Overture - Parte III - Aquele que bate a porta.
A campainha havia tocado. Émilie foi atender. Viu um garoto, com um cachecol preto maior que ele, uma boina preta, vestindo roupas por causa do frio e muitas malas. Um carro estava indo embora, parecia um táxi. Os dois se entreolharam por um instante, tentando entender quem era quem.
"Pardon?", disse a donzela, "Nous ne donnons pas l'aumône pour les enfants!!".
Talvez acima de sua superioridade francesa pensasse que aquele garoto era apenas um pedinte. O garoto permanecia parado olhando pra ela sem entender uma palavra que dizia. Passou alguns segundos e Arch desceu as escadas.
"Al! Enfim chegou, garoto! Entra aí, nossa, como você cresceu. Vamos, saia do frio.", ele disse, todo empolgado erguendo o garoto que permanecia com cara séria, "Émilie, préparer une soupe pour nous? Puxa, estou tão feliz em vê-lo novamente! Me conte, como vão as coisas do outro lado do mar? Como foi a viagem? Papai e mamãe estão bem?".
Os dois começaram a ter altos papos na sala. Arch, empolgado. Al, por sua vez, respondia tudo com monosílabos, sério, sem expressão.
Não era uma casa de ricos - a vida real é bem menos glamurosa que nos contos. Émilie vinha de uma família abastada, já Arch mal tinha onde cair morto. Mesmo assim os dois se davam bem, mesmo Émilie tendo gostos e anseios que iam muito além do que a conta no final do mês suportava. Não tinham uma mansão, mas tinha um teto para dormir. Émilie sempre tinha que pedir uma ajuda ou outra pra sua família, que sempre reprovava o seu relacionamento com o rapaz.
Enquanto isso o trabalho de Arch ia melhorando cada vez, ganhando prestígio e sendo reconhecido pelas mais altas organizações do país. Eles queriam ele lá, 24 horas por dia, 7 dias por semana, e ele teria que abdicar de tudo. Porém ainda tinha Émilie, e agora, Al.
Esse era o maior medo de Arch. Sozinho, longe de família, de amigos, de todos, ele conseguiu reconstruir sua vida, e exatamente aquilo que ele menos dava valor quando adolescente - que era a família - agora via que estava dentro de uma. Da sua família, junto com a mulher da sua vida e seu irmão mais novo. Tudo parecia encaixar-se bem, as engrenagens unidas juntas estavam em uníssono. Mas... Até quando?
"Pardon?", disse a donzela, "Nous ne donnons pas l'aumône pour les enfants!!".
Talvez acima de sua superioridade francesa pensasse que aquele garoto era apenas um pedinte. O garoto permanecia parado olhando pra ela sem entender uma palavra que dizia. Passou alguns segundos e Arch desceu as escadas.
"Al! Enfim chegou, garoto! Entra aí, nossa, como você cresceu. Vamos, saia do frio.", ele disse, todo empolgado erguendo o garoto que permanecia com cara séria, "Émilie, préparer une soupe pour nous? Puxa, estou tão feliz em vê-lo novamente! Me conte, como vão as coisas do outro lado do mar? Como foi a viagem? Papai e mamãe estão bem?".
Os dois começaram a ter altos papos na sala. Arch, empolgado. Al, por sua vez, respondia tudo com monosílabos, sério, sem expressão.
Não era uma casa de ricos - a vida real é bem menos glamurosa que nos contos. Émilie vinha de uma família abastada, já Arch mal tinha onde cair morto. Mesmo assim os dois se davam bem, mesmo Émilie tendo gostos e anseios que iam muito além do que a conta no final do mês suportava. Não tinham uma mansão, mas tinha um teto para dormir. Émilie sempre tinha que pedir uma ajuda ou outra pra sua família, que sempre reprovava o seu relacionamento com o rapaz.
Enquanto isso o trabalho de Arch ia melhorando cada vez, ganhando prestígio e sendo reconhecido pelas mais altas organizações do país. Eles queriam ele lá, 24 horas por dia, 7 dias por semana, e ele teria que abdicar de tudo. Porém ainda tinha Émilie, e agora, Al.
Esse era o maior medo de Arch. Sozinho, longe de família, de amigos, de todos, ele conseguiu reconstruir sua vida, e exatamente aquilo que ele menos dava valor quando adolescente - que era a família - agora via que estava dentro de uma. Da sua família, junto com a mulher da sua vida e seu irmão mais novo. Tudo parecia encaixar-se bem, as engrenagens unidas juntas estavam em uníssono. Mas... Até quando?
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