Estender a compaixão a todos.

Um dos bodhisatvas (pessoas que alcançaram a iluminação depois do Buda) venerados além do Avalokiteshvara é o Jizô (em japonês), também conhecido como Ksitigarbha (leia com calma, não é um monte de palavras aleatórias, é Ki-si-ti-gar-ba).

No Japão ele em geral é colocado junto de uma criança, pois existe a crença de que ele proteja crianças pequenas. Parece o Santo Antônio de Pádua, né?

Mas o papel desse nobre bodhisatva não é apenas resguardar pelas crianças. É algo muito além disso.

Enquanto o Avalokiteshvara fez o voto de compaixão de todos que entram no caminho budista, o Ksitigarbha protege exatamente as pessoas de fora.

O caminho budista, especialmente nós que praticamos o Grande Veículo, isso é, divulgar o ensinamento para tentar ajudar o maior número de pessoas possível, nos inspiramos muito no Ksitigarbha.

Ele é o bodhisatva que fez o voto de ajudar a todos chegarem na iluminação até que o inferno não esteja mais com ninguém. Pra isso ele aguenta chuva, calor, frio, tudo. Tudo pra continuar em frente e guiar todas as pessoas que querem chegar lá conseguirem.

Seguir um caminho de Grande Veículo ás vezes é algo um bocado frustrante. A gente aprende o budismo, e entende que o Ensinamento é algo grande, muito grande pra morrer apenas dentro da gente. Por isso a gente tenta ajudar as pessoas usando os ensinamentos que a gente aprende. E os ensinamentos não dizem respeito a meditações, ou você patrocinar uma igreja. Os ensinamentos dizem respeito ao karma (ações) onde só podemos limpar o karma ruim nosso por meio do karma bom.

Por isso o maior ensinamento é ser bondoso com todos. Ás vezes só de você ouvir o problema de alguém você estará ajudando. E nos inspiramos exatamente no Ksitigarbha. Vamos aguentar sol e chuva, neve e tempestades, furacões ou ferimentos, tudo para que possamos ser bons com mais uma pessoa. E essa pessoa espalhe essa felicidade, e essa felicidade seja como uma luz que ilumina o mundo.

Lindo, né? =)

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