Doppelgänger - #65 - Exército na forma de uma mulher.
“Você não está lendo mesmo minha mente?”, questionou Agatha.
Sara respirou fundo.
“Não, eu prometo”, Sara respondeu.
Agatha fez um movimento com o braço ameaçador. Na sua mão estava ainda a arma. Deu alguns passos, esticou o braço e apontou a arma bem na testa de Sara. Sara recuou um passo. Ela estava visivelmente assustada.
“Se você se assustou, dá pra ver que não leu minha mente realmente”, disse Agatha, derrubando a arma no chão.
Elas estavam no segundo subsolo do estacionamento do prédio. Não havia quase ninguém lá naquele momento. Mas era visível que talvez elas teriam uma certa privacidade, mesmo ali. Victoire estava do lado de fora do prédio, e observou que haviam muitos homens, fortes, como seguranças, protegendo as entradas desse segundo subsolo. Todos os carros eram indicados a descerem pro terceiro ou quarto subsolo.
“Provavelmente são homens de Ar. Não entre, fique atenta na praça pra qualquer movimento suspeito, Vicky. Provavelmente foi um pedido da Sara para que pudesse ter o acerto de contas com a Agatha. Fique atenta”, disse Al para Victoire, via celular.
Sara realmente não estava lendo a mente de Agatha.
Agatha, sem dizer nada, ofereceu a mão à Sara.
“Preciso pensar em um jeito de dar o jeito de escapar do Al. Posso considerar já dentro do grupo de vocês?”, disse Agatha.
Sara agarrou a mão de Agatha, segurando firme.
“Vamos pensar em um jeito. Tem alguém lá fora?”, perguntou Sara.
“Não. Tem ninguém não”, respondeu Agatha.
Parecia que estava tudo arranjado. Depois de Nataku, mais uma deserção no time de Al. Cada vez mais o jovem inglês estava sozinho. Talvez agora só teria Victoire e Neige – dois que sem dúvida jamais trairiam Al, mas que ao mesmo tempo, não seriam páreos muito grandes. Eram apenas uns agentes medianos comparados com Ar. Mas sem eles, Al estaria sozinho, eram elos fracos da corrente.
Sara estava feliz. Avançou dois passos e deu um abraço apertado em Agatha. Sara parecia feliz, parecia ter alguém em quem confiar. Parecia que o seu lado era o certo. Parecia que enfim poderia ter algum tipo de amizade – ou quem sabe até algo maior num futuro – com Agatha.
“O mundo é nosso! Nós duas juntas podemos até superar o Ar!”, sussurrou Sara, no ouvido de Agatha, já planejando planos futuros.
Mas Agatha permanecia com o rosto calmo e sereno. Aquela cena de carinho tocaria qualquer pessoa. Naquele momento estavam naquele estacionamento fechado, no subsolo de Candem Town, e sozinhas. Mas Agatha sabia dissimular como ninguém. Agora era hora do último teste da confiança de Sara.
Idiota. Tal como planejei. Como foi fácil te enganar..., pensou Agatha.
Ainda assim Sara permanecia completamente tocada, e alguns segundos depois de pensar isso a psíquica afastou o rosto do peito de Agatha e olhou nos olhos da holandesa. Sara deu um sorriso, e seus olhos pareciam até mesmo começar a lacrimejar, ao mesmo tempo que mostravam esperança.
De fato, Sara não havia mesmo lido a mente de Agatha. Teria reagido diferente ao perceber que aquilo tudo era um golpe.
Nessa hora Agatha puxou uma faca militar, e num movimento rápido cravou no tronco de Sara e puxou pra baixo, fazendo um imenso corte e jorrando muito sangue.
Sara recuou pra trás, mostrando uma face incrédula. O sangue jorrava, e até mesmo uma parte do intestino era visível, saindo um pedaço pra fora como tripas cheias de sangue. Sara encostou em uma pilastra e foi descendo seu corpo até se sentar.
Foi nesse momento que uma lágrima caiu dos seus olhos, mas não era de tristeza. Era de ódio.
“Merda. Calculei errado, era pra ter ido no coração”, disse Agatha, “Mas esse corte foi bem profundo. Acho difícil sobreviver com o dano nos seus órgãos internos”.
Sara permanecia calada, com o rosto expressando uma imensa fúria. A faca pingava sangue, e o corpo de Agatha também estava com uma imensa listra vermelha.
“Eu tô pouco me fudendo com o que a sociedade acha de mim, Sara. Você deve ser uma dessas feministas nojentinhas, né? Pra mim uma mulher que depende de um movimento pra trabalhar e fazer o que quiser é uma fraca. Eu faço o que eu quero, transo com quantos homens que eu quiser, tenho meu dinheiro e trabalho bastante pra isso. Não preciso de um grupinho de tolas como você que ficam dizendo que ‘lutam pelo direito de nós mulheres’, porque no final das contas pessoas como você se escondem por detrás de um movimento bom pra ficar difundindo essas tolices misândricas, quando na verdade só existe uma pessoa que é responsável pelo seu sucesso na vida ou não: você mesma”, disse Agatha.
“Eu uso homens mesmo ao meu bel prazer e tô pouco me lixando pra isso, detesto mulheres, e detesto mais ainda mulheres como você que são cegas nesse mundinho. Eu sou uma pessoa forte o suficiente pra ser dona do meu nariz e senhora do meu destino. Consigo derrubar em cinco segundos um homem com o dobro do meu tamanho usando apenas um braço. E não tem homem nenhum que me faria baixar a cabeça, seja hoje, ou seja quando quiser. Menos ainda um movimento de fracas como você que querem se promover às custas do esforço de pessoas como eu. Quer saber qual o meu segredo, garotinha?”, disse Agatha, pegando no rosto de Sara.
“Eu não preciso de um movimento pra dizer o que eu posso ou não fazer. Tô cagando e andando pro que a sociedade acha que eu sou. Movimentos como essa bosta aí chamada feminismo até nasceram com uma boa premissa, mas hoje não passa de um grupinho de perdedoras que se acham porque conquistaram o direito de se masturbar. Pra essas aí eu só digo uma coisa: enquanto vocês tão tocando nas suas pererecas, eu tô dando uma trepada gostosa com três homens ao mesmo tempo”, disse Agatha, cuspindo no rosto de Sara.
“Se uma mulher quer dar, que vai lá e trepa, simples. Se quer ter igualdade, conquiste com muito trabalho e mostre que é capaz. O preconceito não é da sociedade. Preconceito só existe na mente dos que acham que são alvo dele. E isso, minha querida, não existe pra mim. Não preciso de um grupinho de desocupadas dizendo que eu mereço ter o salário de um homem, eu vou lá e busco meu direito por mim mesma, eu faço por merecer. E eu faço o que eu bem entender. Veja o Al, por exemplo. Tanta gente pra chamar e só a mim ele chamou pro time, sabe por quê?”, disse Agatha.
Sara fechou a cara, mas perguntou:
“Por quê?”, perguntou Sara.
“Porque ele disse que eu sou um exército na forma de uma mulher”, concluiu Agatha.
Sara respirou fundo.
“Não, eu prometo”, Sara respondeu.
Agatha fez um movimento com o braço ameaçador. Na sua mão estava ainda a arma. Deu alguns passos, esticou o braço e apontou a arma bem na testa de Sara. Sara recuou um passo. Ela estava visivelmente assustada.
“Se você se assustou, dá pra ver que não leu minha mente realmente”, disse Agatha, derrubando a arma no chão.
Elas estavam no segundo subsolo do estacionamento do prédio. Não havia quase ninguém lá naquele momento. Mas era visível que talvez elas teriam uma certa privacidade, mesmo ali. Victoire estava do lado de fora do prédio, e observou que haviam muitos homens, fortes, como seguranças, protegendo as entradas desse segundo subsolo. Todos os carros eram indicados a descerem pro terceiro ou quarto subsolo.
“Provavelmente são homens de Ar. Não entre, fique atenta na praça pra qualquer movimento suspeito, Vicky. Provavelmente foi um pedido da Sara para que pudesse ter o acerto de contas com a Agatha. Fique atenta”, disse Al para Victoire, via celular.
Sara realmente não estava lendo a mente de Agatha.
Agatha, sem dizer nada, ofereceu a mão à Sara.
“Preciso pensar em um jeito de dar o jeito de escapar do Al. Posso considerar já dentro do grupo de vocês?”, disse Agatha.
Sara agarrou a mão de Agatha, segurando firme.
“Vamos pensar em um jeito. Tem alguém lá fora?”, perguntou Sara.
“Não. Tem ninguém não”, respondeu Agatha.
Parecia que estava tudo arranjado. Depois de Nataku, mais uma deserção no time de Al. Cada vez mais o jovem inglês estava sozinho. Talvez agora só teria Victoire e Neige – dois que sem dúvida jamais trairiam Al, mas que ao mesmo tempo, não seriam páreos muito grandes. Eram apenas uns agentes medianos comparados com Ar. Mas sem eles, Al estaria sozinho, eram elos fracos da corrente.
Sara estava feliz. Avançou dois passos e deu um abraço apertado em Agatha. Sara parecia feliz, parecia ter alguém em quem confiar. Parecia que o seu lado era o certo. Parecia que enfim poderia ter algum tipo de amizade – ou quem sabe até algo maior num futuro – com Agatha.
“O mundo é nosso! Nós duas juntas podemos até superar o Ar!”, sussurrou Sara, no ouvido de Agatha, já planejando planos futuros.
Mas Agatha permanecia com o rosto calmo e sereno. Aquela cena de carinho tocaria qualquer pessoa. Naquele momento estavam naquele estacionamento fechado, no subsolo de Candem Town, e sozinhas. Mas Agatha sabia dissimular como ninguém. Agora era hora do último teste da confiança de Sara.
Idiota. Tal como planejei. Como foi fácil te enganar..., pensou Agatha.
Ainda assim Sara permanecia completamente tocada, e alguns segundos depois de pensar isso a psíquica afastou o rosto do peito de Agatha e olhou nos olhos da holandesa. Sara deu um sorriso, e seus olhos pareciam até mesmo começar a lacrimejar, ao mesmo tempo que mostravam esperança.
De fato, Sara não havia mesmo lido a mente de Agatha. Teria reagido diferente ao perceber que aquilo tudo era um golpe.
Nessa hora Agatha puxou uma faca militar, e num movimento rápido cravou no tronco de Sara e puxou pra baixo, fazendo um imenso corte e jorrando muito sangue.
Sara recuou pra trás, mostrando uma face incrédula. O sangue jorrava, e até mesmo uma parte do intestino era visível, saindo um pedaço pra fora como tripas cheias de sangue. Sara encostou em uma pilastra e foi descendo seu corpo até se sentar.
Foi nesse momento que uma lágrima caiu dos seus olhos, mas não era de tristeza. Era de ódio.
“Merda. Calculei errado, era pra ter ido no coração”, disse Agatha, “Mas esse corte foi bem profundo. Acho difícil sobreviver com o dano nos seus órgãos internos”.
Sara permanecia calada, com o rosto expressando uma imensa fúria. A faca pingava sangue, e o corpo de Agatha também estava com uma imensa listra vermelha.
“Eu tô pouco me fudendo com o que a sociedade acha de mim, Sara. Você deve ser uma dessas feministas nojentinhas, né? Pra mim uma mulher que depende de um movimento pra trabalhar e fazer o que quiser é uma fraca. Eu faço o que eu quero, transo com quantos homens que eu quiser, tenho meu dinheiro e trabalho bastante pra isso. Não preciso de um grupinho de tolas como você que ficam dizendo que ‘lutam pelo direito de nós mulheres’, porque no final das contas pessoas como você se escondem por detrás de um movimento bom pra ficar difundindo essas tolices misândricas, quando na verdade só existe uma pessoa que é responsável pelo seu sucesso na vida ou não: você mesma”, disse Agatha.
“Eu uso homens mesmo ao meu bel prazer e tô pouco me lixando pra isso, detesto mulheres, e detesto mais ainda mulheres como você que são cegas nesse mundinho. Eu sou uma pessoa forte o suficiente pra ser dona do meu nariz e senhora do meu destino. Consigo derrubar em cinco segundos um homem com o dobro do meu tamanho usando apenas um braço. E não tem homem nenhum que me faria baixar a cabeça, seja hoje, ou seja quando quiser. Menos ainda um movimento de fracas como você que querem se promover às custas do esforço de pessoas como eu. Quer saber qual o meu segredo, garotinha?”, disse Agatha, pegando no rosto de Sara.
“Eu não preciso de um movimento pra dizer o que eu posso ou não fazer. Tô cagando e andando pro que a sociedade acha que eu sou. Movimentos como essa bosta aí chamada feminismo até nasceram com uma boa premissa, mas hoje não passa de um grupinho de perdedoras que se acham porque conquistaram o direito de se masturbar. Pra essas aí eu só digo uma coisa: enquanto vocês tão tocando nas suas pererecas, eu tô dando uma trepada gostosa com três homens ao mesmo tempo”, disse Agatha, cuspindo no rosto de Sara.
“Se uma mulher quer dar, que vai lá e trepa, simples. Se quer ter igualdade, conquiste com muito trabalho e mostre que é capaz. O preconceito não é da sociedade. Preconceito só existe na mente dos que acham que são alvo dele. E isso, minha querida, não existe pra mim. Não preciso de um grupinho de desocupadas dizendo que eu mereço ter o salário de um homem, eu vou lá e busco meu direito por mim mesma, eu faço por merecer. E eu faço o que eu bem entender. Veja o Al, por exemplo. Tanta gente pra chamar e só a mim ele chamou pro time, sabe por quê?”, disse Agatha.
Sara fechou a cara, mas perguntou:
“Por quê?”, perguntou Sara.
“Porque ele disse que eu sou um exército na forma de uma mulher”, concluiu Agatha.
Comentários
Postar um comentário