Antes de pensar em direitos, pensar em educação.
Estava vendo agora a entrevista do pastor Feliciano no Agora é tarde. Independente do que as pessoas pensem dele, uma reflexão é sempre baseada na análise imparcial dos fatos. Em algum momento ele falou algo como se a sociedade brasileira não está pronta pra aceitar pessoas homossexuais, que não seria apenas ele que não as aceita.
Fiquei pensando sobre isso.
E na verdade ainda estou pensando.
De fato, grande parte das pessoas ligadas ao movimento gay são pessoas de elite. Pessoas no Brasil confundem, pensam que a "elite" aqui são os malucos super ricos, pois erroneamente as pessoas usam o padrão americano de consumo. Mas, se você tem seu carro, um nível superior (mesmo que numa UniNada da vida), mora numa casa com reboco você já é elite.
São Paulo, o grande motor da economia brasileira é uma cidade que aprendeu bastante a respeitar gays. Isso é ótimo se você é um funcionário de uma empresa, morando na Vila Mariana, tirando seus R$9,800 em média por mês. Você ter um curso superior e entender que não se luta por fim de preconceito apenas, mas sim pelo direito das pessoas poderem amar quem elas quiserem. Simples!
Mas na mesma cidade, se você considerar que grande parte da sua população mora no subúrbio, com pessoas com no máximo um ensino fundamental completo numa escola estadual, trabalhando com empregos operacionais tirando pouco mais de R$600 mensais, morando em favelas, acho que o ponto em questão muda bastante. Lá, dentro da mesma cidade, existe preconceito. E muito. Uma coisa é assumir ser gay em um "apê pago pelo papito" na Chácara Klabin. Outra coisa é assumir ser homossexual no meio de uma favela no Jardim Aracati. É extremamente difícil achar gays na região da periferia (dadas as suas proporções).
Eu vi uma reportagem dizendo que existem mais casais gays na periferia. Ele compara os números do Itaim Bibi, com 118. O Jardim Angela, tem 95. Porém, a população do Itaim é de pouco menos de oitenta mil pessoas, contra as quase 300 mil do Jardim Ângela. Pro Jardim Angela ter o mesmo número na proporção do Itaim, teria que ter 442 casais. Simples regra de três.
E se formos mais distante ainda?
Por exemplo, aquele senhorzinho que mora numa fazendinha no meio de Colorado do Oeste, em Rondônia. Numa pequena chácara, um vovôzinho estaria preparado pra ver dois homens se pegando? Ou mesmo que seja um jovem. A resposta é não. Se na própria cidade de São Paulo, polo dessas pessoas mais graduadas existe preconceito, imagina na Colorado do Oeste com seus pouco menos de vinte mil habitantes?
Sabe gente, é ótimo. Eu apoio completamente os direitos da classe GLBT, mesmo eu sendo hétero. Mas a realidade infelizmente é como o Feliciano disse, a sociedade não está pronta. Apenas nós, da elite, que aceitaríamos isso. A grande maioria da sociedade, independente de ser evangélico ou qualquer coisa, ainda precisa de muita educação pra chegar nesse patamar de aceitar.
A lei assegura, mas sem a sociedade educada o suficiente antes, a coisa complica.
Fiquei pensando sobre isso.
E na verdade ainda estou pensando.
De fato, grande parte das pessoas ligadas ao movimento gay são pessoas de elite. Pessoas no Brasil confundem, pensam que a "elite" aqui são os malucos super ricos, pois erroneamente as pessoas usam o padrão americano de consumo. Mas, se você tem seu carro, um nível superior (mesmo que numa UniNada da vida), mora numa casa com reboco você já é elite.
São Paulo, o grande motor da economia brasileira é uma cidade que aprendeu bastante a respeitar gays. Isso é ótimo se você é um funcionário de uma empresa, morando na Vila Mariana, tirando seus R$9,800 em média por mês. Você ter um curso superior e entender que não se luta por fim de preconceito apenas, mas sim pelo direito das pessoas poderem amar quem elas quiserem. Simples!
Mas na mesma cidade, se você considerar que grande parte da sua população mora no subúrbio, com pessoas com no máximo um ensino fundamental completo numa escola estadual, trabalhando com empregos operacionais tirando pouco mais de R$600 mensais, morando em favelas, acho que o ponto em questão muda bastante. Lá, dentro da mesma cidade, existe preconceito. E muito. Uma coisa é assumir ser gay em um "apê pago pelo papito" na Chácara Klabin. Outra coisa é assumir ser homossexual no meio de uma favela no Jardim Aracati. É extremamente difícil achar gays na região da periferia (dadas as suas proporções).
Eu vi uma reportagem dizendo que existem mais casais gays na periferia. Ele compara os números do Itaim Bibi, com 118. O Jardim Angela, tem 95. Porém, a população do Itaim é de pouco menos de oitenta mil pessoas, contra as quase 300 mil do Jardim Ângela. Pro Jardim Angela ter o mesmo número na proporção do Itaim, teria que ter 442 casais. Simples regra de três.
E se formos mais distante ainda?
Por exemplo, aquele senhorzinho que mora numa fazendinha no meio de Colorado do Oeste, em Rondônia. Numa pequena chácara, um vovôzinho estaria preparado pra ver dois homens se pegando? Ou mesmo que seja um jovem. A resposta é não. Se na própria cidade de São Paulo, polo dessas pessoas mais graduadas existe preconceito, imagina na Colorado do Oeste com seus pouco menos de vinte mil habitantes?
Sabe gente, é ótimo. Eu apoio completamente os direitos da classe GLBT, mesmo eu sendo hétero. Mas a realidade infelizmente é como o Feliciano disse, a sociedade não está pronta. Apenas nós, da elite, que aceitaríamos isso. A grande maioria da sociedade, independente de ser evangélico ou qualquer coisa, ainda precisa de muita educação pra chegar nesse patamar de aceitar.
A lei assegura, mas sem a sociedade educada o suficiente antes, a coisa complica.
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