No way to stay.
"Bom, né. É hora de ir", ela disse, suspirando.
"É! É sim, verdade", eu respondi.
Pele branca, ligeiramente bronzeada, cabelos negros e longos, uma donzela alta, que de salto mediano conseguia chegar ao meu tamanho. Esguia, segura, voz calma e um pouco grave, pernas magras.
"Parece que será uma viagem longa. Eu tava pensando esses dias. Será que a gente vai se ver de novo? É muito longe...", ela perguntou.
"Bom, não conte com minhas ligações, haha! Acho que você me entende, né?"
"Ai, ai!", ela olhou pra baixo, dando risada, "Escorregadio como sempre. E agora vai fugir de mim desse jeito? Puxa... Eu fico triste. Tou te vendo agora, mas não sei quando será a próxima vez", ela disse, se aproximando de mim. "Quero te ver até me cansar, e nem uma foto sua eu tenho...".
"Olha só, parece que o próximo ônibus é o seu, o motorista logo logo vai fechar a porta".
"Verdade..."
Um silêncio daqueles que parecem demorar horas se instalou entre nós, que olhavámos um ao outro.
Ela chegou, se aproximou de mim, colocou a mão sobre meu peito e me deu um selinho na boca.
"Você... Porque não podemos ter uma segunda chance juntos?", ela perguntou, olhando sensualmente pra mim.
"Eu não dou segunda chance. Pra ninguém. E nem mesmo você. A gente tentou, não deu certo, a gente tem que seguir a vida, você vai conhecer outros outros caras, eu vou conhecer outras..."
"Você vai se esquecer de mim?".
Naquela hora eu parei, olhei ela no fundo dos olhos e ouvia o barulho do ônibus ligando. Não ouvia mais os passos das pessoas, a euforia da rodoviária, nem o vento que passava por nós naquele momento. Os raios de sol tímidos daquele fim de tarde lentamente davam lugar para as luzes da cidade. O crepúsculo estava no fim. A luz da plataforma se ligou na nossa frente, iluminando nossos rostos.
Os olhos dela lacrimejavam. Mas não derrubaram uma lágrima. Uma mineira bonita e muito forte.
"Não. Jamais vou te esquecer", respondi.
E ela subiu no ônibus e foi embora. Senti um peso de toneladas saindo das minhas costas. Pra não dizer que não a vi de novo, trocamos mais uns e-mails. E só. Mas já tem anos que não tem mais nada. Ficou melhor assim. Sem retorno.
"É! É sim, verdade", eu respondi.
Pele branca, ligeiramente bronzeada, cabelos negros e longos, uma donzela alta, que de salto mediano conseguia chegar ao meu tamanho. Esguia, segura, voz calma e um pouco grave, pernas magras.
"Parece que será uma viagem longa. Eu tava pensando esses dias. Será que a gente vai se ver de novo? É muito longe...", ela perguntou.
"Bom, não conte com minhas ligações, haha! Acho que você me entende, né?"
"Ai, ai!", ela olhou pra baixo, dando risada, "Escorregadio como sempre. E agora vai fugir de mim desse jeito? Puxa... Eu fico triste. Tou te vendo agora, mas não sei quando será a próxima vez", ela disse, se aproximando de mim. "Quero te ver até me cansar, e nem uma foto sua eu tenho...".
"Olha só, parece que o próximo ônibus é o seu, o motorista logo logo vai fechar a porta".
"Verdade..."
Um silêncio daqueles que parecem demorar horas se instalou entre nós, que olhavámos um ao outro.
Ela chegou, se aproximou de mim, colocou a mão sobre meu peito e me deu um selinho na boca.
"Você... Porque não podemos ter uma segunda chance juntos?", ela perguntou, olhando sensualmente pra mim.
"Eu não dou segunda chance. Pra ninguém. E nem mesmo você. A gente tentou, não deu certo, a gente tem que seguir a vida, você vai conhecer outros outros caras, eu vou conhecer outras..."
"Você vai se esquecer de mim?".
Naquela hora eu parei, olhei ela no fundo dos olhos e ouvia o barulho do ônibus ligando. Não ouvia mais os passos das pessoas, a euforia da rodoviária, nem o vento que passava por nós naquele momento. Os raios de sol tímidos daquele fim de tarde lentamente davam lugar para as luzes da cidade. O crepúsculo estava no fim. A luz da plataforma se ligou na nossa frente, iluminando nossos rostos.
Os olhos dela lacrimejavam. Mas não derrubaram uma lágrima. Uma mineira bonita e muito forte.
"Não. Jamais vou te esquecer", respondi.
E ela subiu no ônibus e foi embora. Senti um peso de toneladas saindo das minhas costas. Pra não dizer que não a vi de novo, trocamos mais uns e-mails. E só. Mas já tem anos que não tem mais nada. Ficou melhor assim. Sem retorno.
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