Doppelgänger - #15 - Disavowed.
"Merda... Me pegaram!", gritou Victoire ao sair do esconderijo.
Ela havia sido acertada no braço, com um tiro. Al correu e a colocou em seus braços, e a levou pra fora o mais rápido possível.
"Você vai ficar bem. Foi um tiro no braço. Vamos andando".
Agatha usou seu celular e pediu um carro, que já estava aguardando-os algumas esquinas longe dali. Os quatro entraram rapidamente no carro.
"Conheço um bom médico. Pode ficar tranquila, estamos indo pra lá agora. Al, eles eram soldados ligados à Interpol. Isso só significa uma coisa..."
"Fomos chutados pra fora do jogo", disse Al.
"Como é?", perguntou Nezha.
"Nos termos que usam, nosso atual estado é Disavowed. Significa que estamos oficialmente desligados, e qualquer ação nossa a partir desse momento é ilegal. Aqueles soldados não queriam nos matar, mas como tentamos nos defender, eles atiraram contra. Isso significa que temos um inimigo a mais", disse Agatha, enquanto rasgava um pedaço de pano pra amarrar no braço ferido de Victoire.
"Mas porquê isso do nada? Isso que eu não entendo. Deve ter acontecido alguma coisa", disse Al. Todos ali pareciam atônicos, exceto Agatha, que mantinha a calma, fazendo contatos, "Acho que não devemos parar agora. Se formos até o final vamos descobrir o que aconteceu para os agentes estarem atrás de nós".
Agatha virou seu iPad e mostrou que estava conversando via Skype com uma pessoa. Seu nome era Spirit. Não consegui ler o que estavam falando. Falavam em holandês.
"Esse é um amigo. Ele está devendo um favorzinho pra mim. Vamos visitá-lo em Amstelveen".
- - - - - - - - - - - - - -
A casa era bem comum. Seguia o estilo das outras casas da vizinhança de Amstelveen. Ao entrar na casa, vários pôsteres colados na parede, todos do famoso personagem de Will Eisner, o detetive Spirit. Aquilo parecia piada. Um homem de jaleco branco estava perto da entrada, sentado num sofá, veio em direção deles.
"Aqui está ela. Pode dar um jeito no braço dela?", disse Agatha, apontando pra Victoire. O médico foi até ela, e a levou para o sofá, onde alguns medicamentos já a esperavam.
"Esse é o Spirit?", perguntou Nezha.
"Não. Sou eu!".
Desceu um rapaz cheio de espinhas na cara, não parecia ter mais de dezesseis anos. Cabelo loiro bagunçado, um grande moletom da GAP e calças jeans azuis. Estava vestindo apenas meias. E pra completar o visual, ele vestia uma máscara preta no olho, similar ao personagem Spirit, do Will Eisner.
"Como vai Agatha! Se você veio até mim, significa que a coisa realmente está preta!", disse Spirit.
"Mas ele é um... Garoto!", disse Nezha.
Spirit se sentiu profundamente ofendido. Foi em direção de Nezha e deu um empurrão nele, assustando-o. De fato, ele parecia bem mais forte que a aparência.
"Quem disse que sou um moleque? Vê se enxerga, rapaz! É apenas a minha aparência, isso não tem nada a ver com a minha idade real", disse Spirit, que foi parado por Agatha, que colocou sua mão no seu ombro.
"Spirit, preciso de sua ajuda. Precisamos de uma pista inicial pra chegarmos num grupo de criminosos. Temos pouca informação, mas acho que você pode ajudar", disse Agatha, entregando uma pasta com os documentos que já tinham.
- - - - - - - - - - -
Três horas se passaram. Spirit ofereceu comida e um café. Ele havia subido as escadas e não havia descido desde então. Todos estavam muito tensos. Victoire estava sentada, com o braço enfaixado. O médico havia saído já, a bala havia passado de raspão. Agatha estava assistindo tevê, e Nezha olhando o movimento pela janela. Al estava andando pela sala, em círculos, nervoso.
"O Spirit é um hacker de primeira. Ele consegue acessar tudo, inclusive dados do governo. Todos morrem de medo de fazer isso depois que ficam divulgando por aí que as pessoas que invadem são descobertas, mas isso tudo é balela. Ele invade tudo com o Ebony White, um programa que ele mesmo criou", disse Agatha.
Dez minutos depois, Spirit desceu com papéis.
"Puxa, parece que esse Ar fugiu da prisão!".
"O quê?", todos olharam para Spirit.
"Pois é. Um juiz de Londres o soltou. Provas falsas, foi a alegação. Isso foi ontem! É muita coincidência ele ter sido solto e vocês estarem em estado Disavowed. De fato, bem complicado achar informações sobre o Ar, mas achei ele associado a uma entidade estranha. Mas vocês vão ter que viajar, parece que a sede é na *****", disse Spirit.
"Certo. Quero os nomes!", disse Al.
"Legatus. Mas é um grupo muito fechado. Reuniões sempre pessoalmente, mas parecem estar ligados a algo bem mais podre. Eu preciso pesquisar ainda quem pode oferecer os contatos, mas por enquanto só posso garantir esse nome", disse Spirit.
Al pegou sua jaqueta, vestiu-a e foi em direção da porta. Ao colocar a mão na maçaneta, Victoire o impediu.
"Nós iremos para a sede. Quero que você fique aqui. Precisamos de alguém aqui. E outra", disse Victoire, com os olhos marejando de lágrimas, "Você está de férias, não? Vá encontrar seus amigos em Amsterdam, relaxe um pouco. Você não dorme há dias".
Al tirou a mão da maçaneta e olhou pra Victoire. Colocou a sua mão delicadamente no rosto dela e a puxou pra junto de si, dando-lhe um beijo. Uma demonstração de carinho que até a própria Vic estranhou, pois Al não era de ter essas ações espontâneas na frente dos outros.
"Volte viva. Estarei esperando aqui".
Ela havia sido acertada no braço, com um tiro. Al correu e a colocou em seus braços, e a levou pra fora o mais rápido possível.
"Você vai ficar bem. Foi um tiro no braço. Vamos andando".
Agatha usou seu celular e pediu um carro, que já estava aguardando-os algumas esquinas longe dali. Os quatro entraram rapidamente no carro.
"Conheço um bom médico. Pode ficar tranquila, estamos indo pra lá agora. Al, eles eram soldados ligados à Interpol. Isso só significa uma coisa..."
"Fomos chutados pra fora do jogo", disse Al.
"Como é?", perguntou Nezha.
"Nos termos que usam, nosso atual estado é Disavowed. Significa que estamos oficialmente desligados, e qualquer ação nossa a partir desse momento é ilegal. Aqueles soldados não queriam nos matar, mas como tentamos nos defender, eles atiraram contra. Isso significa que temos um inimigo a mais", disse Agatha, enquanto rasgava um pedaço de pano pra amarrar no braço ferido de Victoire.
"Mas porquê isso do nada? Isso que eu não entendo. Deve ter acontecido alguma coisa", disse Al. Todos ali pareciam atônicos, exceto Agatha, que mantinha a calma, fazendo contatos, "Acho que não devemos parar agora. Se formos até o final vamos descobrir o que aconteceu para os agentes estarem atrás de nós".
Agatha virou seu iPad e mostrou que estava conversando via Skype com uma pessoa. Seu nome era Spirit. Não consegui ler o que estavam falando. Falavam em holandês.
"Esse é um amigo. Ele está devendo um favorzinho pra mim. Vamos visitá-lo em Amstelveen".
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A casa era bem comum. Seguia o estilo das outras casas da vizinhança de Amstelveen. Ao entrar na casa, vários pôsteres colados na parede, todos do famoso personagem de Will Eisner, o detetive Spirit. Aquilo parecia piada. Um homem de jaleco branco estava perto da entrada, sentado num sofá, veio em direção deles.
"Aqui está ela. Pode dar um jeito no braço dela?", disse Agatha, apontando pra Victoire. O médico foi até ela, e a levou para o sofá, onde alguns medicamentos já a esperavam.
"Esse é o Spirit?", perguntou Nezha.
"Não. Sou eu!".
Desceu um rapaz cheio de espinhas na cara, não parecia ter mais de dezesseis anos. Cabelo loiro bagunçado, um grande moletom da GAP e calças jeans azuis. Estava vestindo apenas meias. E pra completar o visual, ele vestia uma máscara preta no olho, similar ao personagem Spirit, do Will Eisner.
"Como vai Agatha! Se você veio até mim, significa que a coisa realmente está preta!", disse Spirit.
"Mas ele é um... Garoto!", disse Nezha.
Spirit se sentiu profundamente ofendido. Foi em direção de Nezha e deu um empurrão nele, assustando-o. De fato, ele parecia bem mais forte que a aparência.
"Quem disse que sou um moleque? Vê se enxerga, rapaz! É apenas a minha aparência, isso não tem nada a ver com a minha idade real", disse Spirit, que foi parado por Agatha, que colocou sua mão no seu ombro.
"Spirit, preciso de sua ajuda. Precisamos de uma pista inicial pra chegarmos num grupo de criminosos. Temos pouca informação, mas acho que você pode ajudar", disse Agatha, entregando uma pasta com os documentos que já tinham.
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Três horas se passaram. Spirit ofereceu comida e um café. Ele havia subido as escadas e não havia descido desde então. Todos estavam muito tensos. Victoire estava sentada, com o braço enfaixado. O médico havia saído já, a bala havia passado de raspão. Agatha estava assistindo tevê, e Nezha olhando o movimento pela janela. Al estava andando pela sala, em círculos, nervoso.
"O Spirit é um hacker de primeira. Ele consegue acessar tudo, inclusive dados do governo. Todos morrem de medo de fazer isso depois que ficam divulgando por aí que as pessoas que invadem são descobertas, mas isso tudo é balela. Ele invade tudo com o Ebony White, um programa que ele mesmo criou", disse Agatha.
Dez minutos depois, Spirit desceu com papéis.
"Puxa, parece que esse Ar fugiu da prisão!".
"O quê?", todos olharam para Spirit.
"Pois é. Um juiz de Londres o soltou. Provas falsas, foi a alegação. Isso foi ontem! É muita coincidência ele ter sido solto e vocês estarem em estado Disavowed. De fato, bem complicado achar informações sobre o Ar, mas achei ele associado a uma entidade estranha. Mas vocês vão ter que viajar, parece que a sede é na *****", disse Spirit.
"Certo. Quero os nomes!", disse Al.
"Legatus. Mas é um grupo muito fechado. Reuniões sempre pessoalmente, mas parecem estar ligados a algo bem mais podre. Eu preciso pesquisar ainda quem pode oferecer os contatos, mas por enquanto só posso garantir esse nome", disse Spirit.
Al pegou sua jaqueta, vestiu-a e foi em direção da porta. Ao colocar a mão na maçaneta, Victoire o impediu.
"Nós iremos para a sede. Quero que você fique aqui. Precisamos de alguém aqui. E outra", disse Victoire, com os olhos marejando de lágrimas, "Você está de férias, não? Vá encontrar seus amigos em Amsterdam, relaxe um pouco. Você não dorme há dias".
Al tirou a mão da maçaneta e olhou pra Victoire. Colocou a sua mão delicadamente no rosto dela e a puxou pra junto de si, dando-lhe um beijo. Uma demonstração de carinho que até a própria Vic estranhou, pois Al não era de ter essas ações espontâneas na frente dos outros.
"Volte viva. Estarei esperando aqui".
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