Livros 2012 - #7 - Admirável Mundo Novo
Faz uns oito anos que meu pai comprou esse livro. Na época cheguei a ler, achei interessante, porém foi apenas até os primeiros capítulos. Pensei que o livro era apenas sobre manipulação biológica, que não teria nenhum enredo, mas ainda bem que estava errado.
Tinha um grande amigo na adolescência que dizia que esse livro era o seu favorito. Ele era um leitor muito mais voraz que eu, devo admitir. E hoje, já que terminei a leitura, consigo dizer o porquê dessa ficção científica ser considerada um dos melhores livros já escritos.
Basicamente a mensagem que o livro quer passar é que o ser humano é um ser frustrado. Se temos fome, comemos, mas sofremos pela fome, um exemplo bem básico. Numa sociedade evoluída as pessoas não precisariam passar fome pois teriam sempre comida lá. Logo, você supre a necessidade, e não existem coisas ruins. Se tem fome, tem comida. Se quer sexo, pode comer qualquer uma que é liberado. Se quer viajar, vai lá e seja feliz.
Pra muita gente parece algo muito bom, mas... francamente, acha mesmo que deixar de sofrer é algo bom? Muitas vezes a gente só acha as coisas boas da vida exatamente porque a gente encontra as ruins.
E aí acaba virando uma fuga dos problemas, quando não temos sequer a opção de enfrenta-los. As pessoas deixam de crescer, pois estão acostumadas ao mesmo, querem continuar fazendo o mesmo pelo resto de suas vidas e não conseguem enxergar algo diferente, pois todo mundo faz a mesma coisa e é natural isso. Até mesmo as pessoas não são geradas por sexo, e as mulheres já nascem estéreis nesse mundo "perfeito".
O protagonista do livro (que acaba aparecendo só muito depois) é o John, filho de Linda, que era uma mulher que vivia na civilização e acabou perdida e vivendo junto de uma tribo de selvagens. Selvagens na verdade que são como nós, e acabou vivenciando a velhice, a doença, a fome e até mesmo dando a luz a uma criança (já que absolutamente todos são produzidos in vitro).
E o garoto contesta isso tudo. Ele diz que, mesmo que tenha que sofrer, ele opta em sofrer do que fugir do sofrimento. Quer ficar sozinho, quer se apaixonar, quer amar sua mãe, quer ser humano no modo natural, e não como um membro dessa sociedade.
Interessante isso. Não sabia que o livro ia ser tão bom.
Se existe a possibilidade disso ocorrer? Não acredito que não estamos muito longe não. Pessoas hoje são cansadas, trabalham muito, assistem muita tevê (ou ficam demais na internet) e esquecem de questionar o mundo, aprender algo novo, ou mesmo ler algo que enriqueça que não seja tirinhas com memes.
Mas existem algumas coisas que acho que serão difíceis de se mudar. A sociedade moderna usa muito do modelo romano pra se fixar. Uma sociedade com deveres e equipamentos públicos, baseada nos prazeres da gastronomia e do sexo, que permite uma liberdade dentro de certos leis. O mundo de Admirável Mundo Novo é algo muito aquém de uma sociedade que tenta usar apenas tecnologia de ponta quando a gente vive na verdade numa Roma em pleno século XXI.
Não tem diferença alguma. A base da sociedade tá nesses moldes, e esse sim teria que ser quebrado pra trazer essa realidade à tona. Mas enfim, é um bom livro, anyway. Gostei!
Tinha um grande amigo na adolescência que dizia que esse livro era o seu favorito. Ele era um leitor muito mais voraz que eu, devo admitir. E hoje, já que terminei a leitura, consigo dizer o porquê dessa ficção científica ser considerada um dos melhores livros já escritos.
Basicamente a mensagem que o livro quer passar é que o ser humano é um ser frustrado. Se temos fome, comemos, mas sofremos pela fome, um exemplo bem básico. Numa sociedade evoluída as pessoas não precisariam passar fome pois teriam sempre comida lá. Logo, você supre a necessidade, e não existem coisas ruins. Se tem fome, tem comida. Se quer sexo, pode comer qualquer uma que é liberado. Se quer viajar, vai lá e seja feliz.
Pra muita gente parece algo muito bom, mas... francamente, acha mesmo que deixar de sofrer é algo bom? Muitas vezes a gente só acha as coisas boas da vida exatamente porque a gente encontra as ruins.
E aí acaba virando uma fuga dos problemas, quando não temos sequer a opção de enfrenta-los. As pessoas deixam de crescer, pois estão acostumadas ao mesmo, querem continuar fazendo o mesmo pelo resto de suas vidas e não conseguem enxergar algo diferente, pois todo mundo faz a mesma coisa e é natural isso. Até mesmo as pessoas não são geradas por sexo, e as mulheres já nascem estéreis nesse mundo "perfeito".
O protagonista do livro (que acaba aparecendo só muito depois) é o John, filho de Linda, que era uma mulher que vivia na civilização e acabou perdida e vivendo junto de uma tribo de selvagens. Selvagens na verdade que são como nós, e acabou vivenciando a velhice, a doença, a fome e até mesmo dando a luz a uma criança (já que absolutamente todos são produzidos in vitro).
E o garoto contesta isso tudo. Ele diz que, mesmo que tenha que sofrer, ele opta em sofrer do que fugir do sofrimento. Quer ficar sozinho, quer se apaixonar, quer amar sua mãe, quer ser humano no modo natural, e não como um membro dessa sociedade.
Interessante isso. Não sabia que o livro ia ser tão bom.
Se existe a possibilidade disso ocorrer? Não acredito que não estamos muito longe não. Pessoas hoje são cansadas, trabalham muito, assistem muita tevê (ou ficam demais na internet) e esquecem de questionar o mundo, aprender algo novo, ou mesmo ler algo que enriqueça que não seja tirinhas com memes.
Mas existem algumas coisas que acho que serão difíceis de se mudar. A sociedade moderna usa muito do modelo romano pra se fixar. Uma sociedade com deveres e equipamentos públicos, baseada nos prazeres da gastronomia e do sexo, que permite uma liberdade dentro de certos leis. O mundo de Admirável Mundo Novo é algo muito aquém de uma sociedade que tenta usar apenas tecnologia de ponta quando a gente vive na verdade numa Roma em pleno século XXI.
Não tem diferença alguma. A base da sociedade tá nesses moldes, e esse sim teria que ser quebrado pra trazer essa realidade à tona. Mas enfim, é um bom livro, anyway. Gostei!
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