha própria cova, me enterrar, e conseguir sair dela. E mesmo que eu não saia dela, pode deixar que estarei feliz.
Estava vendo o caso na Finlândia de um aluno que atacou o campus onde estudava, numa cidadela perto de Helsing. O que mais me impressionou não foi a violência, ou o local, tampouco a maneira que ele matou. O que mais me deixou intrigado foi o que o levou a fazer isso. Algo como uma punição pessoal para aqueles que fazem os outros sofrer, um castigo dado pelas mãos de um humano contra um outro humano.
Sim, é um caso do que atualmente psicólogos chamam de bullyng. No vídeo prenunciador da tragédia ele dizia algo sobre os amigos que o zombavam na época de escola, e até que me identifiquei. Só que não atiraria neles, obviamente. Mas me deu lembranças daquele menino gordinho, com poucos amigos, que sempre trocava de classe, não tinha amigos com mais de dois anos de convivência. Hoje, claro, estou já velho e nem tenho mais idade pra me preocupar com esse tipo de coisa nos tempos de hoje.
Se bem que até hoje eu tenho neuras do tipo, medo de engordar e ser uma bolotinha de lipídios novamente...
Puxei da cabeça algo que uma garotinha me contou no ano passado, quando eu ainda trabalhava no CNA. Ela era uma aluna minha, e um dia veio até mim e disse que queria conversar. Fiquei meio estranho pois vi uma ferida no rosto dela, mas pensei que ela tivesse caído - também pudera, ela tinha seus dez anos mais ou menos - pedi pra ela puxar uma cadeira pra se sentar e pedi pra ela falar. Pensei de início que fosse alguma dúvida quanto a matéria (vinham muitas. Também pudera, o livro era cheio de joguinhos pra ensinar a criançada a aprender brincando. E eu acabava esquecendo o tempo e ficava algumas vezes apenas brincando...), mas não era uma dúvida, era um desabafo.
A garota vivia com sua tia. Sua mãe saia todo dia para trabalhar, e ela ficava com a irmã de sua mãe. Ela me dizia que ela era um verdadeiro demônio. A obrigava a fazer tarefas de casa e caso não fizesse ela a batia. Tinha que todo santo dia acordar cedinho, ficar fazendo faxina, ir pro curso de inglês que a mãe provavelmente dava duro pra pagar, voltar correndo e fazer o almoço, almoçar, ir pro colégio e voltar. Dizia que nesse momento era que ela tinha paz, pois sua mãe chegava e sua tia não mais lhe bateria.
Uma infeliz empregada. Dizia que se sentia bem ao vir pro CNA porque poderia brincar um pouco aqui, mas a noite as dores da sua tia violenta ardiam como fogo, pelas chineladas e cintadas. Eu ficava sempre abismado, e pensava se existia algo assim nos tempos de hoje. Até meu pai, que sempre gostou de fazer tortura psicológica comigo constituídas de ameaças, discussões, e o clássico "Quem manda aqui sou eu, eu boto comida na sua boca e você tem que me obedecer sem resmungar em nada!", me bateu pouquíssimas vezes. Sem contar que a tal tia ficava sempre com o namorado - provavelmente algum motoboy de pinto pequeno que a engravidaria em meses...
Mas a menina estava lá. Queria saber como ela cresceria. Se carregaria aquilo como uma profunda melancolia, e abaixaria a cabeça pra qualquer pessoa que falasse algo para ela. Seria aquele estereótipo de menina tímida e virgem, que falaria baixinho pelos cantos. Ou ainda se iria ser uma daquelas revoltadas, que bebem e fumam excessivamente, pregariam anarquia e ouviriam som punk. Se iria tentar esquecer aquilo e tomar uma vida normal, ou quem sabe pra sempre ficar nesse passado triste sem vislumbrar um futuro sequer.
Virar um assassino como o da Finlândia quem sabe? Com complexo, sem infância, em suma uma pessoa triste, que tornou uma espécie de essência maléfica? Bah, quem sou eu pra falar. Sofri de bullyng, e hoje eu sou um idiota que pratica isso de vez em quando... De caça pra caçador, mas o importante não é essa mudança de posição, e sim a saída do ciclo, meus caros.
Afinal, como alguém complexado como eu pode falar de outro metido em complexos? =\
Bouna sera.
Quando eu quero eu consigo fazer uma cara de malvadão, huh? Bom, hoje o tempo está bom, nublado, úmido, nuvens cinzentas, e isso me deixa de tão bom humor. Pelo menos não é aquele céu azul deprimente, cheio de sol, calor, coceira, mosquitos e coisas do tipo. Céu nublado sempre me passou tanta paz, acho que é talvez pelo fato da cor, não sei. Tempo nublado sempre me deixa de bem com a vida.
O post passado quero deixá-lo de lado por hora. Estou com uma imensa vontade de sumir de tudo, como sempre faço. Me sinto melhor talvez porque eu encontre comigo mesmo. Normalmente pessoas dizem que eu costumo me isolar, mas acho que isso é pensamento pra tentar fazer com que eu mesmo encontre comigo mesmo, pra resolver problemas. Não gosto de falar deles, até porque ninguém tem a necessidade ou obrigação de ouvir, até porque hoje em dia nem gosto tanto de falar. Por mais que seja amigo, dificilmente irá entender sua situação, embora apenas eu talvez me entenda, não obstante eu sou o único que eu realmente ouço.
Egoísmo? Infelizmente sim. Acho que ganhei essa capacidade de cavar minha própria cova, me enterrar, e conseguir sair dela. E mesmo que eu não saia dela, pode deixar que estarei feliz.
Estava vendo o caso na Finlândia de um aluno que atacou o campus onde estudava, numa cidadela perto de Helsing. O que mais me impressionou não foi a violência, ou o local, tampouco a maneira que ele matou. O que mais me deixou intrigado foi o que o levou a fazer isso. Algo como uma punição pessoal para aqueles que fazem os outros sofrer, um castigo dado pelas mãos de um humano contra um outro humano.
Sim, é um caso do que atualmente psicólogos chamam de bullyng. No vídeo prenunciador da tragédia ele dizia algo sobre os amigos que o zombavam na época de escola, e até que me identifiquei. Só que não atiraria neles, obviamente. Mas me deu lembranças daquele menino gordinho, com poucos amigos, que sempre trocava de classe, não tinha amigos com mais de dois anos de convivência. Hoje, claro, estou já velho e nem tenho mais idade pra me preocupar com esse tipo de coisa nos tempos de hoje.
Se bem que até hoje eu tenho neuras do tipo, medo de engordar e ser uma bolotinha de lipídios novamente...
Puxei da cabeça algo que uma garotinha me contou no ano passado, quando eu ainda trabalhava no CNA. Ela era uma aluna minha, e um dia veio até mim e disse que queria conversar. Fiquei meio estranho pois vi uma ferida no rosto dela, mas pensei que ela tivesse caído - também pudera, ela tinha seus dez anos mais ou menos - pedi pra ela puxar uma cadeira pra se sentar e pedi pra ela falar. Pensei de início que fosse alguma dúvida quanto a matéria (vinham muitas. Também pudera, o livro era cheio de joguinhos pra ensinar a criançada a aprender brincando. E eu acabava esquecendo o tempo e ficava algumas vezes apenas brincando...), mas não era uma dúvida, era um desabafo.
A garota vivia com sua tia. Sua mãe saia todo dia para trabalhar, e ela ficava com a irmã de sua mãe. Ela me dizia que ela era um verdadeiro demônio. A obrigava a fazer tarefas de casa e caso não fizesse ela a batia. Tinha que todo santo dia acordar cedinho, ficar fazendo faxina, ir pro curso de inglês que a mãe provavelmente dava duro pra pagar, voltar correndo e fazer o almoço, almoçar, ir pro colégio e voltar. Dizia que nesse momento era que ela tinha paz, pois sua mãe chegava e sua tia não mais lhe bateria.
Uma infeliz empregada. Dizia que se sentia bem ao vir pro CNA porque poderia brincar um pouco aqui, mas a noite as dores da sua tia violenta ardiam como fogo, pelas chineladas e cintadas. Eu ficava sempre abismado, e pensava se existia algo assim nos tempos de hoje. Até meu pai, que sempre gostou de fazer tortura psicológica comigo constituídas de ameaças, discussões, e o clássico "Quem manda aqui sou eu, eu boto comida na sua boca e você tem que me obedecer sem resmungar em nada!", me bateu pouquíssimas vezes. Sem contar que a tal tia ficava sempre com o namorado - provavelmente algum motoboy de pinto pequeno que a engravidaria em meses...
Mas a menina estava lá. Queria saber como ela cresceria. Se carregaria aquilo como uma profunda melancolia, e abaixaria a cabeça pra qualquer pessoa que falasse algo para ela. Seria aquele estereótipo de menina tímida e virgem, que falaria baixinho pelos cantos. Ou ainda se iria ser uma daquelas revoltadas, que bebem e fumam excessivamente, pregariam anarquia e ouviriam som punk. Se iria tentar esquecer aquilo e tomar uma vida normal, ou quem sabe pra sempre ficar nesse passado triste sem vislumbrar um futuro sequer.
Virar um assassino como o da Finlândia quem sabe? Com complexo, sem infância, em suma uma pessoa triste, que tornou uma espécie de essência maléfica? Bah, quem sou eu pra falar. Sofri de bullyng, e hoje eu sou um idiota que pratica isso de vez em quando... De caça pra caçador, mas o importante não é essa mudança de posição, e sim a saída do ciclo, meus caros.
Afinal, como alguém complexado como eu pode falar de outro metido em complexos? =\
Bouna sera.
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