Amber #36 - Every path you take you're leaving your legacy.
1 de setembro de 1939
7h09
Schultz com um chute na porta entrou no gabinete de Heydrich, com violência. Briegel vinha logo atrás dele.
“Seu doente!! Eu vou é te matar aqui e agora!!”, gritou Schultz, indo na direção de Heydrich, que ainda estava com os olhos arregalados de susto, tentando entender o que se passava, “Heydrich, porque você não nos contou que o exército iria invadir a Polônia?!”.
Briegel ficou na porta, e pouco depois de entrarem, viu uma das secretárias estava vindo com papéis para serem entregues pra Reinhard Heydrich. Briegel rapidamente apontou uma arma pra ela e pediu pra ela entrar.
“Entra e deixa os papéis ali. E finja que viu nada, tudo bem?”, ordenou Briegel, e foi exatamente o que a jovem secretária fez. Briegel se aproximou dos papéis pra dar uma olhada enquanto Schultz segurava Heydrich pelo colarinho, erguendo-o contra a parede.
“Seu idiota, me solta agora!”, ordenou Heydrich, “É óbvio que essa invasão iria acontecer. Sábado passado na verdade que era a ideia original, mas aquele gordo do Mussolini disse que não estava pronto, então ficou pra hoje mesmo!”.
“Não acredito!”, disse Schultz, dando uma cabeçada no nariz de Heydrich, “Tava na cara mesmo… Esse papinho de que a Alemanha queria defender o ocidente dos soviéticos e do comunismo, como se o fascismo daqui não fosse uma ameaça maior pras democracias do ocidente! Vocês, fantoches de Hitler, são os piores seres humanos que já pisaram na face da Terra!”, disse Schultz dando outra cabeçada, mais forte ainda em Heydrich, fazendo-o gritar. Sangue já estava escorrendo do nariz do nazista.
Briegel estava vendo os papéis que a secretária havia deixado na mesa de Heydrich.
“Ei, espera aí, Schultz”, pediu Briegel para que ele pausasse, “Que papéis são esses? E o que é ‘Reichssicherheitshauptamt’? Gabinete central de segurança do Reich? Vocês querem acabar com a SD?”.
“Não. A SD é um dos maiores orgulhos desse país. Muito por conta de vocês, que ajudaram a treinar grande parte desse time, já que vocês não queriam fazer o nosso trabalho sujo. Foi uma decisão do Führer e de herr Himmler, criar um gabinete que a SD fizesse parte. Acho que até o final do mês vai estar em pleno funcionamento”, disse Heydrich, soprando um pouco o sangue que caía do nariz na boca, enquanto continuava sendo pressionado contra a parede por Schultz, “Mas fiquem tranquilos. Esse novo gabinete, a RSHA e a SD continuarão sobre minha direção. Vocês ainda vão cansar de ver o meu rosto!”.
“Mas que merda, solta ele agora, Schultz!”, gritou Briegel, e Schultz o soltou, fazendo Heydrich cair no chão sentado. Briegel chegou com o punho cerrado e acertou um forte soco no rosto de Heydrich, jogando-o pro lado, e fazendo-o agora cuspir sangue, “Você é um bandido. Ouviu bem? Um BANDIDO!”.
“Ficou com raiva pois foi usado, Briegel?”, zombou Heydrich, “A sorte de vocês é que vocês são realmente únicos no que vocês fazem. E que ao mesmo tempo vocês dois estão presos aqui. Nenhum país vai aceitar dois agentes nazistas em agência de inteligência nenhuma do mundo!”.
“NÃO ME CHAME DE NAZISTA!!”, gritou Briegel, dando outro golpe em Heydrich, agora do outro lado, “Não me coloque no mesmo grupo que essa corja de quinta categoria que são vocês!!”.
“Pode gritar o que quiser, Briegel! O que está feito, está feito. Por dois longos anos você não fez nada, e não impediu a expansão do Terceiro Reich que começou nessa manhã. A Polônia está sendo bombardeada, o Blitzkrieg que você viu em Guernica está destruindo aquele povinho nojento, levando-os à idade da caverna. Você poderia ter feito algo, mas você, assim como o mundo, hoje foi acordado com essa surpresa. Ás 4h45 da manhã o Schleswig-Holstein abriu fogo em Danzig. E nós não vamos parar até que a Europa e o mundo estejam nas nossas mãos!”, disse Heydrich, sorrindo no final, com um quê de psicopata.
Briegel estava atônico. Dois anos haviam se passado. E ele simplesmente viu tudo passando sem fazer nada. Viu a anexação da Áustria, viu o armamento da Alemanha se tornar cada vez maior, viu o Tratado de Versalhes sendo rasgado e jogado aos porcos, e toda a imagem positiva na mídia internacional que a Alemanha de Hitler estava criando. O mundo estava dividido entre apoiar Hitler ou Stalin. Dois anos haviam se passado, e muita coisa havia acontecido. E Briegel enfim entendeu que agora era tarde.
E só de ficar parado na frente de Heydrich, desapontado com si mesmo, tentando buscar respostas, o comandante nazista deu um riso sarcástico, vendo aquela situação deprimente. Briegel simplesmente se agachou, e ficou com cara de quem estava com dó de si mesmo, pois infelizmente tudo o que Heydrich dizia era verdade.
“Discursinho medíocre de vilão de filme de quinta, viu”, disse Schultz, atrás de Briegel, “Mas não adianta. Estamos aqui, estamos de volta. Vamos, coronel, vamos dar o fora daqui”, Schultz nessa hora colocou a mão no ombro de Briegel, “Todo o caminho que trilhamos, deixamos nosso legado. E não vai ser esse aí que vai nos parar”.
Briegel ouviu as palavras do amigo e sentiu uma injeção de ânimo. Realmente, nada estava perdido. Não ainda. Eles haviam falhado, mas haviam perdido apenas uma batalha. E a guerra havia apenas começado.
Os dois já estavam de saída quando Heydrich, com um lenço estancando o ferimento no nariz se ergueu e gritou pra eles.
“Onde diabos pensam que estão indo? Desistiram dessas ideias tolas de irem contra o Führer e vão ficar do nosso lado, o dos vencedores?”, gritou Heydrich, provocando.
“Não. Irei para a Áustria”, disse Briegel, “Vocês queriam informações sobre Oliver Raines, não é mesmo? Enfim achei uma boa pista que pode me levar até ele”.
7h09
Schultz com um chute na porta entrou no gabinete de Heydrich, com violência. Briegel vinha logo atrás dele.
“Seu doente!! Eu vou é te matar aqui e agora!!”, gritou Schultz, indo na direção de Heydrich, que ainda estava com os olhos arregalados de susto, tentando entender o que se passava, “Heydrich, porque você não nos contou que o exército iria invadir a Polônia?!”.
Briegel ficou na porta, e pouco depois de entrarem, viu uma das secretárias estava vindo com papéis para serem entregues pra Reinhard Heydrich. Briegel rapidamente apontou uma arma pra ela e pediu pra ela entrar.
“Entra e deixa os papéis ali. E finja que viu nada, tudo bem?”, ordenou Briegel, e foi exatamente o que a jovem secretária fez. Briegel se aproximou dos papéis pra dar uma olhada enquanto Schultz segurava Heydrich pelo colarinho, erguendo-o contra a parede.
“Seu idiota, me solta agora!”, ordenou Heydrich, “É óbvio que essa invasão iria acontecer. Sábado passado na verdade que era a ideia original, mas aquele gordo do Mussolini disse que não estava pronto, então ficou pra hoje mesmo!”.
“Não acredito!”, disse Schultz, dando uma cabeçada no nariz de Heydrich, “Tava na cara mesmo… Esse papinho de que a Alemanha queria defender o ocidente dos soviéticos e do comunismo, como se o fascismo daqui não fosse uma ameaça maior pras democracias do ocidente! Vocês, fantoches de Hitler, são os piores seres humanos que já pisaram na face da Terra!”, disse Schultz dando outra cabeçada, mais forte ainda em Heydrich, fazendo-o gritar. Sangue já estava escorrendo do nariz do nazista.
Briegel estava vendo os papéis que a secretária havia deixado na mesa de Heydrich.
“Ei, espera aí, Schultz”, pediu Briegel para que ele pausasse, “Que papéis são esses? E o que é ‘Reichssicherheitshauptamt’? Gabinete central de segurança do Reich? Vocês querem acabar com a SD?”.
“Não. A SD é um dos maiores orgulhos desse país. Muito por conta de vocês, que ajudaram a treinar grande parte desse time, já que vocês não queriam fazer o nosso trabalho sujo. Foi uma decisão do Führer e de herr Himmler, criar um gabinete que a SD fizesse parte. Acho que até o final do mês vai estar em pleno funcionamento”, disse Heydrich, soprando um pouco o sangue que caía do nariz na boca, enquanto continuava sendo pressionado contra a parede por Schultz, “Mas fiquem tranquilos. Esse novo gabinete, a RSHA e a SD continuarão sobre minha direção. Vocês ainda vão cansar de ver o meu rosto!”.
“Mas que merda, solta ele agora, Schultz!”, gritou Briegel, e Schultz o soltou, fazendo Heydrich cair no chão sentado. Briegel chegou com o punho cerrado e acertou um forte soco no rosto de Heydrich, jogando-o pro lado, e fazendo-o agora cuspir sangue, “Você é um bandido. Ouviu bem? Um BANDIDO!”.
“Ficou com raiva pois foi usado, Briegel?”, zombou Heydrich, “A sorte de vocês é que vocês são realmente únicos no que vocês fazem. E que ao mesmo tempo vocês dois estão presos aqui. Nenhum país vai aceitar dois agentes nazistas em agência de inteligência nenhuma do mundo!”.
“NÃO ME CHAME DE NAZISTA!!”, gritou Briegel, dando outro golpe em Heydrich, agora do outro lado, “Não me coloque no mesmo grupo que essa corja de quinta categoria que são vocês!!”.
“Pode gritar o que quiser, Briegel! O que está feito, está feito. Por dois longos anos você não fez nada, e não impediu a expansão do Terceiro Reich que começou nessa manhã. A Polônia está sendo bombardeada, o Blitzkrieg que você viu em Guernica está destruindo aquele povinho nojento, levando-os à idade da caverna. Você poderia ter feito algo, mas você, assim como o mundo, hoje foi acordado com essa surpresa. Ás 4h45 da manhã o Schleswig-Holstein abriu fogo em Danzig. E nós não vamos parar até que a Europa e o mundo estejam nas nossas mãos!”, disse Heydrich, sorrindo no final, com um quê de psicopata.
Briegel estava atônico. Dois anos haviam se passado. E ele simplesmente viu tudo passando sem fazer nada. Viu a anexação da Áustria, viu o armamento da Alemanha se tornar cada vez maior, viu o Tratado de Versalhes sendo rasgado e jogado aos porcos, e toda a imagem positiva na mídia internacional que a Alemanha de Hitler estava criando. O mundo estava dividido entre apoiar Hitler ou Stalin. Dois anos haviam se passado, e muita coisa havia acontecido. E Briegel enfim entendeu que agora era tarde.
E só de ficar parado na frente de Heydrich, desapontado com si mesmo, tentando buscar respostas, o comandante nazista deu um riso sarcástico, vendo aquela situação deprimente. Briegel simplesmente se agachou, e ficou com cara de quem estava com dó de si mesmo, pois infelizmente tudo o que Heydrich dizia era verdade.
“Discursinho medíocre de vilão de filme de quinta, viu”, disse Schultz, atrás de Briegel, “Mas não adianta. Estamos aqui, estamos de volta. Vamos, coronel, vamos dar o fora daqui”, Schultz nessa hora colocou a mão no ombro de Briegel, “Todo o caminho que trilhamos, deixamos nosso legado. E não vai ser esse aí que vai nos parar”.
Briegel ouviu as palavras do amigo e sentiu uma injeção de ânimo. Realmente, nada estava perdido. Não ainda. Eles haviam falhado, mas haviam perdido apenas uma batalha. E a guerra havia apenas começado.
Os dois já estavam de saída quando Heydrich, com um lenço estancando o ferimento no nariz se ergueu e gritou pra eles.
“Onde diabos pensam que estão indo? Desistiram dessas ideias tolas de irem contra o Führer e vão ficar do nosso lado, o dos vencedores?”, gritou Heydrich, provocando.
“Não. Irei para a Áustria”, disse Briegel, “Vocês queriam informações sobre Oliver Raines, não é mesmo? Enfim achei uma boa pista que pode me levar até ele”.
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