São Paulo, eu te odeio.
Ontem foi seu aniversário. Eu não queria falar mal de você no seu aniversário, mas hoje eu vou falar.
Eu te odeio de todo o âmago da minha alma, sua cidade de bosta.
Eu quando era adolescente me achava o máximo por morar nessa cidade. Tinha raiva de quem falasse mal e achava a cidade linda. Foi aí que o tempo foi passando e eu conheci outras cidades.
E minha visão do que era "belo" mudou.
Dizem ser a cidade do trabalho, pois viramos verdadeiras maquininhas e não vemos o dinheiro (já que os impostos comem tudo), pagamos R$6,00 numa cerveja onde na cidade do lado pagamos R$1,50. Temos que encarar ônibus onde nem se consegue entrar, engarrafamentos constantes por conta da sua falta de planejamento urbano e o sono. Ahhh, o sono. São Paulo não deveria ser conhecida como a "cidade que não dorme", mas sim como a "cidade onde não se dorme", seja pelo barulho dos carros vinte e quatro horas por dia na rua ou pelo fato de termos que levantar muito cedo e nos desgastarmos com viagens de duas horas pra ir e duas para voltar, ou qualquer coisa do gênero.
Encaramos baladas pois nos sentimos carentes. E muitas vezes quando estamos lá não vemos a hora de ir embora. Por mais que beijamos ou levamos alguém pra cama, aquilo fica frio, desinteressante, vazio.
Fazemos "uma social" com as pessoas do trabalho e vamos para o bar juntos. Um mês depois saímos do trabalho e nunca mais falamos com tal pessoa.
Eles querem produção! Produza, produza, produza, produza,
produza, produza, produza, produza, produza,
produza, produza, produza, produza, produza,
produza, produza, produza, produza, produza,
produza, produza, produza, produza, produza,
produza, produza, produza, produza, produza,
produza, produza, produza, produza, produza,
produza, produza, produza, produza, produza,
produza, produza, produza, produza,
produza, produza, produza, produza,
produza, produza, produza, produza,
produza, produza, produza, produza,
produza, produza, produza,
produza, produza, produza,
produza, produza, produza,
produza, produza,
produza, produza,
produza, produza,
produza,
produza,
produza,
produza...
produza, produza, produza, produza, produza,
produza, produza, produza, produza, produza,
produza, produza, produza, produza, produza,
produza, produza, produza, produza, produza,
produza, produza, produza, produza, produza,
produza, produza, produza, produza, produza,
produza, produza, produza, produza, produza,
produza, produza, produza, produza,
produza, produza, produza, produza,
produza, produza, produza, produza,
produza, produza, produza, produza,
produza, produza, produza,
produza, produza, produza,
produza, produza, produza,
produza, produza,
produza, produza,
produza, produza,
produza,
produza,
produza,
produza...
Caso não produza, tem mais cinco famintos pelo seu cargo. 9 milhões de habitantes, né?
E as mulheres? Só tem tribufu. Nunca vi lugar que concentre tanta mulher feia por metro quadrado. Mulheres mal dormidas, mal comidas, mal cuidadas. Se encontra uma bonitinha pode ter certeza que mora naquela mansão no Morumbi e tem duas Lassies como cachorro. Além de um Civic. Só dela. Pra comer essa buceta, tem que ter carteira recheada.
Acima de tudo São Paulo é essa falta de humanidade. E tem gente que fica com pintinho duro por dizer que mora aqui. Faça-me o favor! Você não vive. Você é uma existência vazia como a cidade que se afasta pelo horizonte, cheia de desigualdade, mal planejamento, políticos corruptos e tudo caro, muito caro.
E aí há quem pergunte: Não tá satisfeito? Porque não sai?
Eu SAIRIA. Mas tem quatro coisas que me prendem a essa cidade. E duas não consigo me livrar.
Resumindo, sou um prisioneiro de um local que odeio.
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