A fantasma da Discórdia.
"Nunca troque amigos por buceta".
É um provérbio que nós homens usamos muito. E, embora eu pensasse que amizade seria uma coisa firme, fácil de se conseguir, e que nunca iria se abalar com nenhuma garota, o que aconteceu nesse caso foi exatamente o inverso.
Bom, essa menina era uma japonesa tampinha. Ela estudou na faculdade comigo, mas ela era de um semestre diferente. Ela era super simpática e jeitosinha. Era bem bonita também! E ela tinha feito amizade com vários caras de vários períodos, quase todo mundo que cursava ali a conhecia. E, por ela ser essa pessoa com super desenvoltura, muitos também achavam que conseguiriam algo com ela. Eu lembro que ela sempre ganhava coisas - de ursinhos a chocolate - de vários caras. Todo mundo estava sedendo pela menina!
E eu, solteiro, em época de faculdade, achava que conseguiria alguma coisa. Eu sei que tem muito homem super covarde por aí, mas eu nunca tive medo de me arriscar não (mentira, eu sou super cagão, mas por algum motivo eu ainda assim tento). Ninguém aparecia afim de mim, o jeito era correr atrás de alguém que pudesse ficar afim de mim!
Só que a menina sabia, obviamente, das minhas intenções. Eu costumo dar muitas investidas e indiretas antes de tentar algo. Ok, nunca funcionou, mas sei que chegar de cara assusta 98% das mulheres, então pra que esgotar as chances indo direto ao pote? E nesse meio tempo eu era muito amigo de um casal de amigos que estudavam comigo. Nós três éramos unha e carne, sempre fazíamos trabalhos juntos, frequentavamos a casa um do outro, saímos juntos no fim de semana, enfim. Esse casal de amigos eram realmente grandes amigos meus.
O problema foi que essa japonesa tampinha que eu estava afim praticamente pediu pro meu amigo (esse do casal) pra dizer pra eu cair fora do barco, pois ele estava afundando. Só que esse meu amigo não soube como me falar, e ele tentava ainda assim falar bem de mim pra ela e assim me dar uma chance com ela. Só que eu não encarei desse jeito e achei que ele estava furando meu olho, me empatando com a tal japonesinha. Por exemplo: sempre que eu estava querendo conversar com ela, ele chegava no meio, ou sempre onde ela estava ele estava lá antes, enfim, era muito frustrante.
Não vou entrar no mérito aqui que a menina não foi nem um pouco anti-ética em não ter sido mulher o suficiente e vindo falar comigo de frente. Pois ela não o fez.
Só que esse casal acabou se separando no meio dessa coisa toda. Eles brigavam muito naquela época. E eu, de vingança, fui dar em cima da namorada dele (que durante aqueles sete dias era tecnicamente solteira) já que todos diziam que nós nos dávamos super bem, e que eu a faria muito mais feliz que o namorado dela. E ele também aproveitou e chegou nessa japonesinha que queria nada comigo. Só que nós dois tomamos duas botas - eu, por ter dado em cima da ex-namorada dele, e meu amigo por ter dado em cima da japonesa tampinha.
No final o casal reatou. E nós ficamos brigados por muitos anos.
Mas ano passado passamos uma régua nisso e deixamos isso de lado, reatando a amizade. A japonesa tampinha no outro semestre sumiu. O furacão que a menina foi, despertando os hormônios e a vontade de procriação de todos aqueles machos, incluindo eu, caiu fora da faculdade.
Mas não por conta da gente, e sim pois ela não curtiu o curso mesmo.
E hoje?
Ela se formou em cinema, e mora no Canadá. E namora um alemão. E já estão juntos há muito tempo. Ela virou super radical, toda tatuada, meio feminazi, e tal. Estudando bastante e firme buscando um trabalho na área dela.
E o casal de amigos continuam juntinhos até hoje! Eu brincava muito dizendo que: "Se eles voltassem depois dessa briga, pode ter certeza que iriam ficar para sempre juntos". Dito e feito! E claro que voltei a amizade com esse casal, e hoje está tudo bem. Já essa japonesinha, assim como todas as outras, nunca mais a vi. Isso tudo foi o que eu ouvi por terceiros sobre ela.
E aprendi a lição: Nunca mais trocarei amigos por buceta. Amigo do peito nenhum vale a pena ser trocado por nenhuma menina.
Uma canção?
Eu ainda gostava bastante de J-Rock nessa época. Ain't afraid to die sempre me fazia pensar nela!
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