In rhythm - Parte III - Aquele que sente compaixão.
"Parabéns, Arch. Graças aos seus esforços a equipe especial dos Rangers conseguiram adentrar no local. Muito obrigado, e espero que possamos trabalhar juntos novamente", disse o comissário.
"Por nada senhor! Eu que agradeço por ter ajudado", disse Arch.
Arch se sentia um paladino da justiça. Era sua quarta ordem de serviço e já tinha admiração dos grandes, inclusive de Schultz. Tudo corria bem, ganhava bem, estava junto de Émilie, a qual ele dizia ser a mulher da sua vida, sua vida parecia completa. Se dirigia para a Estação St James Park, próximo a sede, porém acabou se perdendo no caminho e entrou em uma sala um pouco escondida.
Lá vira o homem que havia capturado, um intérprete e cinco agentes torturando-o.
Aquela cena Arch contou mais tarde que continuava a assombra-lo em pesadelos praticamente todas as noites. O problema da tortura não são as dores, ou a humilhação. Mas o fato de que aquilo não tinha hora de começar, nem de terminar, e o fazia se arrepender amargamente por tudo de ruim que fizera. E isso era praticado assim, sem ninguém saber.
Os métodos porém, Arch nunca revelou.
Meio que tomado pelo impulso, Arch tentou adentrar ao recinto. Foi quando o comissário o segurou pelo braço.
"Alto, soldado! O que pensa que vai fazer? Esse homem tem que nos revelar algumas coisas, não estrague tudo!", disse o comissário.
"Senhor, isso é tortura! Isso é ilegal! Ele é um ser humano!", Arch respondeu, elevando a voz.
"Escute aqui, jovem. Não existe diferença entre quem dribla a justiça e quem luta pela justiça. Nós todos usamos os mesmos métodos para conseguir a mesma coisa. A diferença é que nós, que somos a justiça, temos a lei do nosso lado, que faz com que isso não exista. E mesmo que usarmos os mesmos métodos deles, a lei nos ampara porque oras... É a vontade do povo!", disse o homem.
Parece que a justiça é um conjunto de leis onde abaixamos a cabeça e dizemos que é correto, pois elas seguem preceitos da ética e religião. E a mesma justiça garante punição a quem não segue esses preceitos. Não existe a opção dois, apenas o imperativo.
E os meios pra se conseguir fazer a justiça valer são ilimitados, pois não existe "certo" ou "errado". Na verdade tudo o que leva ao caminho da justiça é o correto, independente dos meios empregados. No fundo a justiça e a não-justiça são iguais, empregam os mesmos meios, a única diferença é que um é "legal" e o outro é "ilegal".
Arch deixou o edifício com um pouco de revolta naquele dia. Em sua cabeça não entrava esse conceito que era tão difundido e carimbado nas pessoas desde criança. Sentiu-se apenas um instrumento, uma ferramenta para uso de um bem maior que na verdade era podre, nojento e acima de tudo, nada se poderia fazer para atenua-lo.
Foi nesse ínterim que ele decidiu que ia ir nesse caminho até o fim. E quando alcançasse o topo e visse o mundo lá cima, tentaria mudar as coisas.
"Por nada senhor! Eu que agradeço por ter ajudado", disse Arch.
Arch se sentia um paladino da justiça. Era sua quarta ordem de serviço e já tinha admiração dos grandes, inclusive de Schultz. Tudo corria bem, ganhava bem, estava junto de Émilie, a qual ele dizia ser a mulher da sua vida, sua vida parecia completa. Se dirigia para a Estação St James Park, próximo a sede, porém acabou se perdendo no caminho e entrou em uma sala um pouco escondida.
Lá vira o homem que havia capturado, um intérprete e cinco agentes torturando-o.
Aquela cena Arch contou mais tarde que continuava a assombra-lo em pesadelos praticamente todas as noites. O problema da tortura não são as dores, ou a humilhação. Mas o fato de que aquilo não tinha hora de começar, nem de terminar, e o fazia se arrepender amargamente por tudo de ruim que fizera. E isso era praticado assim, sem ninguém saber.
Os métodos porém, Arch nunca revelou.
Meio que tomado pelo impulso, Arch tentou adentrar ao recinto. Foi quando o comissário o segurou pelo braço.
"Alto, soldado! O que pensa que vai fazer? Esse homem tem que nos revelar algumas coisas, não estrague tudo!", disse o comissário.
"Senhor, isso é tortura! Isso é ilegal! Ele é um ser humano!", Arch respondeu, elevando a voz.
"Escute aqui, jovem. Não existe diferença entre quem dribla a justiça e quem luta pela justiça. Nós todos usamos os mesmos métodos para conseguir a mesma coisa. A diferença é que nós, que somos a justiça, temos a lei do nosso lado, que faz com que isso não exista. E mesmo que usarmos os mesmos métodos deles, a lei nos ampara porque oras... É a vontade do povo!", disse o homem.
Parece que a justiça é um conjunto de leis onde abaixamos a cabeça e dizemos que é correto, pois elas seguem preceitos da ética e religião. E a mesma justiça garante punição a quem não segue esses preceitos. Não existe a opção dois, apenas o imperativo.
E os meios pra se conseguir fazer a justiça valer são ilimitados, pois não existe "certo" ou "errado". Na verdade tudo o que leva ao caminho da justiça é o correto, independente dos meios empregados. No fundo a justiça e a não-justiça são iguais, empregam os mesmos meios, a única diferença é que um é "legal" e o outro é "ilegal".
Arch deixou o edifício com um pouco de revolta naquele dia. Em sua cabeça não entrava esse conceito que era tão difundido e carimbado nas pessoas desde criança. Sentiu-se apenas um instrumento, uma ferramenta para uso de um bem maior que na verdade era podre, nojento e acima de tudo, nada se poderia fazer para atenua-lo.
Foi nesse ínterim que ele decidiu que ia ir nesse caminho até o fim. E quando alcançasse o topo e visse o mundo lá cima, tentaria mudar as coisas.
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