Diários Nipônicos - #1 - O embarque.
O dia inteiro minha mãe ficou chorando. Parece que é coisa
de mãe mesmo ficar preocupada com o filho. Nesse momento em que escrevo isso
estou no avião, em território russo, indo em direção a Narita.
A ida foi tranquila. E bem entediante, tenho que admitir. O
avião só saiu de Guarulhos às 22h30. Quando cheguei em Frankfurt era por volta
das 10h30 no Brasil. Doze horas dentro de um avião não é pra qualquer um, tenho
que admitir. Quando fui pro Rio, num voo tranquilo de pouco menos de uma hora,
pensei comigo mesmo que até que não deve ser tão chato ficar trancado num
avião. Erro meu, é um pé no saco.
E com um agravante que eu sou um cara alto. O joelho vai
chegar em frangalhos depois dessas vinte e quatro horas de voo.
Quando cheguei em Frankfurt fui visitar os Duty Free. De
fato, muita tentação, mas não achei as coisas tão a preço de banana como muitos
diziam. Mas tinham marcas ali que nem mesmo no Brasil se vê sempre.
Comprei um lanche no McDonald’s alemão, com fritas e refrigerante.
Meu maior medo foi que me disseram no GRU que era pra eu ir
pro balcão da ANA (All Nippon Airways) pra trocar meu ticket de embarque.
Porém, para passar pro guichê da ANA tinha que passar pelo controle de
passaporte e entrar oficialmente em território alemão. Fui me informando em
diversos lugares, mesmo que diversas pessoas tivessem um inglês péssimo!
Mas consegui embarcar tranquilamente em outro voo que
atrasou.
Falei com meus pais e a Ligia. Uma coisa bacana é que as
aeromoças japonesas tem um quê de simplicidade. Não tiram o sorriso do rosto
nunca, e é até que um bocado meigo a maneira com que falam inglês. E todas gatíssimas!
Tem uma alemã aqui que fala japonês muitíssimo bem!
Uma coisa que achei engraçado foi que de fato o avião faz um
trajeto curvo. Nós quando vemos o mapa em geral vemos ele reto, mas esquecemos
que a Terra é redonda. Logo, o caminho mais rápido pra atravessar de Frankfurt
pra Tóquio seria mesmo numa curva ascendente.
Quando cheguei enfim em Narita passei tranquilo pelo controle
de passaporte. Peguei o Limusine Bus direto pra Tachikawa. No caminho, devido
ao trânsito caótico japonês junto do meu cansaço ao extremo, acabei capotando.
Quando acordei já estávamos em Tachikawa, e eu desesperado pra saber se tinha
passado o ponto. Minha sorte é que tinham umas pessoas bem simpáticas atrás de
mim que me ajudaram.
Desci, peguei um táxi e cheguei no dormitório. Agora é só
esperar e dormir. Achei engraçado a cara das pessoas quando souberam que eu vim
do Brasil. Dois dias atrás eu ainda estava em São Paulo. Agora estou no Japão.
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