Amber #39 - Dedo do meio.
“Essa cor... Gás mostarda?”, gritou Eunmi ao sentir o cheiro ardendo em seu nariz, “Igual aqueles que usavam na Grande Guerra?”.
“Fecha logo e nariz e vem logo!”, gritou Schultz, puxando Eunmi pelo braço. Com um chute a porta foi aberta, e os dos desceram a escada protegendo o nariz. Pouco havia sido inalado, uma vez que Schultz agiu rápido, mas ao chegar num local onde tinha ar puro ele ainda tossia muito.
“Parece alho! Nossa, como arde!!”, disse Eunmi, tossindo tudo pra fora, “Isso porque a gente saiu de lá antes de inalar mais disso!”.
“Vem logo, entra no meu carro!”, gritou Schultz, levando ela até o carro de Schultz, “Mas que merda, merda, merda!! Escuta aqui menina, quem diabos é você? Não iriam fazer isso comigo! Tem certeza que ninguém te seguiu?”, Schultz deu partida no carro e saiu com ele da garagem.
“Eu acho que não! Eu não sei, poxa! Pensei que nada aconteceria por estar contigo!”, gritou Eunmi, ainda tossindo entre as palavras.
“Por estar comigo?! Tá louca, menina?”, gritou Schultz, “Quer dizer que esses desgraçados aí estavam atrás de você?”
O carro já estava correndo, e Schultz mal sabia direito onde ir num momento daqueles. Estava meio dirigindo às cegas, sem saber direito qual seria o destino.
“Entre naquele beco! Eles vão achar que estamos correndo pela cidade, nunca vão imaginar que estamos ali!”, gritou Eunmi para Schultz.
E Schultz fez o que ela mandou, entrando com o carro em um beco escuro de Berlim, desses que têm casas em cima, parcamente iluminado. Schultz tirou a chave do contato, desligando o automóvel, e se virou pra coreana.
“Ok, agora você vai me contar tudo, garota!”, disse Schultz, “Tá certo que eu estava até empolgado em ir pra uma missão, mas levar uma granada de gás mostarda no meu apartamento talvez não seja lá a maneira mais amistosa de se pedir um favor!”, Schultz ainda estava com medo de alguns dos efeitos nocivos ao organismo do gás mostarda acabarem aparecendo. Seu coração estava a mil, “Meu deus, se eu morrer, cacete!! Isso é venenoso pra caralho!!”.
“Por favor, senhor Schultz, preciso da sua ajuda! Eu juro pro senhor que isso não é uma cilada, nem nada do gênero. Eu vim realmente aqui com a esperança de me encontrar com o senhor pra irmos pra Coréia! Eu não posso me vingar do capitão Miura sozinha!”, disse Eunmi.
Schultz não respondeu, apenas olhava pra frente, com os olhos arregalados.
“Senhor Schultz, o senhor tá me escutando? É sério! Por favor, venha comigo pra Coréia! O senhor é minha única esperança!”, disse Eunmi, mas Schultz, sem se virar pra ela apontou o dedo pra frente. Havia algo na frente do carro deles naquele beco, “O que foi? Que cara é essa? O que o senhor tá olhan-“.
Eunmi virou o rosto e viu o que Schultz estava olhando de maneira tão chocada. Três homens se aproximaram, vestindo trajes militares formais e metralhadoras na cintura. Conforme eles se aproximavam, entrando cada vez mais no beco, era possível ver suas feições. Seus olhos e cabelos negros e suas peles brancas diziam por si só: não eram alemães que se aproximavam.
“São... Japoneses!!”, gritou Eunmi, reconhecendo-os, “Esse uniforme!!”.
Então os três homens sacaram suas armas apontando pro carro de Schultz. Apenas um deles falava alemão.
“Entregue-nos essa dissidente agora, e ninguém sairá daqui ferido!”, gritou o homem do centro.
Nessa hora Schultz olhou pra Eunmi. A garota continuava firme e forte, com um olhar determinado. Uma pessoa comum num momento desses entraria em lágrimas, suplicando pra que não fosse entregue. A coreana estava sozinha, longe de casa, e com sua vida nas mãos de um homem que até então ela sequer conhecia.
Enquanto Eunmi olhava pra Schultz, aqueles olhos mostravam uma bravura forte dela, capaz de suportar tudo e lutar contra todos. Seus olhos brilhavam com a esperança de que toda essa determinação tocasse Schultz mais do que lágrimas de desespero. Essa era a mulher forte que Eunmi era. E nessa hora Schultz viu que iria confiar nessa garota e ir junto dela pra onde quer que fosse!
“Quer saber de uma coisa, então?”, disse Schultz, ligando o carro e engatando a ré, “Aqui pra todos vocês!!”, Schultz mostrou o dedo do meio pros oficiais japoneses enquanto saía do beco indo de ré.
Os japoneses abriram fogo, acertando o carro de Schultz, mas rapidamente ele chegou na rua e já engatou uma marcha pra frente e saiu em disparada pelas ruas de Berlim.
“O que significa esse gesto que você fez? Não entendi!”, disse Eunmi, que não havia entendido nada da cena.
“Ah, qual é? Quer dizer que eles não entenderam esse gesto? Vocês lá daqueles lados não usam esse gesto de ‘vai se foder’ com os outros?”, perguntou Schultz, meio triste.
“O que é ‘ir se foder’?”, perguntou Eunmi, que não entendia expressões de baixo calão.
“Ah, deixa pra lá! Depois eu te explico!”, disse Schultz, que olhou no retrovisor do carro e levou um susto, pois havia um carro os seguindo a toda velocidade, “Pelo visto temos companhia!”.
“Não pode ser! Mais japoneses!!”, gritou Eunmi ao reconhecer quem estava dentro do carro.
“Fecha logo e nariz e vem logo!”, gritou Schultz, puxando Eunmi pelo braço. Com um chute a porta foi aberta, e os dos desceram a escada protegendo o nariz. Pouco havia sido inalado, uma vez que Schultz agiu rápido, mas ao chegar num local onde tinha ar puro ele ainda tossia muito.
“Parece alho! Nossa, como arde!!”, disse Eunmi, tossindo tudo pra fora, “Isso porque a gente saiu de lá antes de inalar mais disso!”.
“Vem logo, entra no meu carro!”, gritou Schultz, levando ela até o carro de Schultz, “Mas que merda, merda, merda!! Escuta aqui menina, quem diabos é você? Não iriam fazer isso comigo! Tem certeza que ninguém te seguiu?”, Schultz deu partida no carro e saiu com ele da garagem.
“Eu acho que não! Eu não sei, poxa! Pensei que nada aconteceria por estar contigo!”, gritou Eunmi, ainda tossindo entre as palavras.
“Por estar comigo?! Tá louca, menina?”, gritou Schultz, “Quer dizer que esses desgraçados aí estavam atrás de você?”
O carro já estava correndo, e Schultz mal sabia direito onde ir num momento daqueles. Estava meio dirigindo às cegas, sem saber direito qual seria o destino.
“Entre naquele beco! Eles vão achar que estamos correndo pela cidade, nunca vão imaginar que estamos ali!”, gritou Eunmi para Schultz.
E Schultz fez o que ela mandou, entrando com o carro em um beco escuro de Berlim, desses que têm casas em cima, parcamente iluminado. Schultz tirou a chave do contato, desligando o automóvel, e se virou pra coreana.
“Ok, agora você vai me contar tudo, garota!”, disse Schultz, “Tá certo que eu estava até empolgado em ir pra uma missão, mas levar uma granada de gás mostarda no meu apartamento talvez não seja lá a maneira mais amistosa de se pedir um favor!”, Schultz ainda estava com medo de alguns dos efeitos nocivos ao organismo do gás mostarda acabarem aparecendo. Seu coração estava a mil, “Meu deus, se eu morrer, cacete!! Isso é venenoso pra caralho!!”.
“Por favor, senhor Schultz, preciso da sua ajuda! Eu juro pro senhor que isso não é uma cilada, nem nada do gênero. Eu vim realmente aqui com a esperança de me encontrar com o senhor pra irmos pra Coréia! Eu não posso me vingar do capitão Miura sozinha!”, disse Eunmi.
Schultz não respondeu, apenas olhava pra frente, com os olhos arregalados.
“Senhor Schultz, o senhor tá me escutando? É sério! Por favor, venha comigo pra Coréia! O senhor é minha única esperança!”, disse Eunmi, mas Schultz, sem se virar pra ela apontou o dedo pra frente. Havia algo na frente do carro deles naquele beco, “O que foi? Que cara é essa? O que o senhor tá olhan-“.
Eunmi virou o rosto e viu o que Schultz estava olhando de maneira tão chocada. Três homens se aproximaram, vestindo trajes militares formais e metralhadoras na cintura. Conforme eles se aproximavam, entrando cada vez mais no beco, era possível ver suas feições. Seus olhos e cabelos negros e suas peles brancas diziam por si só: não eram alemães que se aproximavam.
“São... Japoneses!!”, gritou Eunmi, reconhecendo-os, “Esse uniforme!!”.
Então os três homens sacaram suas armas apontando pro carro de Schultz. Apenas um deles falava alemão.
“Entregue-nos essa dissidente agora, e ninguém sairá daqui ferido!”, gritou o homem do centro.
Nessa hora Schultz olhou pra Eunmi. A garota continuava firme e forte, com um olhar determinado. Uma pessoa comum num momento desses entraria em lágrimas, suplicando pra que não fosse entregue. A coreana estava sozinha, longe de casa, e com sua vida nas mãos de um homem que até então ela sequer conhecia.
Enquanto Eunmi olhava pra Schultz, aqueles olhos mostravam uma bravura forte dela, capaz de suportar tudo e lutar contra todos. Seus olhos brilhavam com a esperança de que toda essa determinação tocasse Schultz mais do que lágrimas de desespero. Essa era a mulher forte que Eunmi era. E nessa hora Schultz viu que iria confiar nessa garota e ir junto dela pra onde quer que fosse!
“Quer saber de uma coisa, então?”, disse Schultz, ligando o carro e engatando a ré, “Aqui pra todos vocês!!”, Schultz mostrou o dedo do meio pros oficiais japoneses enquanto saía do beco indo de ré.
Os japoneses abriram fogo, acertando o carro de Schultz, mas rapidamente ele chegou na rua e já engatou uma marcha pra frente e saiu em disparada pelas ruas de Berlim.
“O que significa esse gesto que você fez? Não entendi!”, disse Eunmi, que não havia entendido nada da cena.
“Ah, qual é? Quer dizer que eles não entenderam esse gesto? Vocês lá daqueles lados não usam esse gesto de ‘vai se foder’ com os outros?”, perguntou Schultz, meio triste.
“O que é ‘ir se foder’?”, perguntou Eunmi, que não entendia expressões de baixo calão.
“Ah, deixa pra lá! Depois eu te explico!”, disse Schultz, que olhou no retrovisor do carro e levou um susto, pois havia um carro os seguindo a toda velocidade, “Pelo visto temos companhia!”.
“Não pode ser! Mais japoneses!!”, gritou Eunmi ao reconhecer quem estava dentro do carro.
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