À minha doce e pequena Utena.

Na última noite tive um sonho que na verdade eu imaginava que não iria mais ter. Fazia tanto tempo que eu sequer pensava em você, já a havia tentado substituir por outras mulheres, e inclusive pensei que havia te esquecido, mas foi meio de súbito mesmo que você reapareceu. Quanto tempo já faz mesmo? Puxa... Bote anos nisso.

Você foi a primeira. Veio antes da chinesa, veio antes da melhor amiga. Foi a primeira que me fez sentir mal de verdade, mas na época isso foi motivo o bastante pra te amar de uma maneira tão eloquente que era como um refúgio. Que mesmo longe eu estivesse, lá estava você de alguma maneira dentro de mim, mesmo depois de tudo ter terminado na maneira fatídica que terminou.

Às vezes ando perto da sua casa, na esperança de te ver novamente, mas olho para aquele e vejo que você não está mais lá, você já se foi. E sei que está agora num lugar onde será impossível de nos encontrarmos novamente. Pois eu te magooei, fui o seu arquinimigo, e você tomou a decisão sua, embora eu queria preferiria ter ido no seu lugar. Afinal, quando eu quis morrer, nem esse direito você me deu. Preferiu me ver vivendo, andando pelas ruas com um olhar perdido, disfarçado por um sorriso a ficar com você onde está agora.

Quanto tempo faz mesmo? Nossa...

Uma penalidade. A penalidade de viver, ou de tentar viver, pois você sabe que eu sou tão incompetente que jamais teria a capacidade de tirar minha própria vida, pois sempre que eu tentava, nem essa capacidade eu tinha. Pois eu não queria me matar, pois eu na época não me amava. O meu desejo era ser morto por você. Pois naquele tempo vi que não há nada no mundo que faça uma pessoa mais feliz do que ser morto por quem mais ama. É uma dor que não existe, é um carinho que é eternizado pela morte.

"Onde está você?", mas você não está mais entre nós. Você já se foi. Talvez o amor seja um imenso laço que une as almas de duas pessoas. É aquela hora que você dá as mãos e sente não apenas o toque, mas sente as pulsações, sente o nervosismo da primeira vez, treme. É aquela hora que você abraça quem você ama e sente que o tempo pára e que não há momento melhor do que aquele e queria que aquilo se extendesse por toda a eternidade. É naquela hora onde um simples olhar te faz entrar num transe tão forte, que mesmo você olhando a metros de distância é aquela troca de olhares que faz você sentir como se não houvesse distância, que o mundo, o nosso mundo fosse apenas um.

Saudades de um tempo que não mais voltará.

Você vive apenas no meu coração. Você é uma das minhas moiras também, você é a minha Atropos, a que define o meu fim, que define onde e quando será minha morte. Uma das três mulheres mais importantes da minha vida.

(texto escrito acho que semana passada de alguém que veio antes mesmo de qualquer Angela da vida. Sonhei com ela tempos atrás, aliás... Demorei pra superar ela, embora quase ninguém sabe nada a respeito. Minha irmãzinha odeia até que eu cite o nome, hehe... Mas sei lá, ainda de vez em quando me pego pensando nela, mas ela não está mais aqui, e sei que está num lugar muito melhor que esse cheio de luz.)

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