Diversidade cultural.. Na periferia?
A periferia é um local que funciona mais ou menos como uma dimensão paralela. Eu acho engraçado quando ando, por exemplo, na Avenida Paulista, onde vejo negros, asiáticas (gateeeenhas! Sempre gostosinhas!), louras, punks, pessoas com todo tipo diferente de bagagem cultural que você imagina. Mas na periferia, não é bem assim que funciona.
Na periferia de São Paulo, 85% das pessoas é negra ou com alguma porcentagem de negra. Ter cabelo liso como o meu é exceção da exceção. Pra ser daqui você tem que ter o cabelo minimamente "enroladinho", pois até mesmo os cabeleireiros daqui só sabem fazer a porra do corte de topetinho, baixinho, ou arrepiado. Eu tinha achado um aqui nas redondezas, mas ele começou cortando bem, mas depois de quase dois anos cortando com ele, ele se "infectou" com a perifa, e aí meu cabelo parecia das pessoas que moravam aqui - uma coisa que meu espírito de Caco Antibes sempre relutou.
Pessoas escutam os mesmos sons, vestem as mesmas roupas, andam e - pasmem - tem até o tom de voz igual. Aquela "voz de mano, tá ligado"? Meio rouca, bem fina, cheia de esperteza.
Quando eu, na adolescência, comecei a entender a sacada do resto do mundo, vi que as coisas eram bem diferentes dessa dimensão paralela da periferia. Na verdade apenas esses dias que me caiu a ficha que a periferia é carente igualmente de cultura. Tenho um sonho de, quem sabe um dia, morar perto de um Centro Cultural da vida, provavelmente iria sempre que pudesse. Aqui a única cultura é a da tevê pra esse povo, e olhe lá. Mesmo assim nós vemos que as pessoas continuam naquele mesmo estilo, ninguém quer ouvir nem mesmo um outro estilo musical. E os que ouvem, viram apenas "aquele carinha estranho" da rua, ou "viado" por não gostar de funk nem black music.
Sei lá. Sonho em um dia que essa merda de Capão Redondo vai virar uma Vila Mariana da vida. Mas sei que provavelmente morrerei sem ver nem metade disso concretizado.
Na periferia de São Paulo, 85% das pessoas é negra ou com alguma porcentagem de negra. Ter cabelo liso como o meu é exceção da exceção. Pra ser daqui você tem que ter o cabelo minimamente "enroladinho", pois até mesmo os cabeleireiros daqui só sabem fazer a porra do corte de topetinho, baixinho, ou arrepiado. Eu tinha achado um aqui nas redondezas, mas ele começou cortando bem, mas depois de quase dois anos cortando com ele, ele se "infectou" com a perifa, e aí meu cabelo parecia das pessoas que moravam aqui - uma coisa que meu espírito de Caco Antibes sempre relutou.
Pessoas escutam os mesmos sons, vestem as mesmas roupas, andam e - pasmem - tem até o tom de voz igual. Aquela "voz de mano, tá ligado"? Meio rouca, bem fina, cheia de esperteza.
Quando eu, na adolescência, comecei a entender a sacada do resto do mundo, vi que as coisas eram bem diferentes dessa dimensão paralela da periferia. Na verdade apenas esses dias que me caiu a ficha que a periferia é carente igualmente de cultura. Tenho um sonho de, quem sabe um dia, morar perto de um Centro Cultural da vida, provavelmente iria sempre que pudesse. Aqui a única cultura é a da tevê pra esse povo, e olhe lá. Mesmo assim nós vemos que as pessoas continuam naquele mesmo estilo, ninguém quer ouvir nem mesmo um outro estilo musical. E os que ouvem, viram apenas "aquele carinha estranho" da rua, ou "viado" por não gostar de funk nem black music.
Sei lá. Sonho em um dia que essa merda de Capão Redondo vai virar uma Vila Mariana da vida. Mas sei que provavelmente morrerei sem ver nem metade disso concretizado.
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