Será que era pra eu ser tão diferente deles?

Hoje fui pra Anime Dreams, um dos eventos de anime principais do ano. Eu percebi que não achava mais graça no ano passado. Nesse ano mal fiquei duas horas lá. E pensar que antes eu nem dormia direito de tanta ansiedade. Mas já se foram uns 10 anos desde então...

Como era próximo ao Anália Franco peguei uma van do Carrão até lá. No caminho vi umas duas japas gostosas, mas dentro da condução um infeliz estava ouvindo música sem fones de ouvido. E não era funk. Era trilha sonora de anime. Eu reconheci a do Death Note e uma das trezentas do Fullmetal Alchemist.

Vi uma das gostosas olhar torto pra ele - estava REALMENTE alto.

E ele nem aí. O cara parecia ser bem mais velho que eu. Estava com uma pulseira do dia anterior do evento, uma mochila (artigo essencial da "tribo") e um nunchaku de plástico.

Fiquei com medo de mim mesmo. Pensei que eu poderia ser um deles. E lembrei que todas as coisas que curto, como Cavaleiros do Zodíaco, Rurouni Kenshin, X/1999 e outros simplesmente hoje são coisas de velho, perto dos atuais e desconhecidos por mim Gantz, Bleach e Code Geass.

Pensei: deixa o cara ser feliz, não está fazendo nenhum mal a ninguém (ou não diretamente) mas o meu medo era ser meio bitolado, nesse estilão de nerd virgem e bobo, sem a sociedade e tudo mais falando pra eu deixar isso, me encaixar num padrão de comportamento pra ser aceito.

Acho que comecei a enxergar as milhões de possibilidades que a gente tem na vida. A gente meio que escolhe, acho que deve existir coisas de karma, mas grande parte a gente escolhe. Eu escolhi deixar de lado meu lado nerd pra ser "aceito socialmente", mas... Até quando isso é válido - principalmente os prós e contras dessa escolha?

Não estou dizendo que o pobre nerd de 33 anos do ônibus seja infeliz. Mas eu gostaria de algumas coisas (ou elas foram colocadas na minha cabeça como coisas corretas) que pra buscar tive que deixar esse meu lado otaku, de fanático por animação nipônica. E mesmo os das antigas que curta, deveria fechar o bico e fingir que não conheço - caso contrário acho que não conquistaria algumas coisas.

Escolhas, né?
Sempre influenciando na nossa personalidade. E no futuro.

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