Diários Nipônicos - #12
Logo pela manhã fui pro Ogen’in ver uma cerimônia em
homenagem ao guardião celestial Bezaiten. Fomos juntos com todos os outros
assistentes do Saito Homa.
Todos nós decidimos receber sesshin. Seria o último que
receberíamos antes da nossa partida de volta pros nossos países. E eu fui
receber também.
Cerimônia ainda nem tinha começado e uma simpática senhora
veio falando comigo em português. Era a Lina-san e seu esposo Mario, que eu
somente conhecia pois havia ouvido falar deles lá no Brasil. Eles moram
pertíssimo de Oyasono, a sagrada matriz do budismo Shinnyo.
Conversamos um pouco e pude sentir que mesmo eles estando
longe do Brasil ainda nutriam o mesmo carinho pela nossa terra e pelos
seguidores de lá.
Terminou a cerimônia e fui receber o sesshin. A orientação
foi relacionada a elevação espiritual: “Pessoas passam por dificuldades, e
quando a gente supera nascem flores dentro da gente. As flores dentro da gente
só nascem quando superamos todos os obstáculos por algo melhor. Isso é felicidade.
Isso é kangi. Compartilhe isso, seja um incentivador para as pessoas do seu
país, leve essa energia, seja o exemplo e encoraje as pessoas a continuarem se
superando que você alcançará um nível de bodhisatva”. Essa orientação me fez
chorar quase tanto quanto foi no primeiro sesshin que recebemos lá no anexo de
Shinchoji no lago Kawaguchi.
Quando vi a chinesinha Kimi dando tchau pra mim ao longe com
sua mãe não sei, mas se alguma maneira sabia que ali não seria uma despedida
pois ela estava saindo do Ogen’in, mas sim que ela voltaria e provavelmente
passaríamos um longo tempo sem nos vermos. Provavelmente estava na pressa pois
iria embarcar logo pra Taiwan. Gostaria de ter me despedido dela.
Depois fui andar um pouco em Tachikawa com a Elza Sonoda procurando
uns cosméticos da minha mãe, mas depois do sesshin eu estava muito cansado e
voltei pro dormitório pra tirar um cochilo.
Pela noite fui convidado pela Lina-san pra um almoço super
brasileiro na casa dela. Gostei bastante, foi ótimo e já estava meio que me
sentindo no Brasil já. Agendamos um táxi pra me pegar pro Palace Hotel em
Tachikawa pro outro dia pra enfim voltar pro Brasil pra contar todas as
novidades e compartilhar com eles toda essa energia grandiosa que pude sentir
lá.
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