Amber #27 - O ser que cuspia fogo pelos braços.
Do outro lado da cidade Schultz estava com Oliver Raines na sua mira. Raines não levantou suas mãos mostrando que estava rendido. Ficou encarando Schultz, como se quisesse desafiá-lo. Deu uma olhada e fez um gesto com as mãos para que o soldado que estava no telégrafo ficasse ali, e Raines saiu calmamente, sem erguer as mãos, da sala anexa da pousada.
“Acabou, Raines. Você está preso! Temos muitas perguntas pra você, é fim do jogo pra você. Se der algum movimento em falso, pode ter certeza que não hesitarei em atirar”, disse Schultz.
O dono da pousada se abaixou embaixo da bancada, e mais umas duas pessoas que estavam ali por acaso saíram correndo, de medo, em ver que havia alguém armado ali.
“Realmente, vocês me pegaram. Meus homens me falaram que havia outro agente da SD junto de Briegel. Deve ser você. Sabe, o Briegel não é tão inteligente”, disse Raines, parado na frente de Schultz, enquanto este mantinha a arma apontada pra ele, “Era óbvio que ele iria atrás do meu escritório. E eu imaginava que ele iria descobrir quem eu realmente sou”.
“É mesmo? Para alguém que admite que pegamos você, pelo que tá falando parece que previu todos os nossos passos aqui. E ainda conseguiu falhar?”, disse Schultz.
“Sim. Aquele outro soldado que estava com vocês, pensei que iriam deixa-lo aqui. Mas parece que Briegel fez o correto, mandando você ficar aqui”, disse Raines, se referindo ao Sundermann, “Eu estava contando que você iria com o Briegel até meu acampamento atrás de mim”, nessa hora Raines encostou na parede e ergueu os braços, mostrando ironia, “Mas Briegel foi mais inteligente e mandou você de volta e foi com o outro pra lá”.
Schultz nessa hora entendeu o que Raines estava querendo dizer.
“Seu filho duma puta… Era um armadilha! O coronel está em perigo?”, gritou Schultz.
“Sim. E qual vai ser sua escolha, capanga do Briegel que não sei o nome? Se você correr pode salvar algum pedaço dele inteiro pro funeral”, disse Raines, caminhando pro lado, se afastando calmamente de Schultz, demonstrando estar no comando da situação, “Olhar pro caixão com o rosto desfigurado deve ser muito dolorido. Isso é, se sobrar algo”.
Schultz deu um tiro em Raines. O tiro pegou de raspão na coxa direita dele.
“Eu mandei você ficar parado aí, Oliver Raines. E me chamo Schultz. Ludwig Schultz. Eu sinto muito, mas eu não sou o coronel. Não tenho motivos pra perder o controle no calor do momento”, disse Raines.
“Deu pra perceber, você errou o tiro”, disse Raines, virando calmamente de frente pra Schultz, “Pegou de raspão”.
“Errado. Eu acertei na mosca”, disse Schultz, “Olha atrás da bancada”.
Quando Raines virou sua cabeça pra olhar atrás da bancada ficou chocado, pois ali estava o funcionário da pousada segurando a mão ensanguentada. Schultz viu através da modesta grade de madeira o funcionário da pousada pegando uma arma pra atirar contra Schultz. O homem estava tão assustado com a frieza e eficácia do disparo de Schultz que sequer tinha ar para gritar de dor.
“Magnífico. Realmente vocês dois têm direito à fama que possuem”, disse Raines.
“Minha prima, soltem a minha prima, agora!!”, um grito feminino vinha do lado de fora. Schultz reconheceu logo que era Liesl.
“O quê?! Liesl!!”, gritou Schultz indo até a porta, ainda apontando a arma pra Raines.
“Pode olhar, amigo. Talvez seja a última vez que a verá”, disse Raines.
Quando Schultz virou o rosto viu Maggie Braun, ferida no rosto, mas consciente, sendo arrastada por dois homens pelos braços enquanto um terceiro afastava Liesl, que tentava com todas as forças proteger sua prima.
“Soltem ela, seus canalhas!! Vocês não vão leva-la!! Soltem ela agora!!”, gritava Liesl, mas por ser pequena, o soldado estava conseguindo conter ela sem maiores problemas.
“Seus malditos!! Larguem ela agora!!”, gritou Schultz, dando um tiro pro alto e saindo da pousada, em direção de Maggie que estava sendo levada, “Liesl, saia daí agora!!”.
Os dois soldados deram um potente golpe na pequena Liesl, jogando-a pra longe. Schultz correu ao seu encontro, mas algo inesperado aconteceu. Ele ouviu um barulho imenso, como se fosse um barulho alto e grave, seguido de uma baforada quente. Era inevitável ver o brilho alaranjado daquilo. Um susto triplo causado pelo barulho, pela luz e pelo calor. Era fogo.
Um lança-chamas? Merda!, pensou Schultz ao sentir o calor das chamas. Mas quando Schultz se virou era algo muito mais terrível que um simples lança-chamas. Ficou com o corpo na frente da pobre Liesl para protegê-la daquilo. Mas ele nem sabia como ele iria proteger a si mesmo quando viu do que se tratava.
“Acho que você era muito pequeno pra saber quando essas belezinhas começaram a ser usadas. Sabe, eu vi a Grande Guerra, lá em 1914 e 1915 uns franceses apareceram com um negócio que jogava combustível em chama contra os soldados. Era bem efetivo, e matou muita, muita gente”, disse Raines, saindo da pousada.
Os dois soldados que carregavam Maggie pararam também e viraram pra trás. Eles reagiram sorrindo, como se estivessem aguardando aquilo. Mas o que Schultz via era algo difícil de entender. Era uma coisa, com escamas escuras ao longo do corpo, não dava pra se ver rosto, ou se era humano. Parecia um réptil bípede. Tinha duas coisas cilíndricas, que pareciam turbinas, onde deveriam ser os braços. E mais outras duas anexadas nas pernas, na altura da canela. Havia algo nas costas, como se fosse uma espécie de guarda-chuvas fechado, e sua postura não era exatamente a postura mais ereta. E essa coisa caminhava em sua direção.
Aquilo lembrava um dragão, com duas cabeças baforando chamas pelos braços.
Mas que porra é essa?, pensou Schultz enquanto protegia Liesl se colocando na frente dela.
Maggie, que estava sendo carregada pelo braços reconheceu imediatamente quem era a aberração.
“Não pode ser… Hydrogenium?”, disse Maggie Braun. Schultz mal ouviu, mas o nome talvez não faria muito sentido naquele momento.
Nessa hora o ser com escamas negras ergueu os braços e uma quantidade imensa de chamas foram lançadas das turbinas dos seus braços. Era algo magnífico, exceto para Schultz que sabia que seria muito difícil de sair vivo dali.
“Acabou, Raines. Você está preso! Temos muitas perguntas pra você, é fim do jogo pra você. Se der algum movimento em falso, pode ter certeza que não hesitarei em atirar”, disse Schultz.
O dono da pousada se abaixou embaixo da bancada, e mais umas duas pessoas que estavam ali por acaso saíram correndo, de medo, em ver que havia alguém armado ali.
“Realmente, vocês me pegaram. Meus homens me falaram que havia outro agente da SD junto de Briegel. Deve ser você. Sabe, o Briegel não é tão inteligente”, disse Raines, parado na frente de Schultz, enquanto este mantinha a arma apontada pra ele, “Era óbvio que ele iria atrás do meu escritório. E eu imaginava que ele iria descobrir quem eu realmente sou”.
“É mesmo? Para alguém que admite que pegamos você, pelo que tá falando parece que previu todos os nossos passos aqui. E ainda conseguiu falhar?”, disse Schultz.
“Sim. Aquele outro soldado que estava com vocês, pensei que iriam deixa-lo aqui. Mas parece que Briegel fez o correto, mandando você ficar aqui”, disse Raines, se referindo ao Sundermann, “Eu estava contando que você iria com o Briegel até meu acampamento atrás de mim”, nessa hora Raines encostou na parede e ergueu os braços, mostrando ironia, “Mas Briegel foi mais inteligente e mandou você de volta e foi com o outro pra lá”.
Schultz nessa hora entendeu o que Raines estava querendo dizer.
“Seu filho duma puta… Era um armadilha! O coronel está em perigo?”, gritou Schultz.
“Sim. E qual vai ser sua escolha, capanga do Briegel que não sei o nome? Se você correr pode salvar algum pedaço dele inteiro pro funeral”, disse Raines, caminhando pro lado, se afastando calmamente de Schultz, demonstrando estar no comando da situação, “Olhar pro caixão com o rosto desfigurado deve ser muito dolorido. Isso é, se sobrar algo”.
Schultz deu um tiro em Raines. O tiro pegou de raspão na coxa direita dele.
“Eu mandei você ficar parado aí, Oliver Raines. E me chamo Schultz. Ludwig Schultz. Eu sinto muito, mas eu não sou o coronel. Não tenho motivos pra perder o controle no calor do momento”, disse Raines.
“Deu pra perceber, você errou o tiro”, disse Raines, virando calmamente de frente pra Schultz, “Pegou de raspão”.
“Errado. Eu acertei na mosca”, disse Schultz, “Olha atrás da bancada”.
Quando Raines virou sua cabeça pra olhar atrás da bancada ficou chocado, pois ali estava o funcionário da pousada segurando a mão ensanguentada. Schultz viu através da modesta grade de madeira o funcionário da pousada pegando uma arma pra atirar contra Schultz. O homem estava tão assustado com a frieza e eficácia do disparo de Schultz que sequer tinha ar para gritar de dor.
“Magnífico. Realmente vocês dois têm direito à fama que possuem”, disse Raines.
“Minha prima, soltem a minha prima, agora!!”, um grito feminino vinha do lado de fora. Schultz reconheceu logo que era Liesl.
“O quê?! Liesl!!”, gritou Schultz indo até a porta, ainda apontando a arma pra Raines.
“Pode olhar, amigo. Talvez seja a última vez que a verá”, disse Raines.
Quando Schultz virou o rosto viu Maggie Braun, ferida no rosto, mas consciente, sendo arrastada por dois homens pelos braços enquanto um terceiro afastava Liesl, que tentava com todas as forças proteger sua prima.
“Soltem ela, seus canalhas!! Vocês não vão leva-la!! Soltem ela agora!!”, gritava Liesl, mas por ser pequena, o soldado estava conseguindo conter ela sem maiores problemas.
“Seus malditos!! Larguem ela agora!!”, gritou Schultz, dando um tiro pro alto e saindo da pousada, em direção de Maggie que estava sendo levada, “Liesl, saia daí agora!!”.
Os dois soldados deram um potente golpe na pequena Liesl, jogando-a pra longe. Schultz correu ao seu encontro, mas algo inesperado aconteceu. Ele ouviu um barulho imenso, como se fosse um barulho alto e grave, seguido de uma baforada quente. Era inevitável ver o brilho alaranjado daquilo. Um susto triplo causado pelo barulho, pela luz e pelo calor. Era fogo.
Um lança-chamas? Merda!, pensou Schultz ao sentir o calor das chamas. Mas quando Schultz se virou era algo muito mais terrível que um simples lança-chamas. Ficou com o corpo na frente da pobre Liesl para protegê-la daquilo. Mas ele nem sabia como ele iria proteger a si mesmo quando viu do que se tratava.
“Acho que você era muito pequeno pra saber quando essas belezinhas começaram a ser usadas. Sabe, eu vi a Grande Guerra, lá em 1914 e 1915 uns franceses apareceram com um negócio que jogava combustível em chama contra os soldados. Era bem efetivo, e matou muita, muita gente”, disse Raines, saindo da pousada.
Os dois soldados que carregavam Maggie pararam também e viraram pra trás. Eles reagiram sorrindo, como se estivessem aguardando aquilo. Mas o que Schultz via era algo difícil de entender. Era uma coisa, com escamas escuras ao longo do corpo, não dava pra se ver rosto, ou se era humano. Parecia um réptil bípede. Tinha duas coisas cilíndricas, que pareciam turbinas, onde deveriam ser os braços. E mais outras duas anexadas nas pernas, na altura da canela. Havia algo nas costas, como se fosse uma espécie de guarda-chuvas fechado, e sua postura não era exatamente a postura mais ereta. E essa coisa caminhava em sua direção.
Aquilo lembrava um dragão, com duas cabeças baforando chamas pelos braços.
Mas que porra é essa?, pensou Schultz enquanto protegia Liesl se colocando na frente dela.
Maggie, que estava sendo carregada pelo braços reconheceu imediatamente quem era a aberração.
“Não pode ser… Hydrogenium?”, disse Maggie Braun. Schultz mal ouviu, mas o nome talvez não faria muito sentido naquele momento.
Nessa hora o ser com escamas negras ergueu os braços e uma quantidade imensa de chamas foram lançadas das turbinas dos seus braços. Era algo magnífico, exceto para Schultz que sabia que seria muito difícil de sair vivo dali.
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