Doppelgänger - #113 - O dilema de Frost.
“Frost”, disse Agatha, no telefone, “Preciso que fique nos arredores da Catedral de St. Paul aguardando a próxima ordem. Vá pra lá o quanto antes, é urgente!”.
“Certo. É sobre o embate do Al e do Ar?”, perguntou David Frost.
“Isso mesmo! Preciso que você grave tudo. O Al vai interrogar o Ar e preciso que você grave todas as declarações dele! Ele vai ter que revelar todo o plano dele, e você não pode ser visto nem nada, é uma operação de segurança máxima. Entendeu?”, disse Agatha.
“Sim, madame”, disse David Frost, desligando o celular.
No seu quarto, onde havia atendido a ligação, dentro de uma gaveta do seu criado mudo havia ainda na embalagem um gravador de áudio, desses que jornalistas usam, de última geração da Sony. Ainda estava na embalagem. Ele havia comprado e tinha muita vontade de usar. Porém, como seu trabalho se limitava a pequenas matérias no The Guardian, ele nunca teve a chance de usar aquilo em reportagens de campo que ele tanto queria participar.
Naquela hora Frost sabia que não tinha outra opção a não ser enfiar sua cabeça no buraco em que estava – já que até esse momento ele estava até o pescoço nisso. Era hora de desembalar uma das maiores ferramentas de um jornalista. Mas sua esposa estava do seu lado, apreensiva.
“Você vai mesmo fazer isso, Dave?”, disse Justine, sua esposa.
“Querida, eu sei que provavelmente seremos caçados, que não teremos essa vida confortável que temos aqui, mas uma coisa me fez muito repensar tudo isso. E inclusive o sonho que eu tenho, que eu sempre tive”, disse David Frost.
“E qual seu sonho?”, disse Justine.
Nessa hora David Frost olhou pra Justine Frost, sua esposa. Ela era ruiva, sua pele era sem absolutamente nenhuma sarda, e seus cabelos vermelhos enferrujados contrastavam com seus olhos verdes. Além de tudo Justine era um mulherão. Belos seios, cinturinha e bumbum bem mais interessantes que o padrão de mulheres britânicas, todas quadradas. Ás vezes nem ele acreditava como uma mulher tão linda foi dar bola pra ele, e depois de tantos anos estarem casados, mesmo sem filhos ainda.
Mas naquela hora Frost parecia dividido entre perseguir o seu sonho como jornalista ou continuar naquela vida com sua esposa. Parecia que devia tomar a decisão.
“Justine, meu amor, provavelmente serei caçado, tentarão a todo o custo me matar com as informações que eu quero levar a público, mas uma coisa, apenas uma coisa é o que me move”, disse David Frost.
Justine permaneceu em silêncio, ouvindo seu marido.
“As pessoas vivem suas vidas como nós vivemos. Sei que as pessoas nesse país preferem saber do resultado do The X-Factor ou sobre o Bebê Real mais do que os problemas políticos e econômicos que esse país está sofrendo. E cada vez mais pessoas não têm acesso a essas informações, vivem suas vidas adormecidas nesse torpor de apenas trabalhar, estudar, ter filhos e se aposentar. Muitas coisas estão acontecendo debaixo dos panos, e não posso mais deixar o governo e empresas fazerem o que bem entendem com as pessoas sem que elas sequer saibam o que está ocorrendo! Mesmo que ninguém se mexa, o meu objetivo é que pelo menos uma pessoa a mais saiba o que está acontecendo no seu país e no mundo, e que ao menos possa se sentir inspirado em fazer essa mudança”, disse David Frost.
Justine permanecia em silêncio. Seus olhos estavam marejados. Por mais que Frost nunca achasse que aquele mulherão fosse muita areia pro seu caminhãozinho, nessa hora ele foi corajoso o suficiente pra expressar seu sonho, sua motivação. Mas ele não contava com o questionamento ríspido de Justine:
“Entre eu e sua profissão, o que você escolhe então?”, disse Justine.
Nessa hora David Frost ficou pasmo.
“Eu te amo muito. Eu não gostaria ter que escolher, mas eu escolho minha profissão”, disse Frost, pegando o gravador e colocando no bolso.
Justine estava com os olhos em prantos, vendo seu marido passar por ela. Ainda assim ela não se virou, mas ouviu ele girando a maçaneta.
“Justine!”, exclamou David Frost, “Ainda assim, você viria comigo, meu amor?”.
Justine se virou e correu pros braços de Frost, beijando sua boca.
“Eu vou, eu vou, eu vou, eu definitivamente vou!”, dizia Justine.
Ela deixou tudo pra trás. Pegou algumas libras e umas três mudas de roupa, colocou numa bolsa e foi junto do marido. Ambos entraram num carro, dirigido por Bose, que os levaria até o ponto que Agatha havia indicado.
“Certo. É sobre o embate do Al e do Ar?”, perguntou David Frost.
“Isso mesmo! Preciso que você grave tudo. O Al vai interrogar o Ar e preciso que você grave todas as declarações dele! Ele vai ter que revelar todo o plano dele, e você não pode ser visto nem nada, é uma operação de segurança máxima. Entendeu?”, disse Agatha.
“Sim, madame”, disse David Frost, desligando o celular.
No seu quarto, onde havia atendido a ligação, dentro de uma gaveta do seu criado mudo havia ainda na embalagem um gravador de áudio, desses que jornalistas usam, de última geração da Sony. Ainda estava na embalagem. Ele havia comprado e tinha muita vontade de usar. Porém, como seu trabalho se limitava a pequenas matérias no The Guardian, ele nunca teve a chance de usar aquilo em reportagens de campo que ele tanto queria participar.
Naquela hora Frost sabia que não tinha outra opção a não ser enfiar sua cabeça no buraco em que estava – já que até esse momento ele estava até o pescoço nisso. Era hora de desembalar uma das maiores ferramentas de um jornalista. Mas sua esposa estava do seu lado, apreensiva.
“Você vai mesmo fazer isso, Dave?”, disse Justine, sua esposa.
“Querida, eu sei que provavelmente seremos caçados, que não teremos essa vida confortável que temos aqui, mas uma coisa me fez muito repensar tudo isso. E inclusive o sonho que eu tenho, que eu sempre tive”, disse David Frost.
“E qual seu sonho?”, disse Justine.
Nessa hora David Frost olhou pra Justine Frost, sua esposa. Ela era ruiva, sua pele era sem absolutamente nenhuma sarda, e seus cabelos vermelhos enferrujados contrastavam com seus olhos verdes. Além de tudo Justine era um mulherão. Belos seios, cinturinha e bumbum bem mais interessantes que o padrão de mulheres britânicas, todas quadradas. Ás vezes nem ele acreditava como uma mulher tão linda foi dar bola pra ele, e depois de tantos anos estarem casados, mesmo sem filhos ainda.
Mas naquela hora Frost parecia dividido entre perseguir o seu sonho como jornalista ou continuar naquela vida com sua esposa. Parecia que devia tomar a decisão.
“Justine, meu amor, provavelmente serei caçado, tentarão a todo o custo me matar com as informações que eu quero levar a público, mas uma coisa, apenas uma coisa é o que me move”, disse David Frost.
Justine permaneceu em silêncio, ouvindo seu marido.
“As pessoas vivem suas vidas como nós vivemos. Sei que as pessoas nesse país preferem saber do resultado do The X-Factor ou sobre o Bebê Real mais do que os problemas políticos e econômicos que esse país está sofrendo. E cada vez mais pessoas não têm acesso a essas informações, vivem suas vidas adormecidas nesse torpor de apenas trabalhar, estudar, ter filhos e se aposentar. Muitas coisas estão acontecendo debaixo dos panos, e não posso mais deixar o governo e empresas fazerem o que bem entendem com as pessoas sem que elas sequer saibam o que está ocorrendo! Mesmo que ninguém se mexa, o meu objetivo é que pelo menos uma pessoa a mais saiba o que está acontecendo no seu país e no mundo, e que ao menos possa se sentir inspirado em fazer essa mudança”, disse David Frost.
Justine permanecia em silêncio. Seus olhos estavam marejados. Por mais que Frost nunca achasse que aquele mulherão fosse muita areia pro seu caminhãozinho, nessa hora ele foi corajoso o suficiente pra expressar seu sonho, sua motivação. Mas ele não contava com o questionamento ríspido de Justine:
“Entre eu e sua profissão, o que você escolhe então?”, disse Justine.
Nessa hora David Frost ficou pasmo.
“Eu te amo muito. Eu não gostaria ter que escolher, mas eu escolho minha profissão”, disse Frost, pegando o gravador e colocando no bolso.
Justine estava com os olhos em prantos, vendo seu marido passar por ela. Ainda assim ela não se virou, mas ouviu ele girando a maçaneta.
“Justine!”, exclamou David Frost, “Ainda assim, você viria comigo, meu amor?”.
Justine se virou e correu pros braços de Frost, beijando sua boca.
“Eu vou, eu vou, eu vou, eu definitivamente vou!”, dizia Justine.
Ela deixou tudo pra trás. Pegou algumas libras e umas três mudas de roupa, colocou numa bolsa e foi junto do marido. Ambos entraram num carro, dirigido por Bose, que os levaria até o ponto que Agatha havia indicado.
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