Doppelgänger - #42 - Azul ou prata?
Nezha estava com adrenalina muito alta, a falta de memória o estava fazendo ficar confuso e brabo. Ar se recompôs e mostrou a mesma foto que mostrara pra ele horas antes, no mesmo dia.
“Você sabia que eu existia. Eu não havia sido aceito pelo homem que minha mãe, Émilie, havia se casado. Mas ainda assim eu vivia com parte da gorda herança do meu pai e com uma pensão da minha mãe, nada me faltava. Mas uma pessoa também cuidou de mim, mas nunca disse quem realmente era. Me tratava como um irmão mais novo, mas na verdade ele era meu tio”, disse Ar.
“O quê? Al cuidou de você?”, disse Nezha, abismado.
“Sim”, disse Ar, “Achar Al sempre foi difícil, nunca se sabe com que identidade ou em que país ele mora. Acho que ele mente pra muita gente sobre quem ele realmente é. Mas eu, todos conheciam Arthur Blain. Eu era uma criança comum, de apenas doze anos. Era só puxar meu cadastro escolar que me achariam. E você foi, e você estava tão maluco que achou que eu fosse o Al, e tentou me matar”.
“Tentei te matar?”, perguntou Nezha, chocado.
“Mas aí o Al apareceu”, disse Ar, sentando-se na cadeira e abrindo seu laptop, “E você virou pra ele e disse: ‘Me faça sentir vivo novamente!’ e os dois começaram um confronto físico, destruíram quase todo o local onde eu morava, mas no final o Al conseguiu imobilizar e você caiu inconsciente. Você era base de um experimento”.
“Cara, isso é uma viagem muito estranha. Se você inventou isso, tá sabendo contar muito bem”, disse Nezha.
“Você ficar tanto tempo adormecido, mais os medicamentos, causaram imensos danos no seu cérebro. Veja essa ressonância”, disse Ar, mostrando uma folha com exames de Lucca, e os de uma pessoa normal, “Os lóbulos da memória foram altamente danificados, mas algo deveria ser colocado ali. Usaram um computador potente e preciso, por meio de impulsos elétricos colocar algo ali. Neurônios se comunicam por impulsos elétricos, o que é teoria pra muitos, é eficiente pra outros. Mas não poderiam deixar você como Lucca. Você era um corpo sem alma, um guerreiro sem memórias, e suas memórias e o poder de influência que você tinha eram tão grandes quanto do Arch. Mas sem suas memórias, você era apenas um pedaço de carne. Resolveram então fazer um experimento, colocando uma persona diferente, mas que tinha uma ligação forte com todos, principalmente Arch”.
“E quem seria?”, perguntou Nezha.
“Ludwig Schultz”, disse Ar.
“E quem é esse aí, porra?”, disse Nezha, enfurecido.
“Você não conhece? Nossa, realmente apagaram sua memória, Lucca!”, disse Ar, surpreso.
“Fala logo quem é esse Ludwig Schultz!”, gritou Nezha.
Ar pegou um cachimbo. Não gostava fumar, apenas pra relaxar, ao contrário de Al que era um fumante convicto. Nezha tentava pensar, tentar achar quem era esse homem, mas não achava. Sua cabeça estava muito confusa, e toda aquela história parecia roteiro de um filme de ficção barato. Imerso em drogas? Perda de memória? Transplante de persona? Giancarlo Lucca? Isso não parecia real.
“Ludwig Schultz...”, disse Ar, soltando a fumaça do cachimbo, “Foi o tutor de Arch. Foi o grande mestre do meu pai. Mas a simulação da persona dele, embora fosse experimental e simulada por um computador, acabou criando um segundo Schultz que, ninguém sabia o porquê, odiava Al com todas as forças, e o queria morto”.
“Cara, que viagem do cacete! Se é isso tão verdade então, porque eu não sou esse tal Schultz? Nem sei de quem se trata!”, respondeu Nezha.
“Eu te disse que o Al te deixou desacordado, não? Ele te levou de volta e novamente você foi imerso em coma, e retiraram a persona do Schultz e criaram uma artificialmente, implantando memórias na sua mente. Criaram esse espanhol que você acha que é. Por isso você lembra que tinha um carro em 1996. Qual era o modelo do carro, Nezha?”
“Era um Fiat Doblo azul”, respondeu Nezha.
Ar pesquisou na internet e mostrou. Fiat Doblo foi lançado apenas em 2000. Mas ele sabia que pessoas que passaram por lavagem cerebral entravam em contradição muito facilmente nas memórias apagadas e inseridas. Após mostrar a foto e virar seu laptop de volta pra si, Ar repetiu a pergunta, mudando o foco:
“Um Doblo, certo? E qual era a cor?”, perguntou Ar.
“Era prata”, respondeu Nezha, convicto.
“Há segundos você respondeu outra cor. Tem certeza?”, questionou Ar.
“Sim, era prata, não tenho dúvidas”, disse Nezha.
Era tudo o que Ar precisava saber.
“Me diga, depois de descobrir tudo o que o Al fez com você, destruindo seu passado, você ainda vai ficar do lado dele?”, perguntou Ar.
“Você sabia que eu existia. Eu não havia sido aceito pelo homem que minha mãe, Émilie, havia se casado. Mas ainda assim eu vivia com parte da gorda herança do meu pai e com uma pensão da minha mãe, nada me faltava. Mas uma pessoa também cuidou de mim, mas nunca disse quem realmente era. Me tratava como um irmão mais novo, mas na verdade ele era meu tio”, disse Ar.
“O quê? Al cuidou de você?”, disse Nezha, abismado.
“Sim”, disse Ar, “Achar Al sempre foi difícil, nunca se sabe com que identidade ou em que país ele mora. Acho que ele mente pra muita gente sobre quem ele realmente é. Mas eu, todos conheciam Arthur Blain. Eu era uma criança comum, de apenas doze anos. Era só puxar meu cadastro escolar que me achariam. E você foi, e você estava tão maluco que achou que eu fosse o Al, e tentou me matar”.
“Tentei te matar?”, perguntou Nezha, chocado.
“Mas aí o Al apareceu”, disse Ar, sentando-se na cadeira e abrindo seu laptop, “E você virou pra ele e disse: ‘Me faça sentir vivo novamente!’ e os dois começaram um confronto físico, destruíram quase todo o local onde eu morava, mas no final o Al conseguiu imobilizar e você caiu inconsciente. Você era base de um experimento”.
“Cara, isso é uma viagem muito estranha. Se você inventou isso, tá sabendo contar muito bem”, disse Nezha.
“Você ficar tanto tempo adormecido, mais os medicamentos, causaram imensos danos no seu cérebro. Veja essa ressonância”, disse Ar, mostrando uma folha com exames de Lucca, e os de uma pessoa normal, “Os lóbulos da memória foram altamente danificados, mas algo deveria ser colocado ali. Usaram um computador potente e preciso, por meio de impulsos elétricos colocar algo ali. Neurônios se comunicam por impulsos elétricos, o que é teoria pra muitos, é eficiente pra outros. Mas não poderiam deixar você como Lucca. Você era um corpo sem alma, um guerreiro sem memórias, e suas memórias e o poder de influência que você tinha eram tão grandes quanto do Arch. Mas sem suas memórias, você era apenas um pedaço de carne. Resolveram então fazer um experimento, colocando uma persona diferente, mas que tinha uma ligação forte com todos, principalmente Arch”.
“E quem seria?”, perguntou Nezha.
“Ludwig Schultz”, disse Ar.
“E quem é esse aí, porra?”, disse Nezha, enfurecido.
“Você não conhece? Nossa, realmente apagaram sua memória, Lucca!”, disse Ar, surpreso.
“Fala logo quem é esse Ludwig Schultz!”, gritou Nezha.
Ar pegou um cachimbo. Não gostava fumar, apenas pra relaxar, ao contrário de Al que era um fumante convicto. Nezha tentava pensar, tentar achar quem era esse homem, mas não achava. Sua cabeça estava muito confusa, e toda aquela história parecia roteiro de um filme de ficção barato. Imerso em drogas? Perda de memória? Transplante de persona? Giancarlo Lucca? Isso não parecia real.
“Ludwig Schultz...”, disse Ar, soltando a fumaça do cachimbo, “Foi o tutor de Arch. Foi o grande mestre do meu pai. Mas a simulação da persona dele, embora fosse experimental e simulada por um computador, acabou criando um segundo Schultz que, ninguém sabia o porquê, odiava Al com todas as forças, e o queria morto”.
“Cara, que viagem do cacete! Se é isso tão verdade então, porque eu não sou esse tal Schultz? Nem sei de quem se trata!”, respondeu Nezha.
“Eu te disse que o Al te deixou desacordado, não? Ele te levou de volta e novamente você foi imerso em coma, e retiraram a persona do Schultz e criaram uma artificialmente, implantando memórias na sua mente. Criaram esse espanhol que você acha que é. Por isso você lembra que tinha um carro em 1996. Qual era o modelo do carro, Nezha?”
“Era um Fiat Doblo azul”, respondeu Nezha.
Ar pesquisou na internet e mostrou. Fiat Doblo foi lançado apenas em 2000. Mas ele sabia que pessoas que passaram por lavagem cerebral entravam em contradição muito facilmente nas memórias apagadas e inseridas. Após mostrar a foto e virar seu laptop de volta pra si, Ar repetiu a pergunta, mudando o foco:
“Um Doblo, certo? E qual era a cor?”, perguntou Ar.
“Era prata”, respondeu Nezha, convicto.
“Há segundos você respondeu outra cor. Tem certeza?”, questionou Ar.
“Sim, era prata, não tenho dúvidas”, disse Nezha.
Era tudo o que Ar precisava saber.
“Me diga, depois de descobrir tudo o que o Al fez com você, destruindo seu passado, você ainda vai ficar do lado dele?”, perguntou Ar.
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