Diários Nipônicos - #10
O dia começou bem. Fiz a ablução que fazemos todos os dias
durante o treinamento e pegamos o ônibus direto pro templo anexo de Shinchoji.
Fomos todos vestidos de trajes sociais e assistimos a apresentação japonesa do
Saito Homa.
Porém, antes disso, fomos até o templo onde usualmente a
flecha é lançada sobre e cumprimentamos os bustos dos Sooya-sama e
ryodoji-sama. Descemos e seguimos em direção ao templo onde está entronizada a
imagem do Buda em Nirvana e ficamos sentados no balcão esperando a apresentação
começar.
Foi difícil conter a emoção quando apareceu escrito “Saito
Homa Service – Shojushin’in Centennial” e depois a vinheta do Shinnyo Reiso
100. Logo começou e podemos ver a cerimônia deles.
Todos eles são graduados, são em grande maioria reinoshas. A
cerimônia correu tudo bem, e vi Naohiro, o rapaz que me treinou a como usar o
machado, fazendo sua parte de maneira muito boa.
Depois fomos almoçar e trocamos de roupa para ensaiarmos.
Ensaiamos tudo desde o começo duas vezes, e nas duas fizemos
de maneira muito boa. Antes porém o Kenichi-san, um outro que também estava me
ajudando na arte do machado, veio a mim e me deu mais algumas críticas –
construtivas é claro – sobre como usar o machado. Porém eu estava nervoso, pois
eram muitos detalhes pra lembrar um dia antes da cerimônia. Mas eu prometi pro
Nico que faria meu melhor, não importa como fosse, iria fazer com meu coração,
em prol dos seguidores do Brasil.
Fui jantar bem nervoso. Um dos reinoshas que estavam no grupo,
Boris Ho, e outra reinosha, a Sarojini estavam do meu lado e a primeira coisa
que ele disse pra mim foi: “Alain, não fique nervoso. Shinnyo Keishu-sama não
vai te reprimir se você errar, muito pelo contrário, o coração dela é cheio de
compaixão. Ela vai te entender”.
E isso foi como tirar um grande peso das minhas costas.
Ficamos ainda conversando muito, Boris é um cara muito inteligente. Voltamos
pro Fujikyu Hotel pra nos prepararmos para o último grande dia.
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