Doppelgänger - #9 - Despertar.

Nezha estava preso em algo escuro. Não conseguia abrir os olhos, nem se mexer.

Mas ele conseguia sentir algo no seu corpo. Mesmo que inconscientemente.

Seres humanos sonham em preto e branco. E ele via várias pessoas em rápidos flashes embaçados.

E de novo, aquela japonesa.

Mas onde ele tinha parado mesmo? Ele estava seguindo uma mulher dentro do complexo presidiário, é mesmo!

Porém, ele não se lembra de nada depois daquilo. E mesmo agora, não entendia o que era aquilo, ou onde ele estava.

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Uma luz forte estava incidindo sobre seu rosto. Nezha estava deitado numa cama hospitalar, semi-inclinada. Ao seu redor via o que parecia ser uma enfermaria. Seus braços estavam atados à cama. Sua cabeça ainda estava demorando pra entender o que estava acontecendo.

Momentos atrás ele estava correndo atrás de uma mulher que ele parecia conhecer.

E agora estava ali.

Nezha fez um esforço com seus braços, e conseguiu livrar seu braço esquerdo. Foi aí que ele percebeu que estava completamente nu, e uma atadura imensa na área do abdome. Um bilhete estava ao lado da sua cama. Dizia para não mexer na atadura.

Com certeza haviam mexido no corpo dele. Mas ele não se lembrava de nada. Nem mesmo sentia dor.

Nessa hora um guarda entrou na sala, e Nezha correu pra se esconder embaixo da cama.

"Ei garoto, você está bem?", era Alexei.

"Alexei. O que diabos aconteceu?".

"Garoto, eu disse pra você. A partir do momento que você passou daquele túnel você está entrando num mundo diferente de lá fora. Mas eu já estou começando a entender o que está acontecendo", disse Alexei.

"Hã? Como assim? Claro que isso é o mundo real, e isso é apenas uma missão!", disse Nezha.

"É uma missão. Mas você deve se despir de todo preconceito. A partir do momento que você pensar que algo não existe, ou que algo é impossível, é quando você cairá na armadilha deles. Por isso, abra os olhos".

"Alexei... Eu não estou entendendo mais nada! O que diabos tem essa pessoa que eu tenho que resgatar aqui? Estou começando a suspeitar que ela nem mesmo exista!", disse Nezha, revoltado.

Nessa hora Alexei se levantou. E com sua mão, desferiu um soco na cara de Nezha, que caiu no chão e olhou pra Alexei com uma cara de quem não estava entendendo nada.

"Isso talvez te mostre que isso tudo não é um sonho...", disse Nezha.

Nezha continuava mudo.

"Escute, garoto. Você não achou estranho que em uma prisão de segurança máxima não tenha quase nenhum guarda andando, todas as câmeras estejam desligadas e a os prisioneiros imersos num imenso sono?".

O jovem Nezha começou a ligar os pontos. Aquilo era estranho mesmo.

"Coloque suas roupas. Como eu disse, os noBODIES entraram. Um deles é um psíquico, extremamente forte em telecinese. Foi ele que fez a armadilha e te colocaram aqui. Provavelmente estavam procurando algo dentro de você, mas não encontraram".

Nezha ficou pálido. Ele ainda não tinha tomado ar pra falar nada desde que tomara aquele soco. Parecia que estava acontecendo um imenso choque de realidade e que agora era o momento de despertar.

"Aqui está o cartão magnético que eu tinha te dado pra acessar o subsolo 1. Vamos nos falando via rádio. Eu registrei a frequência de uma parceira minha".

Os dois entraram na comunicação via rádio, em grupo:

"Nezha, essa é minha parceira. O nome dela é Victoire", disse Alexei.

"Victoire?! Como assim?!", disse Nezha, abismado.

"Olá Nezha, prazer em conhecê-lo", disse Victoire, via rádio.

"Victoire vai te ajudar depois que você entrar no subsolo. Por favor, confie nela".

Alexei saiu da sala. Nezha viu o número de conexão de Victoire. Agora sim que aquilo tudo fazia menos sentido ainda pra ele.

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