Busca por padrões.
Os gregos! Sempre eles. Estava ouvindo a crítica do Arnaldo Jabor hoje sobre o grande vencedor do Oscar, o filme O Artista, que, na opinião dele, veio com a promessa de ser um filme que criticasse as produções com investimentos milionários em efeitos visuais com um filme mudo, feito no modo das antigas, mas não parece ter sido assim. Ele diz que continua um filme que segue os padrões de Hollywood e não tem o amor pela sétima arte e sim, pelo dinheiro.
Os gregos sempre procuraram um padrão. Diziam que devia ter um padrão para a arte, para as vestimentas, para o comportamento e para as leis. Eles diziam que uma sociedade devia buscar cada vez mais o homogêneo para se estabelecer.
Tome como exemplo aquelas concepções de futuro que sempre nos foram pregadas: de um mundo onde tudo teria aquele branquinho da Apple, nossas casas, nossas roupas seriam leggins brancas, todos seriam iguais. Parece que o período modernista mudou esse ponto de vista criando a nós uma noção de que seríamos livres. Livres pra sermos o que quisermos e fazermos o que quisermos.
Mas parece que o negócio não é bem assim.
Essa imagem eu achei há um tempinho nesse link. Um maluco aí pegou obras nús famosas e retocou, dando uma siliconada e algumas lipoaspirações para deixá-las próximas a um padrão de beleza atual. Bom, ele pegou algumas fáceis, queria ver transformar as gordinhas do Renoir.
Houve alguns críticos antigos de arte, principalmente quando o cinema começou a fazer sucesso (isso lá no começo do século XX) que diziam que o cinema japonês deveria ser o melhor. Deveria. Disse que uma vez que o Japão ficou durante séculos isolado culturalmente e geograficamente (isso até o Comodoro Perry "invadir" pra comer umas japas) conseguiu desenvolver uma arte sem influências, sem a busca por esse padrão, mas ele se perdeu e, se seu cinema tivesse absorvido, a coisa seria boa.
Bom, ele não conheceu o Akira Kurosawa, provavelmente.
Mas se O Artista segue ainda os padrões clichês de Hollywood, seria da natureza humana procurar sempre fazer um padrão por mais que a sociedade diga que somos livres pra fazer o que quisermos e do jeito que quisermos?
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