Doppelgänger - #112 - Rosebud.
21h45
“Lucca!!”, gritou Eliza Vogl ao ver Lucca, deitado num leito do University College Hospital.
Ela foi correndo em sua direção e pulou em cima dele, abraçando-o. Agatha e Ravena estavam do lado de Lucca, sentados em cadeiras simples.
“Liza! Que surpresa maravilhosa!”, exclamou Lucca, feliz da vida ao encontrar sua menina, “Peraí, você não tá ferida não, né? Ninguém te fez mal, né?”, disse Lucca, afastando a garota e dando uma olhada nela dos pés a cabeça. Ele parecia um pai preocupado com sua filha.
“Não! Nadinha!”, disse Eliza, dando uma voltinha, “Eu tô inteirinha! Nossa, é tão bom ver você bem! Eu pensei que você fosse morrer!”.
“Morrer eu não vou. Mas vou ter que ficar uns dias aqui nesse hospital. A Briegel conseguiu me colocar aqui, e não num hospital militar”, disse Lucca, aliviando a menina.
Nessa hora entrou Neige no recinto.
“Natak... Quer dizer, Lucca? Puxa vida, você dessa vez nos assustou em ir enfrentar aquele judeu maluco sozinho, huh?”, brincou Neige.
“Pois é. Mas estou sendo bem cuidado aqui. Olha só quem está no leito do lado”, disse Lucca, apontando a cabeça.
Neige tomou um susto. Era Sara. Completamente dopada, adormecida.
“É melhor mantê-la assim por enquanto. Pelo menos enquanto a investigação não termina”, disse Ravena, com dó da sua amiga, “Com certeza ela vai acordar uma fera comigo, mas ela vai ter que entender que eu fiz uma escolha – e não me arrependo”.
“Você é a mediúnica que trabalhava com o Ar, não? Vocês eram o trio junto do Schwartzman e a Sara, não é mesmo?”, perguntou Neige.
“Isso. Eu não ligo pro Schwartzman morrer. Mas gostaria que a Sara continuasse viva. É uma das únicas amigas que eu tenho”, disse Ravena.
“É apenas até a investigação terminar. Uma psíquica forte como ela andando por aí vai causar muitos problemas”, disse Agatha.
“Certo. Escuta, pessoal, preciso mostrar uma coisa pra vocês”, disse Neige, abrindo seu laptop.
Ele logou e mostrou um programa de busca que estava analisando todos os dados encontrados do que foi confiscado pelos Doe. E-mails, ligações, transações bancarias, tudo. E entre as mensagens trocadas havia algo que tinha chamado a atenção.
“Olhem só esses termos. Durante esses dias no mês de agosto tiveram várias trocas de e-mails entre eles, em um tom de preocupação, sobre algo que o Ar havia mandado eles buscarem”, disse Neige.
No computador haviam diversos trechos de e-mails:
“(...) destruir o rosebud é essencial para o sucesso da nossa insurreição (...)”
“(...) O rosebud que nosso líder nos mandou buscar é algo que deve ser de vital importância (...)”
“(...) Rosebud? Ele nos mandar achar isso é como uma agulha no palheiro. Impossível!”
Todos leram e se impressionaram com o termo rosebud. Parecia um código. Ravena quebrou o silêncio.
“Rosebud... Sim. Eu lembro disso. O Ar também nos mandou buscar, mas com tanta coisa ao mesmo tempo pra fazer nós não conseguimos focar e pedimos pros Doe usarem seus meios para buscarem isso, mas não conseguiram”, disse Ravena.
Eliza Vogl apenas ouvia, atenta.
“Rosebud? Que cacete de nome é esse?”, disse Agatha, “É alguma brincadeira do Cidadão Kane?”.
“Hã? Cidadão Kane? Quem é esse Kane?”, perguntou Neige.
“Nossa, do que adianta ser um nerd super hacker se nunca viu um dos filmes mais clássicos que existem? Cidadão Kane não é uma pessoa, é um FILME! É um dos mistérios do filme, é algo que é citado, mas nunca explicado. É a única coisa que consigo me lembrar agora... Eu vi esse filme há muito tempo”, disse Agatha.
“Tá, mas porque justamente você quis nos mostrar isso, Neige?”, perguntou Lucca.
“Ah, sim, claro. Olhem só. Tenho um e-mail re-encaminhado que foi enviado do John Doe (Bruno Andrada), o líder dos Doe para o próprio Ar. Foi parar na caixa do árabe. Nele existe uma explicação do que é esse rosebud”, disse Neige, mostrando o conteúdo destacado do e-mail:
“(...) Rosebud é um programa capaz de entrar na raíz do VOID, destravando toda a segurança dele, (...) o VOID contém a Dawn of Souls, é o computador que nos ajudará em nosso plano (...) deve ser detido a todo custo e trago até mim para ser destruído”.
“Puta merda!”, exclamou Agatha.
“Temos que avisar o Al, e achar esse rosebud! Se conseguirmos parar o VOID conseguiremos parar o Ar e sua insurreição! É tudo o que precisávamos!”, disse Neige.
“Fácil dizer. A Insurreição do Ar está pra acontecer a qualquer momento. Mesmo se conseguirmos, teríamos que saber onde o tal VOID está, sua central. Esse rosebud não vai cair do céu, Neige”, disse Agatha.
“Err... Na verdade...”, disse Eliza Vogl, que estava quieta até então.
Todos olharam pra ela. E ficaram em silêncio.
Ela mostrou o colar dela. Parecia um pingente.
“Desculpe não ter contado pra vocês antes. Como ninguém me perguntou, eu também deixei quieto. Mas como agora confio em vocês, acho que posso contar a estória disso. Isso não é um pingente comum”, disse Eliza Vogl.
“Liza...?”, disse Neige.
“É um pendrive superpotente. Como eu era a parceira da senhora Saunders, assim que ela morreu, eu recebi isso como um espólio enviado por ela, postumamente. Quando eu abri vi que havia um programa pesadíssimo, chamado rosebud. Talvez Saunders e eu não estejamos sendo procuradas apenas por nossos segredos como insiders. Mas também pelo fato de nós termos o cobiçado rosebud”, disse Eliza Vogl.
Todos ficaram atônicos. Todos. E Eliza não sabia o que falar também vendo a expressão incrédula de todos eles. O silêncio de todos, que estava cheio de esperança, foi interrompido por um som de bip emitido pelo laptop de Neige.
Neige se virou e abriu a janela no laptop.
“...Minha nossa, Eliza!”, disse Lucca, “Minha bandeira da Inglaterra! Você vai salvar o mundo inteiro!”.
Eliza Vogl era só sorrisos. Mas Neige estava aflito vendo a tela do seu laptop.
“O que foi Neige? Fala logo! Que cara é essa?”, perguntou Agatha.
“É a Victoire”, disse Neige, “O GPS no celular dela tá indicado que ela está em movimento... Ela está passando pela Catedral de St Paul agora, no centro de Londres! Pra onde ela está indo?”.
“Lucca!!”, gritou Eliza Vogl ao ver Lucca, deitado num leito do University College Hospital.
Ela foi correndo em sua direção e pulou em cima dele, abraçando-o. Agatha e Ravena estavam do lado de Lucca, sentados em cadeiras simples.
“Liza! Que surpresa maravilhosa!”, exclamou Lucca, feliz da vida ao encontrar sua menina, “Peraí, você não tá ferida não, né? Ninguém te fez mal, né?”, disse Lucca, afastando a garota e dando uma olhada nela dos pés a cabeça. Ele parecia um pai preocupado com sua filha.
“Não! Nadinha!”, disse Eliza, dando uma voltinha, “Eu tô inteirinha! Nossa, é tão bom ver você bem! Eu pensei que você fosse morrer!”.
“Morrer eu não vou. Mas vou ter que ficar uns dias aqui nesse hospital. A Briegel conseguiu me colocar aqui, e não num hospital militar”, disse Lucca, aliviando a menina.
Nessa hora entrou Neige no recinto.
“Natak... Quer dizer, Lucca? Puxa vida, você dessa vez nos assustou em ir enfrentar aquele judeu maluco sozinho, huh?”, brincou Neige.
“Pois é. Mas estou sendo bem cuidado aqui. Olha só quem está no leito do lado”, disse Lucca, apontando a cabeça.
Neige tomou um susto. Era Sara. Completamente dopada, adormecida.
“É melhor mantê-la assim por enquanto. Pelo menos enquanto a investigação não termina”, disse Ravena, com dó da sua amiga, “Com certeza ela vai acordar uma fera comigo, mas ela vai ter que entender que eu fiz uma escolha – e não me arrependo”.
“Você é a mediúnica que trabalhava com o Ar, não? Vocês eram o trio junto do Schwartzman e a Sara, não é mesmo?”, perguntou Neige.
“Isso. Eu não ligo pro Schwartzman morrer. Mas gostaria que a Sara continuasse viva. É uma das únicas amigas que eu tenho”, disse Ravena.
“É apenas até a investigação terminar. Uma psíquica forte como ela andando por aí vai causar muitos problemas”, disse Agatha.
“Certo. Escuta, pessoal, preciso mostrar uma coisa pra vocês”, disse Neige, abrindo seu laptop.
Ele logou e mostrou um programa de busca que estava analisando todos os dados encontrados do que foi confiscado pelos Doe. E-mails, ligações, transações bancarias, tudo. E entre as mensagens trocadas havia algo que tinha chamado a atenção.
“Olhem só esses termos. Durante esses dias no mês de agosto tiveram várias trocas de e-mails entre eles, em um tom de preocupação, sobre algo que o Ar havia mandado eles buscarem”, disse Neige.
No computador haviam diversos trechos de e-mails:
“(...) destruir o rosebud é essencial para o sucesso da nossa insurreição (...)”
“(...) O rosebud que nosso líder nos mandou buscar é algo que deve ser de vital importância (...)”
“(...) Rosebud? Ele nos mandar achar isso é como uma agulha no palheiro. Impossível!”
Todos leram e se impressionaram com o termo rosebud. Parecia um código. Ravena quebrou o silêncio.
“Rosebud... Sim. Eu lembro disso. O Ar também nos mandou buscar, mas com tanta coisa ao mesmo tempo pra fazer nós não conseguimos focar e pedimos pros Doe usarem seus meios para buscarem isso, mas não conseguiram”, disse Ravena.
Eliza Vogl apenas ouvia, atenta.
“Rosebud? Que cacete de nome é esse?”, disse Agatha, “É alguma brincadeira do Cidadão Kane?”.
“Hã? Cidadão Kane? Quem é esse Kane?”, perguntou Neige.
“Nossa, do que adianta ser um nerd super hacker se nunca viu um dos filmes mais clássicos que existem? Cidadão Kane não é uma pessoa, é um FILME! É um dos mistérios do filme, é algo que é citado, mas nunca explicado. É a única coisa que consigo me lembrar agora... Eu vi esse filme há muito tempo”, disse Agatha.
“Tá, mas porque justamente você quis nos mostrar isso, Neige?”, perguntou Lucca.
“Ah, sim, claro. Olhem só. Tenho um e-mail re-encaminhado que foi enviado do John Doe (Bruno Andrada), o líder dos Doe para o próprio Ar. Foi parar na caixa do árabe. Nele existe uma explicação do que é esse rosebud”, disse Neige, mostrando o conteúdo destacado do e-mail:
“(...) Rosebud é um programa capaz de entrar na raíz do VOID, destravando toda a segurança dele, (...) o VOID contém a Dawn of Souls, é o computador que nos ajudará em nosso plano (...) deve ser detido a todo custo e trago até mim para ser destruído”.
“Puta merda!”, exclamou Agatha.
“Temos que avisar o Al, e achar esse rosebud! Se conseguirmos parar o VOID conseguiremos parar o Ar e sua insurreição! É tudo o que precisávamos!”, disse Neige.
“Fácil dizer. A Insurreição do Ar está pra acontecer a qualquer momento. Mesmo se conseguirmos, teríamos que saber onde o tal VOID está, sua central. Esse rosebud não vai cair do céu, Neige”, disse Agatha.
“Err... Na verdade...”, disse Eliza Vogl, que estava quieta até então.
Todos olharam pra ela. E ficaram em silêncio.
Ela mostrou o colar dela. Parecia um pingente.
“Desculpe não ter contado pra vocês antes. Como ninguém me perguntou, eu também deixei quieto. Mas como agora confio em vocês, acho que posso contar a estória disso. Isso não é um pingente comum”, disse Eliza Vogl.
“Liza...?”, disse Neige.
“É um pendrive superpotente. Como eu era a parceira da senhora Saunders, assim que ela morreu, eu recebi isso como um espólio enviado por ela, postumamente. Quando eu abri vi que havia um programa pesadíssimo, chamado rosebud. Talvez Saunders e eu não estejamos sendo procuradas apenas por nossos segredos como insiders. Mas também pelo fato de nós termos o cobiçado rosebud”, disse Eliza Vogl.
Todos ficaram atônicos. Todos. E Eliza não sabia o que falar também vendo a expressão incrédula de todos eles. O silêncio de todos, que estava cheio de esperança, foi interrompido por um som de bip emitido pelo laptop de Neige.
Neige se virou e abriu a janela no laptop.
“...Minha nossa, Eliza!”, disse Lucca, “Minha bandeira da Inglaterra! Você vai salvar o mundo inteiro!”.
Eliza Vogl era só sorrisos. Mas Neige estava aflito vendo a tela do seu laptop.
“O que foi Neige? Fala logo! Que cara é essa?”, perguntou Agatha.
“É a Victoire”, disse Neige, “O GPS no celular dela tá indicado que ela está em movimento... Ela está passando pela Catedral de St Paul agora, no centro de Londres! Pra onde ela está indo?”.
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