V - O Hierofante.



5 de julho de 2000
16h41

"Lembro-me até hoje do dia em que tive que decidir quem seria meu sucessor. Era entre você e Dietrich".
"Sim, senhor. É por isso mesmo que eu vim aqui. Eu gostaria de sair".

"O quê? Arch! É a nossa chance de escrevermos um capítulo na história! Olhe pra mim, eu estou morrendo! Esse câncer está me consumindo, e sinto que não tenho muito mais tempo de vida, por isso eu e Schultz confiamos em você!".

Esse foi um pedaço da conversa que houve entre o Coronel e Arch, ouvido por Lucca. Alguns dias depois o velho foi sequestrado e não resistiu ao cativeiro, sucumbindo em poucos dias. Arch assumiu o posto de líder ainda muito jovem.

Existem duas chaves para a Dawn of Souls. Uma das chaves é uma senha, uma única palavra, que deve ser dita pelo próprio Coronel. A outra chave pertence ao Arch, cujo paradeiro é desconhecido.

"Rápido, Al! Ele está fugindo!", ela disse pra mim, apontando para que eu corresse. O local estava uma bagunça, parecia que um exército inteiro havia baixado no local, embora fosse apenas alguns homens da SAS.

Eu estava segurando Yuri. A Dawn of Souls estava lá. A Scotland Yard usou Dietrich pra encontra-la, e ideia era me usar para tomar dele e depois destruirmos de uma vez. Dietrich corria desesperadamente pelos corredores.

"Vá, Al. Deixe-me aqui.", sussurrou Yuri.

"Ei, Yuri! Cala essa boca! Tá me menosprezando, é? Eu não vou te deixar aqui...", nessa ela ela puxou Yuri, que estava apoiando em mim, totalmente ferido. Ela olhou nos meus olhos e disse firmemente:

"Vá, moleque. Deixe o Yuri comigo", disse a garota de cabelo lilás.

Mas não daria tempo.

Agora a Dawn of Souls estava perdida. Dietrich colocaria as mãos e daria um jeito de abri-la. Mas e com o velho e Arch mortos? Eu fui correndo, com alguns homens da SAS atrás de mim. Lembro que o nome do primeiro era Simmons, algo assim. Mas o meu medo era o que Dietrich teria deixado no caminho.



Duas enfermeiras estavam cuidando daquele homem na cadeira de rodas. Ele parecia alguém muito próximo da morte. Permanecia com os olhos abertos, piscando uma vez ou outra. Não tinha cabelos. Sua cadeira de rodas era uma verdadeira nave: soro, medicamentos, monitores cardíacos.

De alguma forma aquele velho tinha que permanecer vivo. E aquele aparato todo era para mantê-lo em algum regime bizarro de subsistência. Sua respiração se dava por máquinas. Seus dois braços estavam com coisas ingeridas. Um estado vegetativo ao extremo.

De súbito Dietrich abre a porta. Ele se aproxima do cofre que existia naquela sala escura e úmida. Estava ofegante.

Nada poderia para-lo naquele momento. No lugar mais protegido da Scotland Yard seu maior inimigo adentrara. E agora ele iria colocar suas mãos em tudo o que ele buscara em tanto tempo.

É o fim. Ele venceu. Não... Ainda não, Dietrich. Eu posso estar aqui nesse estado, mas... Eu ainda estou aqui. E não vou deixar que nada de ruim aconteça, pois eu ainda sou um guardião da commonwealth!

Aquele corpo que antes estava em estado vegetativo começa a se mexer. Seus músculos estavam atrofiados, e seu cérebro parecia estar dando o último suspiro. As enfermeiras ficaram assustadas com a súbita ação - fazia meses que seu único movimento era abrir e fechar os olhos.

O coração dele começou a bater cada vez mais forte.

Dizem que o corpo humano quando deseja a morte, apenas o desejo é capaz de fazer um coração morrer. Nesse momento não existe instintos, não

O dreno da sua boca fazia um barulho estranho. E da sua garganta saía um grito agonizante. De alguma forma aquele som me guiou até sala.

As enfermeiras tentavam segurá-lo mas era tarde. Esse foi o último suspiro do velho Coronel.

Ele havia se suicidado.

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