Discutir. Divertir.

Tinha um amigo que viva discordando de tudo. A começar pelo fato de ele usar o Opera e eu usava o Firefox. Ele tinha lá as pessoas com as quais ele não se dava bem, mas sempre tentava fugir de modinhas. Eu também. Mas o jeito do cara era mais radical, e o meu era pacífico demais. Temos a mesma idade.

Eu era um cara que usava o Mozilla Firefox. E achava aquilo o máximo do máximo da web. Me sentia com um browser possante na mão, com muitos recursos e aplicativos. Esse meu amigo tinha como grandes ídolos pessoas que faziam esse estilo mais questionador. Desde Leonel Brizola, até Che Guevara. Não vou dizer que não admirava, mas como o cara era meu amigo, acho que acabamos de alguma forma adquirindo de alguma maneira essas características de amigos. Como um intercâmbio.

Pois bem. Como poucas pessoas gostavam do cara, muitos não entendiam. Muitos pensavam que era errado discordar. Nunca achei isso, embora eu na época fosse uma dessas pessoas que discordava apenas da boca pra fora, mas na hora de agir era bem obediente. Minha criação, né? Foi bem dura nessa questão. Obedecer e nunca questionar. Foi apenas na adolescência mesmo que comecei a questionar.

Mas o que nunca entendi era que ninguém gostava desse amigo porque discordava. Se a moda era gostar de LOST, ele era contra. E dizia vários argumentos contra. Se a moda era usar o Mozilla Firefox, ele usa o Opera. E inclusive me apresentou o Opera. A questão que eu quero levantar é que você ter uma opinião sobre alguém que discorde de uma coisa é normal. Você não é obrigado a concordar com ele. Nem discordar. Mas, dizer que discordar é errado, isso sim já é algo muito exagerado. Afinal as coisas tem que ser discordadas, questionadas e não apenas abaixarmos a cabeça pra tudo que todos falam.

Não é mesmo?

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