Doppelgänger - #89 - O maior dos fantasmas de Al.
"Surpreso por eu saber quem você é, Al?", disse John Doe.
Não, melhor não deixar isso me abalar, pensou Al, que continuava quieto olhando pra John Doe.
"Esses jardins eram privativos da Rainha. Em 1932 foi aberto ao público. Tem uma coleção enorme de flores aqui, mas como estamos no outono, o visual não é tão rico quanto na primavera", disse John Doe.
"Onde você quer chegar?", perguntou Al.
"Porque você está vivendo o outono da sua vida. Sua doença está te envelhecendo, te deixando cheio de rugas, cabelos brancos, e seus órgãos estão começando a falhar. Você mal fez quarenta anos, mas parece alguém de sessenta. Mas quer saber como eu sei de tudo isso?", disse John Doe.
Al ficou em silêncio.
"Se você ficou quieto talvez queira saber", disse John Doe, provocando, "Eu sou um dos noBODY, eu sou o quarto elemento da trupe do Ar. Junto da Ravena, Sara, Schwartzman e eu. Só que nenhum dos outros do braço interno do Vanitas sabe. Apenas sabem que eu sou o líder. Eu não tenho 'poderes' como a Ravena ou a Sara, ou algum conhecimento como o Schwartzman. Mas eu sou muito bom na lábia - e ganhar a confiança de empresários do mundo inteiro é minha missão também", disse John Doe.
"O Ar pelo visto te alertou sobre mim", disse Al.
"Sim. E nós sabíamos que seria justo você que viria atrás do líder, no caso, eu. E se meus conhecimentos sobre você estiverem certos, você não gosta de andar armado por aí. Logo, você não oferece muito perigo pra mim. O cérebro do grupo não mexe com armas. Mas não quer dizer que você não venha com armas. Tem suas armas - o seu intelecto", disse John Doe.
"Acertou. 50%", disse Al, apontando pra atrás dele.
Na hora que Andrada virou, uma senhora saiu detrás de um arbusto no parque. Ela apontava uma arma para John Doe.
"Gostaria de apresentar minha colega, Natalya Briegel. Ela sim está armada e com você na mira", disse Al.
Por um momento John Doe parecia em apuros, mas viu que ainda estava em vantagem.
"Natalya Briegel. Sim, sim. Sei quem é. Antiga membro da elite da Section 9 da Interpol. Grande agente de campo, ótima em combate, pena que esteja velha. Antiga agente M. E só alguns ficam com essa patente de uma letra só. Mas gostaria na verdade era de te fazer uma pergunta...", pausou John Doe, "O que esse jovem aqui te contou pra te fazer se juntar ao time dele?".
Natalya Briegel continuava atenta, apontando a arma.
"Não dê atenção pra ele, Briegel. É um blefe", disse Al.
"Não, não, não, Al. Sejamos honestos", disse John Doe, se virando pra Natalya depois, "Você nunca achou estranho essa estorinha toda? Um cara fica anos sumido, morando sabe lá deus aonde, do nada aparece aqui, pra parar seu sobrinho com a desculpa de que ele quer causar um colapso econômico mundial por meio de terrorismo econômico?".
Briegel continuava imóvel.
"Pense comigo, Briegel. Ele busca aqui três agentes que já trabalharam pra ele. Sem contar a francesa. Uma detenta holandesa, um italiano sem passado e você, uma alemã aposentada. E sem contar aquela francesa, com aquela paixão platônica por ele. Pessoas que ele acabou com elas há anos atrás, será que isso cheira bem mesmo?".
Nessa hora Briegel olhou pra Al.
"Briegel! Não dê ouvidos pra ele. Preciso apenas arrancar dele os próximos passos do Ar", disse Al.
"Os próximos passos do Ar? Ah, isso é fácil! Na verdade, como você não pode fazer nada, vou te dar essa vantagem nessa corrida. Pelo menos vai ver com seus próprios olhos o Ar acabando com a economia mundial. Será amanhã, dia dois de dezembro, pontualmente ás 21 horas. Será o princípio do fim, o começo da insurreição dele. Lá no Banco de Londres, tem até a estátua do que Duque de Wellington apontando pro local onde o Ar fará o futuro. Era isso que queria saber?", perguntou John Doe.
"Porque está me dizendo isso?", perguntou Al.
"Al, meu puro e ingênuo Al. Todos vocês foram enganados. Vocês todos estão em uma missão achando que estão fazendo algo, mas verdade o Ar ficou foi bastante frustrado com a capacidade de vocês. Foram bem abaixo da média que ele esperava. Vamos, fale a verdade para Briegel", disse John Doe.
"Não há verdade nenhuma, idiota. Não escondi nada", disse Al.
"Escondeu sim. E se isso tudo o que você e o Ar estiverem fazendo é um teatro? Pela capacidade de vocês dois já era pra um ter pego o outro faz tempo. Você está há um mês usando essas pessoas de isca, para dar um fim neles na primeira oportunidade!", disse John Doe.
Briegel olhou pra Al e baixou a arma.
"Que tolice. Nós dois somos excelentes agentes. É óbvio que eu estou atacando e ele está defendendo muito bem. A luta contra o Ar significa algo muito mais pra mim. É a luta contra meu próprio passado. Afinal, fui eu quem o salvou em Rosário, na Argentina, há doze anos atrás!", disse Al.
"Como é?", disse Briegel, quebrando o silêncio.
"Sim. Depois que o Ar nasceu Émilie o exilou durante anos na América Latina. Ele tinha apenas doze anos naquela época. Acontece que Lucca, com sua mente e lembranças totalmente lavadas, teve a persona de Schultz, o mestre do meu irmão mais velho, implantada nele. Só que ele não era nem Lucca, e menos ainda Schultz. Ambos haviam morrido - literalmente ou não. Mas o que aconteceu depois poucos sabem...", disse Al.
"E o que aconteceu?", perguntou Briegel.
"Existe um motivo pro Ar me chamar de 'irmão'. Pois a partir daquele momento que eu o salvei eu disse que adotaria ele como meu irmão mais novo. Eu queria ser pra ele não apenas um tio, mas um exemplo como o Arch foi pra mim. Mas meu irmão mais velho era perfeito, justo e sincero. E por mais que eu tentasse, nunca consegui passar esses valores para o Ar. Só muito tempo depois que ele descobriu que nós éramos parentes e que eu era o seu tio", revelou Al.
"Minha nossa... Então quando você diz que você quem criou o Ar, então é verdade!", disse Briegel.
"Sim. Por isso somente eu sou capaz de pará-lo", disse Al.
"Pois é, a verdade está saindo. Mas acho que agora posso te mostrar uma coisa que vai te deixar ainda mais abismado, Al", disse John Doe, fazendo uma pausa. Al não sabia o que esperar, "Quando Birger Löfgren foi morto, você não estava presente, não é mesmo? Você sabe que Rockefeller está trabalhando do nosso lado e inclusive foi lá, certo?".
"Sim. Mas eu nunca confiei no Rockefeller. Eu sabia que tinha grandes chances dele me trair", disse Al.
"Exato. Mas não sei se você se lembra, mas tinha uma outra pessoa presente lá", disse John Doe.
Al permaneceu em silêncio.
"E ela é alguém que realmente vai te causar muita surpresa", disse John Doe.
Nessa hora o maior pesadelo de Al veio caminhando do seu lado. Estava com uma aparência muito mais velha, abatida, mas ainda assim permanecia com o rosto altivo. Caminhava com elegância, quase que andando sobre plumas. Vestia um belo sobretudo preto, uma cachecol laranja e seus cabelos estavam tingidos com aquele mesmo to avermelhado que ela sempre usava.
"Não pode ser. Era pra você estar morta!", exclamou Al.
Briegel também se assustou. Afinal, ela também trabalhou muito tempo com ela na Inteligência. Foi Natalya Briegel quem disse em claro e bom tom quem era a mulher caminhando em direção ao Al, falando seu nome, enquanto Al permanecia atônico:
"É você... Francesca Vittorio?!", concluiu Briegel.
Não, melhor não deixar isso me abalar, pensou Al, que continuava quieto olhando pra John Doe.
"Esses jardins eram privativos da Rainha. Em 1932 foi aberto ao público. Tem uma coleção enorme de flores aqui, mas como estamos no outono, o visual não é tão rico quanto na primavera", disse John Doe.
"Onde você quer chegar?", perguntou Al.
"Porque você está vivendo o outono da sua vida. Sua doença está te envelhecendo, te deixando cheio de rugas, cabelos brancos, e seus órgãos estão começando a falhar. Você mal fez quarenta anos, mas parece alguém de sessenta. Mas quer saber como eu sei de tudo isso?", disse John Doe.
Al ficou em silêncio.
"Se você ficou quieto talvez queira saber", disse John Doe, provocando, "Eu sou um dos noBODY, eu sou o quarto elemento da trupe do Ar. Junto da Ravena, Sara, Schwartzman e eu. Só que nenhum dos outros do braço interno do Vanitas sabe. Apenas sabem que eu sou o líder. Eu não tenho 'poderes' como a Ravena ou a Sara, ou algum conhecimento como o Schwartzman. Mas eu sou muito bom na lábia - e ganhar a confiança de empresários do mundo inteiro é minha missão também", disse John Doe.
"O Ar pelo visto te alertou sobre mim", disse Al.
"Sim. E nós sabíamos que seria justo você que viria atrás do líder, no caso, eu. E se meus conhecimentos sobre você estiverem certos, você não gosta de andar armado por aí. Logo, você não oferece muito perigo pra mim. O cérebro do grupo não mexe com armas. Mas não quer dizer que você não venha com armas. Tem suas armas - o seu intelecto", disse John Doe.
"Acertou. 50%", disse Al, apontando pra atrás dele.
Na hora que Andrada virou, uma senhora saiu detrás de um arbusto no parque. Ela apontava uma arma para John Doe.
"Gostaria de apresentar minha colega, Natalya Briegel. Ela sim está armada e com você na mira", disse Al.
Por um momento John Doe parecia em apuros, mas viu que ainda estava em vantagem.
"Natalya Briegel. Sim, sim. Sei quem é. Antiga membro da elite da Section 9 da Interpol. Grande agente de campo, ótima em combate, pena que esteja velha. Antiga agente M. E só alguns ficam com essa patente de uma letra só. Mas gostaria na verdade era de te fazer uma pergunta...", pausou John Doe, "O que esse jovem aqui te contou pra te fazer se juntar ao time dele?".
Natalya Briegel continuava atenta, apontando a arma.
"Não dê atenção pra ele, Briegel. É um blefe", disse Al.
"Não, não, não, Al. Sejamos honestos", disse John Doe, se virando pra Natalya depois, "Você nunca achou estranho essa estorinha toda? Um cara fica anos sumido, morando sabe lá deus aonde, do nada aparece aqui, pra parar seu sobrinho com a desculpa de que ele quer causar um colapso econômico mundial por meio de terrorismo econômico?".
Briegel continuava imóvel.
"Pense comigo, Briegel. Ele busca aqui três agentes que já trabalharam pra ele. Sem contar a francesa. Uma detenta holandesa, um italiano sem passado e você, uma alemã aposentada. E sem contar aquela francesa, com aquela paixão platônica por ele. Pessoas que ele acabou com elas há anos atrás, será que isso cheira bem mesmo?".
Nessa hora Briegel olhou pra Al.
"Briegel! Não dê ouvidos pra ele. Preciso apenas arrancar dele os próximos passos do Ar", disse Al.
"Os próximos passos do Ar? Ah, isso é fácil! Na verdade, como você não pode fazer nada, vou te dar essa vantagem nessa corrida. Pelo menos vai ver com seus próprios olhos o Ar acabando com a economia mundial. Será amanhã, dia dois de dezembro, pontualmente ás 21 horas. Será o princípio do fim, o começo da insurreição dele. Lá no Banco de Londres, tem até a estátua do que Duque de Wellington apontando pro local onde o Ar fará o futuro. Era isso que queria saber?", perguntou John Doe.
"Porque está me dizendo isso?", perguntou Al.
"Al, meu puro e ingênuo Al. Todos vocês foram enganados. Vocês todos estão em uma missão achando que estão fazendo algo, mas verdade o Ar ficou foi bastante frustrado com a capacidade de vocês. Foram bem abaixo da média que ele esperava. Vamos, fale a verdade para Briegel", disse John Doe.
"Não há verdade nenhuma, idiota. Não escondi nada", disse Al.
"Escondeu sim. E se isso tudo o que você e o Ar estiverem fazendo é um teatro? Pela capacidade de vocês dois já era pra um ter pego o outro faz tempo. Você está há um mês usando essas pessoas de isca, para dar um fim neles na primeira oportunidade!", disse John Doe.
Briegel olhou pra Al e baixou a arma.
"Que tolice. Nós dois somos excelentes agentes. É óbvio que eu estou atacando e ele está defendendo muito bem. A luta contra o Ar significa algo muito mais pra mim. É a luta contra meu próprio passado. Afinal, fui eu quem o salvou em Rosário, na Argentina, há doze anos atrás!", disse Al.
"Como é?", disse Briegel, quebrando o silêncio.
"Sim. Depois que o Ar nasceu Émilie o exilou durante anos na América Latina. Ele tinha apenas doze anos naquela época. Acontece que Lucca, com sua mente e lembranças totalmente lavadas, teve a persona de Schultz, o mestre do meu irmão mais velho, implantada nele. Só que ele não era nem Lucca, e menos ainda Schultz. Ambos haviam morrido - literalmente ou não. Mas o que aconteceu depois poucos sabem...", disse Al.
"E o que aconteceu?", perguntou Briegel.
"Existe um motivo pro Ar me chamar de 'irmão'. Pois a partir daquele momento que eu o salvei eu disse que adotaria ele como meu irmão mais novo. Eu queria ser pra ele não apenas um tio, mas um exemplo como o Arch foi pra mim. Mas meu irmão mais velho era perfeito, justo e sincero. E por mais que eu tentasse, nunca consegui passar esses valores para o Ar. Só muito tempo depois que ele descobriu que nós éramos parentes e que eu era o seu tio", revelou Al.
"Minha nossa... Então quando você diz que você quem criou o Ar, então é verdade!", disse Briegel.
"Sim. Por isso somente eu sou capaz de pará-lo", disse Al.
"Pois é, a verdade está saindo. Mas acho que agora posso te mostrar uma coisa que vai te deixar ainda mais abismado, Al", disse John Doe, fazendo uma pausa. Al não sabia o que esperar, "Quando Birger Löfgren foi morto, você não estava presente, não é mesmo? Você sabe que Rockefeller está trabalhando do nosso lado e inclusive foi lá, certo?".
"Sim. Mas eu nunca confiei no Rockefeller. Eu sabia que tinha grandes chances dele me trair", disse Al.
"Exato. Mas não sei se você se lembra, mas tinha uma outra pessoa presente lá", disse John Doe.
Al permaneceu em silêncio.
"E ela é alguém que realmente vai te causar muita surpresa", disse John Doe.
Nessa hora o maior pesadelo de Al veio caminhando do seu lado. Estava com uma aparência muito mais velha, abatida, mas ainda assim permanecia com o rosto altivo. Caminhava com elegância, quase que andando sobre plumas. Vestia um belo sobretudo preto, uma cachecol laranja e seus cabelos estavam tingidos com aquele mesmo to avermelhado que ela sempre usava.
"Não pode ser. Era pra você estar morta!", exclamou Al.
Briegel também se assustou. Afinal, ela também trabalhou muito tempo com ela na Inteligência. Foi Natalya Briegel quem disse em claro e bom tom quem era a mulher caminhando em direção ao Al, falando seu nome, enquanto Al permanecia atônico:
"É você... Francesca Vittorio?!", concluiu Briegel.
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