O que Michael Jackson significa pra mim.
Cada um tem uma história do quanto Michael Jackson significou em sua vida. Nem que seja uma participação, algum clipe que viu quando era moleque ou aquele amigo que fazia o moonwalk na sala. Ontem após saber da sua morte fiquei triste. Mas na hora, nem tanto. Foi tudo tão súbito, sem ninguém avisar, ninguém prever. Tinha chegado em casa, tinha ido ver Garapa do José Padilha no Cine Bombril, e por não ter consigo uma meia-entrada fiz uma confusão lá na bilheteria (gosto de sair sozinho por causa disso, hahaha.. Se alguém vai preso, é apenas eu). No final do SPTV informaram, nos Plantões da Globo, mas não acreditava, era meio bizarro ouvir aquilo.
Hoje porém o clima foi de luto, de muitas pessoas. Fui ao shopping e no caminho vi banquinhas vendendo DVDs do Rei do Pop. Na TV não se falava outra coisa. E de súbito jornalistas deixaram a fofoca e os tablóides que tanto ferraram com a vida de Michael de lado e se concentraram mesmo em tudo o que nós fãs sempre estivemos do seu lado: pela sua música.
Hipocrisia eu dizer aqui que sou um fã, pois não me considero um fã hoje em dia. Deixei Michael de lado coincidentemente quando tive alguns conflitos na maior comunidade em lingua portuguesa do Michael Jackson, a mjBeats, e ao mesmo tempo saí de um grupo de dança que participava. Naquele momento minha vida teve uma baita reviravolta, e Michael foi uma das coisas que joguei pro fundo do coração, pra nunca mais resgatar.
Durante dois anos participei de um grupo de teatro e dança. Éramos jovens que queríamos fazer a arte, homenagear, e depois de duas peças teatrais, resolvemos fazer um musical. Algo difícil de se conceber para um bando de moleques amadores, mas conseguimos. E não apenas um, mas dois. Fizemos Thriller, o qual conseguimos até uma apresentação no Playcenter durante as Noites do Terror e Beat it, também do Michael Jackson.
Meu primeiro álbum foi Invincible, lançado em 2001, o último inédito. Depois de alguns meses pedi pro meu pai o HIStory, uma coletânea. E lembro até hoje num natal onde ganhei Dangerous, Bad, Thriller e Off the wall. Blood on the Dancefloor porém só fui ganhar em 2005, presente de uma amiga. Tenho todos os pelo selo Epic/Sony originais, alguns desgastados de tanto ouvir. E algumas coletêneas boas do Jackson Five e um single raríssimo da música Blood on the dancefloor (que na época me custou quase R$60!).
Hoje, depois de ver tantas reportagens, tantas retrospectivas da vida do Rei do Pop e depois também de conversar com pessoas mesmo dos tais fóruns que não via há séculos, de alguma forma fiquei triste, muito frustrado. Michael pra muitos pode ter sido um "cara legal", que fez parte da infância, mas pra mim foi mais, muito mais.
Foi um homem excepcional, que defendi e chorei em suas entrevistas ou quando algo de ruim saía. Alguém que me fez conhecer pessoas maravilhosas (Annie Morphine, Bia Dazzling, Babi, Renata Mamis, Joyce, Beakman, Mike, Andréa, entre MUITOS outros), me trouxe da infância para a adolescência. Me ajudou a emagrecer, me ajudou a vencer a minha timidez e melhorar um pouco minha sempre tão baixa auto-estima. Michael Jackson me ensinou a sorrir, a ser sincero com as pessoas. Até o meu e-mail, caralho (mjmorphine)! Meu nick que ás vezes uso também, Meta Morphine, onde Morphine é o nome de uma das minhas canções favoritas dele, do álbum Blood on the Dancefloor. Antes era Morphine_Elite, pros dinossauros que me conhecem há séculos.
E agora foi a bendita morfina que deve ter matado ele. Odeio essas coincidências.
E agora que tinha voltado a ouvir! Tinha colocado até na segunda-feira o álbum Bad no celular. Na época tinha enjoado mesmo, cansei das pessoas me conhecerem apenas como "O cara que curte Michael Jackson e faz o passo-pra-trás", portanto joguei no fundo do armário pra nunca mais ver essas coisas que haviam me "taxado". Hoje estou mais maduro, e vejo que não posso ter raiva disso. Michael me ajudou a ser o que sou hoje, minhas escolhas, meu estilo, meus sonhos...
Hoje meu o dia começou com o Fala Brasil falando sobre Michael Jackson. Terminou com TVZ especial com o Rei do Pop e Moonwalker no SBT. As crianças no final pediam Michael para voltar, e ele volta no final. Acredito que EU que voltei tarde para ele também. Me desculpe, Michael. Suas músicas, seu amor e seu estilo iam muito além, muito além mesmo de intrigas e panelinhas em fóruns de internet, das notícias sensassionalistas. Eu é que demorei pra amadurecer e entender isso.
Quero terminar com uma fala do garotinho no filme. Perto do final ele diz: "Ele salvou... Ele salvou nossas vidas!". E foi isso. Michael Jackson salvou minha vida. Nunca esteve lá, mas trouxe por algum momento tantas felicidades, tantas emoções... Me fez crescer, me fez sonhar, me fez ser quem sou hoje. Estaria sendo o maior hipócrita da face terrestre se dissesse que ele não foi importante. Anos atrás eu neguei, deixei tudo de lado. Mas hoje ele voltou - não na forma daquele fanatismo roxo, mas na forma de um respeito com um agradecimento por tudo que esse carinha nascido em Gary, Indiana significou pra mim.
Hoje a ficha caiu, sei lá.
De alguma forma que não sei direito estou bem triste, um tanto arrasado por dentro. Ele estava voltando a fazer parte de mim da mesma forma de antes, devagar, aparecendo aos poucos. Saber que ele estava vivo me fazia estar de alguma forma seguro. Mas ontem, tudo acabou. Apenas sua música, seu estilo, seus clipes e os sentimentos do moleque que viu Black or White no fantástico e adorou que ficaram.
Mas amanhã estarei bem. Prometo.
Obrigado Michael. E adeus, meu velho.
poxa, que bonito o post!
ResponderExcluirputz...muito bom Alanzenho...essa parte da história eu não conhecia...mas uma vez vc me emocionou e surpreendeu...bjo
ResponderExcluirae mano, muito lindo o post..
ResponderExcluirte adoro kayjuu **
Adorei ler esse post, me identifiquei com tantas coisas....
ResponderExcluirSim, provavelmente por isso e
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