Amber #77 - This is the end, beautiful friend.
Os três homens com Dirlewanger foram igual cães sedentos para cima de Alice. O jeito que eles a agarravam era nojento. Empurraram Kovač de lado de uma maneira que ele quase tropeçou. Alice preocupada com ele ainda chegou a gritar seu nome, mas era tarde. Um dos homens a segurou pelo braço, e quando Alice viu isso abriu a mão para dar na cara dele, mas então o outro soldado segurou o outro braço dela também.
“E aí, quem vai ser o primeiro? Eu seguro o braço e você estupra, beleza?”.
Alice ficou então com o medo estampado em seu rosto. Um dos homens que a segurava pelo braço rapidamente colocou a mão nos seus seios, os agarrando com muita brutalidade, a ponto de machucar Alice que gritava de dor torcendo para que alguém a ouvisse. O que segurava seu outro braço ao ver que o primeiro estava apalpando seus seios, colocou dois dedos na boca dela, e obviamente Alice no meio daquele desespero tossia, pois ele, tomado pela pura maldade, enfiava o dedo para além da sua goela.
“Dirlewanger, seu crápula!! Essa luta é apenas entre a gente!! A Alice não tem nada a ver com isso, manda eles pararem, seu filho duma puta!!”, gritava Liesl, mas Dirlewanger parecia não ouvir. Tomada pela raiva Liesl foi pra cima de Dirlewanger, desferindo diversos golpes no seu tronco e na sua cabeça. Golpes esses que tinham muito mais raiva embutida do que os da luta contra Sundermann, que era uma luta mais focada na defesa do que no ataque.
Mas Dirlewanger sequer parecia gritar de dor. Os lugares que Liesl acertava ficavam vermelhos com tamanha força que ela tinha, mas o que mais deixava ela intrigada era a expressão que ela via do rosto do alemão depois que ele sofria um golpe: ele simplesmente sorria.
“Liesl, não se preocupa comigo! Foca nessa luta, não podemos perder! Você é a nossa esperança!”, gritava Alice, antes que o soldado de Dirlewanger novamente colocava os dedos na sua boca. A ânsia de vômito era tanta que os olhos de Alice lacrimejavam. O terceiro homem baixou as calças de Alice. No desespero Alice começou a chutar ele pra tentar se defender daquele estupro que seria consumado a qualquer momento, mas para três homens era fácil dominar uma mulher que não tinha mínima noção de defesa pessoal. Quando viu que estava sem suas calças, Alice começou a se debater, mover o corpo com cada vez mais força, tentando se soltar daqueles homens que a seguravam pelos braços e pelas pernas. O desespero ia tomando cada vez mais seu olhar quando via os olhos dos homens. Todos eles com suas pupilas dilatadas, pareciam babar do jeito mais grotesco possível. Coçavam dentro das suas calças, enquanto era possível ver seus falos endurecendo quanto mais sórdido aquela cena ia se tornando. Sorriam como se tivessem conquistado uma carcaça fácil para comer. E não paravam de coçar seus pintos, como se aquela cena horrível e o olhar de medo de Alice só aumentasse o sadismo doentio por parte dos nazistas.
“Eu sempre achei que vocês pretinhas não valiam nada e só gostavam de putaria”, disse um dos soldados para Alice enquanto o outro segurava suas pernas, “Quer dizer que você mandou sua amiga não se preocupar com você, porquê? Tá doidinha pra ser comida, não é sua vagabunda?”.
Alice mordeu o dedo do homem e depois cuspiu na cara do que havia acabado de falar.
“Se eu sou uma vagabunda ou não, eu não sou pro teu bico! Eu sou mulher e eu faço o que eu quiser, não vai ser um canalha igual a você que vai mudar isso!”, gritou Alice, completamente furiosa.
“Quer saber, vai calar essa sua boca agora!”, disse o homem que a segurava pelas pernas, tirando sua cueca e colocando pra fora seu pênis já ereto. Ele fez uma bolinha com sua cueca e colocou na boca de Alice, amarrando com um pedaço de corda que tinha, “Eu queria ouvir os gemidos de uma vagabunda como você, mas vou me contentar com essa bucetinha preta por fora e rosinha por dentro!”.
Liesl estava desesperada. Por mais que ela batesse em Dirlewanger ele parecia simplesmente não reagir! No meio da luta ela se lembrou do que o coronel a havia ensinado: uma luta deve ser ganhada pela tática, não pelos sentimentos. E naquela hora Liesl estava tão transtornada pelo turbilhão de emoções dentro dela, que aqueles sentimentos a fazia se cansar mais do que desferir golpes em Dirlewanger. Os chutes já não acertavam com a mesma força de antes, os socos muitas vezes eram desviados sem problemas e os passos que ela dava pra frente pareciam ser passos pra trás com as investidas de Dirlewanger.
Merda! Eu já tava toda machucada, e ainda encarar a luta contra esse psicótico! Ele parece que tá gostando de tomar uma surra, como pode? Estou ficando cansada, droga! E além de tudo esse corte na testa tá ardendo, parece que vai explodir de tanto pulsar!, pensou Liesl. Mas então uma coisa lhe deu esperança quando viu depois o homem fechando a boca de Alice com uma cueca freada: Kovač.
Kovač apareceu com uma galho bem grande que havia achado e deu com toda sua força na cabeça do homem que segurava Alice pelas pernas. O galho, apesar de bem grosso se partiu, e o homem obviamente gritou de dor, levando suas mãos na cabeça.
“Seu patife imundo!”, disse o soldado, soltando Alice e pegando a metade do galho que estava no chão. Ao examinar rapidamente ele sacou sua pistola e deu um tiro na coxa de Kovač, que caiu no chão sangrando e gritando de dor, “Filho duma puta de esperto! Ao menos sabe bater em alguém. Vai ficar aí gemendo de dor até a hora que eu quiser, seu tcheco desgraçado!”.
“Ei, seu idiota! Eu disse que quero esse aí vivo!”, ameaçou Dirlewanger quando ouviu o tiro, “Eu mandei focar na pretinha! Ouviu bem?”.
Nessa hora Liesl aproveitou a distração e deu um soco em Dirlewanger, bem no rosto. Mas ele apenas foi jogado pra trás alguns passos, não caiu desacordado nem nada.
“Impossível”, disse Liesl, com o olhar furioso e completamente sem ar, “Eu pensei que você iria cair depois des...”.
“Muito fraco, menina! Tem certeza que você é aprendiz do coronel Briegel?”, disse Dirlewanger, se erguendo se aproximando ameaçadoramente na frente de Liesl. Ela simplesmente não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Quando se deu conta, Dirlewanger deu um chute brutal em Liesl, a jogando pra longe dali, “Seus golpes são bons, mas você parece que tá machucada, sei lá. Não é toda a sua força”.
Liesl estava completamente tonta. Uma dor imensa na sua costela interrompia seus pensamentos. Dirlewanger era bem mais alto que ela, e por ser homem tinha de fato golpes mais fortes, devido à sua estrutura muscular ser diferente da feminina. Mas ainda assim, os golpes eram desengonçados, pareciam perdidos, sem técnica. Eram apenas força bruta.
Com as mãos no lado esquerdo do seu torso por conta da dor, Liesl jogada no chão gemia por conta do golpe. Aquele chute havia realmente doído muito. Embora seus olhos estivessem lacrimejando, ela se esforçava ao máximo pra não derrubar nenhuma lágrima. Seu corpo parecia não responder. Sua visão estava embaçada, e apenas conseguia ouvir Dirlewanger se aproximando a cada passo.
“Você pode dizer que é covardia lutar contra uma pessoa que já estava ferida, mas eu digo o contrário: isso é uma guerra. Uma guerra não existe leis, não existe ética, não existe o métodos certo ou errado. Apenas existe a força!”, disse Dirlewanger enquanto se aproximava a passos lentos para onde havia chutado Liesl, “E são os fortes, os que vencem, que contarão a história. Por mais que diga o contrário, essa é a verdade! Se os nazistas eventualmente perderem a guerra, com certeza terão sua história manchada por todo o tempo, e esse é o custo da derrota. Se vencermos, o mundo se renderá a nós, e criaremos o mundo de acordo com o que o Führer quiser!”.
Alice continuava se debatendo. Por mais que os homens tentassem segura-la para que houvesse a penetração, eles não conseguiam. Seus gritos eram sempre abafados pelo que tampava sua boca, e Kovač não conseguia fazer nada, pois nunca havia levado um tiro e estava completamente aterrorizado.
Dirlewanger ao se aproximar de Liesl deu mais um chute, dessa vez em seu abdôme. Ao receber o golpe Liesl gritou, e saiu rolando para longe, ficando distante alguns metros do alemão. Ao colocar as mãos no chão para se erguer, tomou um susto quando cuspiu sangue. O chute havia machucado seus órgãos internos.
“Eu francamente não tô nem aí para o resultado dessa guerra. Eu gosto de matar, sabe? Gosto de ver esse lado animal das pessoas. No fundo a justiça é ditada pelos mais fortes. E se você tiver uma força pra tornar qualquer ato em justiça, eu vou apoiar. O olhar que eu vejo de dor das pessoas é como o grito de quando eu dou um tiro num cachorro, aquele olhar de pena! Ou o olhar de raiva antes de um urso ser abatido, ou o urro de uma vaca que tem aqueles espasmos antes de morrer. Matar pessoas é tão bom, me faz me sentir como se eu estivesse na natureza, pois é isso que seres humanos são!”, dizia Dirlewanger, enquanto se aproximava de Liesl lentamente, “Por mais que seres humanos digam que são diferentes de animais, eles reagem como animais quando estão prestes a morrer. Sentem medo, parecem presas próximas do abate, e dão aquele último olhar de desespero e submissão. E isso é tão bom!”.
Dirlewanger novamente deu outro chute em Liesl. Ela deu outro grito e saiu rolando. Seu corpo se misturava com a lama, terra, e sangue que ela soltava. A dor era tão terrível que ela mal tinha mais forças para gritar. Já estava difícil se manter em pé depois da luta contra Sundermann, mas a luta de Dirlewanger só mostrava uma verdade: que dificilmente ela sairia viva de lá.
“Vem cá, quero te mostrar uma coisa, levanta!”, disse Dirlewanger, agarrando Liesl pelo pescoço. O roçar do tecido com a ferida causada pelo enforcamento de Sundermann ardia a ponto dela gritar. Uma dor que conseguia ser muito pior que a dor imensa no abdome que ela sentia depois dos chutes de Dirlewanger.
E como se não tivesse como piorar, ao abrir o olho Liesl vê os três homens em cima de Alice. Como Alice não ficava quieta para ser estuprada, os homens acharam que deviam fazer um ato ainda mais covarde contra ela: começaram a socar Alice, gritando pra ela parar de se mexer, e cada vez mais a dor dos socos a fazia parar de se mexer. Liesl via os homens montando covardemente nela e ficava desesperada vendo aquilo e completamente esgotada, sem poder revidar e nem ao menos defender sua tão estimada amiga.
“Tá me dando um tesão desgraçado ver isso, e quer saber?”, disse Dirlewanger, agarrando os seios de Liesl, os apertando, pra cima e pra baixo, de maneira extremamente rude, causando muita dor, “Poxa, você é novinha, deve ser até virgem. E tem uns peitinhos já. Acho que vou te comer, pelo menos você nem vai reagir!”.
E Dirlewanger jogou Liesl violentamente no chão. Ela caiu num som abafado, gemendo de dor. Seu corpo inteiro doía, e seus sentidos estavam cada vez mais fracos. Com os olhos fechados e gemendo baixinho ela parecia apenas esperar a hora da morte chegar. Esse era o fim. Fim dos seus planos, fim de tudo que existe.
Nessa hora Liesl imaginava onde estaria o coronel Briegel nessa hora. Ela nunca olharia mais nos seus olhos. Não conseguia imaginar como será, morta, num mundo sem limites e livre, desesperadamente na necessidade de uma mão amiga. Numa terra de desespero. Digna da música de Jim Morrison.
This is the end, my only friend, the end...
“E aí, quem vai ser o primeiro? Eu seguro o braço e você estupra, beleza?”.
Alice ficou então com o medo estampado em seu rosto. Um dos homens que a segurava pelo braço rapidamente colocou a mão nos seus seios, os agarrando com muita brutalidade, a ponto de machucar Alice que gritava de dor torcendo para que alguém a ouvisse. O que segurava seu outro braço ao ver que o primeiro estava apalpando seus seios, colocou dois dedos na boca dela, e obviamente Alice no meio daquele desespero tossia, pois ele, tomado pela pura maldade, enfiava o dedo para além da sua goela.
“Dirlewanger, seu crápula!! Essa luta é apenas entre a gente!! A Alice não tem nada a ver com isso, manda eles pararem, seu filho duma puta!!”, gritava Liesl, mas Dirlewanger parecia não ouvir. Tomada pela raiva Liesl foi pra cima de Dirlewanger, desferindo diversos golpes no seu tronco e na sua cabeça. Golpes esses que tinham muito mais raiva embutida do que os da luta contra Sundermann, que era uma luta mais focada na defesa do que no ataque.
Mas Dirlewanger sequer parecia gritar de dor. Os lugares que Liesl acertava ficavam vermelhos com tamanha força que ela tinha, mas o que mais deixava ela intrigada era a expressão que ela via do rosto do alemão depois que ele sofria um golpe: ele simplesmente sorria.
“Liesl, não se preocupa comigo! Foca nessa luta, não podemos perder! Você é a nossa esperança!”, gritava Alice, antes que o soldado de Dirlewanger novamente colocava os dedos na sua boca. A ânsia de vômito era tanta que os olhos de Alice lacrimejavam. O terceiro homem baixou as calças de Alice. No desespero Alice começou a chutar ele pra tentar se defender daquele estupro que seria consumado a qualquer momento, mas para três homens era fácil dominar uma mulher que não tinha mínima noção de defesa pessoal. Quando viu que estava sem suas calças, Alice começou a se debater, mover o corpo com cada vez mais força, tentando se soltar daqueles homens que a seguravam pelos braços e pelas pernas. O desespero ia tomando cada vez mais seu olhar quando via os olhos dos homens. Todos eles com suas pupilas dilatadas, pareciam babar do jeito mais grotesco possível. Coçavam dentro das suas calças, enquanto era possível ver seus falos endurecendo quanto mais sórdido aquela cena ia se tornando. Sorriam como se tivessem conquistado uma carcaça fácil para comer. E não paravam de coçar seus pintos, como se aquela cena horrível e o olhar de medo de Alice só aumentasse o sadismo doentio por parte dos nazistas.
“Eu sempre achei que vocês pretinhas não valiam nada e só gostavam de putaria”, disse um dos soldados para Alice enquanto o outro segurava suas pernas, “Quer dizer que você mandou sua amiga não se preocupar com você, porquê? Tá doidinha pra ser comida, não é sua vagabunda?”.
Alice mordeu o dedo do homem e depois cuspiu na cara do que havia acabado de falar.
“Se eu sou uma vagabunda ou não, eu não sou pro teu bico! Eu sou mulher e eu faço o que eu quiser, não vai ser um canalha igual a você que vai mudar isso!”, gritou Alice, completamente furiosa.
“Quer saber, vai calar essa sua boca agora!”, disse o homem que a segurava pelas pernas, tirando sua cueca e colocando pra fora seu pênis já ereto. Ele fez uma bolinha com sua cueca e colocou na boca de Alice, amarrando com um pedaço de corda que tinha, “Eu queria ouvir os gemidos de uma vagabunda como você, mas vou me contentar com essa bucetinha preta por fora e rosinha por dentro!”.
Liesl estava desesperada. Por mais que ela batesse em Dirlewanger ele parecia simplesmente não reagir! No meio da luta ela se lembrou do que o coronel a havia ensinado: uma luta deve ser ganhada pela tática, não pelos sentimentos. E naquela hora Liesl estava tão transtornada pelo turbilhão de emoções dentro dela, que aqueles sentimentos a fazia se cansar mais do que desferir golpes em Dirlewanger. Os chutes já não acertavam com a mesma força de antes, os socos muitas vezes eram desviados sem problemas e os passos que ela dava pra frente pareciam ser passos pra trás com as investidas de Dirlewanger.
Merda! Eu já tava toda machucada, e ainda encarar a luta contra esse psicótico! Ele parece que tá gostando de tomar uma surra, como pode? Estou ficando cansada, droga! E além de tudo esse corte na testa tá ardendo, parece que vai explodir de tanto pulsar!, pensou Liesl. Mas então uma coisa lhe deu esperança quando viu depois o homem fechando a boca de Alice com uma cueca freada: Kovač.
Kovač apareceu com uma galho bem grande que havia achado e deu com toda sua força na cabeça do homem que segurava Alice pelas pernas. O galho, apesar de bem grosso se partiu, e o homem obviamente gritou de dor, levando suas mãos na cabeça.
“Seu patife imundo!”, disse o soldado, soltando Alice e pegando a metade do galho que estava no chão. Ao examinar rapidamente ele sacou sua pistola e deu um tiro na coxa de Kovač, que caiu no chão sangrando e gritando de dor, “Filho duma puta de esperto! Ao menos sabe bater em alguém. Vai ficar aí gemendo de dor até a hora que eu quiser, seu tcheco desgraçado!”.
“Ei, seu idiota! Eu disse que quero esse aí vivo!”, ameaçou Dirlewanger quando ouviu o tiro, “Eu mandei focar na pretinha! Ouviu bem?”.
Nessa hora Liesl aproveitou a distração e deu um soco em Dirlewanger, bem no rosto. Mas ele apenas foi jogado pra trás alguns passos, não caiu desacordado nem nada.
“Impossível”, disse Liesl, com o olhar furioso e completamente sem ar, “Eu pensei que você iria cair depois des...”.
“Muito fraco, menina! Tem certeza que você é aprendiz do coronel Briegel?”, disse Dirlewanger, se erguendo se aproximando ameaçadoramente na frente de Liesl. Ela simplesmente não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Quando se deu conta, Dirlewanger deu um chute brutal em Liesl, a jogando pra longe dali, “Seus golpes são bons, mas você parece que tá machucada, sei lá. Não é toda a sua força”.
Liesl estava completamente tonta. Uma dor imensa na sua costela interrompia seus pensamentos. Dirlewanger era bem mais alto que ela, e por ser homem tinha de fato golpes mais fortes, devido à sua estrutura muscular ser diferente da feminina. Mas ainda assim, os golpes eram desengonçados, pareciam perdidos, sem técnica. Eram apenas força bruta.
Com as mãos no lado esquerdo do seu torso por conta da dor, Liesl jogada no chão gemia por conta do golpe. Aquele chute havia realmente doído muito. Embora seus olhos estivessem lacrimejando, ela se esforçava ao máximo pra não derrubar nenhuma lágrima. Seu corpo parecia não responder. Sua visão estava embaçada, e apenas conseguia ouvir Dirlewanger se aproximando a cada passo.
“Você pode dizer que é covardia lutar contra uma pessoa que já estava ferida, mas eu digo o contrário: isso é uma guerra. Uma guerra não existe leis, não existe ética, não existe o métodos certo ou errado. Apenas existe a força!”, disse Dirlewanger enquanto se aproximava a passos lentos para onde havia chutado Liesl, “E são os fortes, os que vencem, que contarão a história. Por mais que diga o contrário, essa é a verdade! Se os nazistas eventualmente perderem a guerra, com certeza terão sua história manchada por todo o tempo, e esse é o custo da derrota. Se vencermos, o mundo se renderá a nós, e criaremos o mundo de acordo com o que o Führer quiser!”.
Alice continuava se debatendo. Por mais que os homens tentassem segura-la para que houvesse a penetração, eles não conseguiam. Seus gritos eram sempre abafados pelo que tampava sua boca, e Kovač não conseguia fazer nada, pois nunca havia levado um tiro e estava completamente aterrorizado.
Dirlewanger ao se aproximar de Liesl deu mais um chute, dessa vez em seu abdôme. Ao receber o golpe Liesl gritou, e saiu rolando para longe, ficando distante alguns metros do alemão. Ao colocar as mãos no chão para se erguer, tomou um susto quando cuspiu sangue. O chute havia machucado seus órgãos internos.
“Eu francamente não tô nem aí para o resultado dessa guerra. Eu gosto de matar, sabe? Gosto de ver esse lado animal das pessoas. No fundo a justiça é ditada pelos mais fortes. E se você tiver uma força pra tornar qualquer ato em justiça, eu vou apoiar. O olhar que eu vejo de dor das pessoas é como o grito de quando eu dou um tiro num cachorro, aquele olhar de pena! Ou o olhar de raiva antes de um urso ser abatido, ou o urro de uma vaca que tem aqueles espasmos antes de morrer. Matar pessoas é tão bom, me faz me sentir como se eu estivesse na natureza, pois é isso que seres humanos são!”, dizia Dirlewanger, enquanto se aproximava de Liesl lentamente, “Por mais que seres humanos digam que são diferentes de animais, eles reagem como animais quando estão prestes a morrer. Sentem medo, parecem presas próximas do abate, e dão aquele último olhar de desespero e submissão. E isso é tão bom!”.
Dirlewanger novamente deu outro chute em Liesl. Ela deu outro grito e saiu rolando. Seu corpo se misturava com a lama, terra, e sangue que ela soltava. A dor era tão terrível que ela mal tinha mais forças para gritar. Já estava difícil se manter em pé depois da luta contra Sundermann, mas a luta de Dirlewanger só mostrava uma verdade: que dificilmente ela sairia viva de lá.
“Vem cá, quero te mostrar uma coisa, levanta!”, disse Dirlewanger, agarrando Liesl pelo pescoço. O roçar do tecido com a ferida causada pelo enforcamento de Sundermann ardia a ponto dela gritar. Uma dor que conseguia ser muito pior que a dor imensa no abdome que ela sentia depois dos chutes de Dirlewanger.
E como se não tivesse como piorar, ao abrir o olho Liesl vê os três homens em cima de Alice. Como Alice não ficava quieta para ser estuprada, os homens acharam que deviam fazer um ato ainda mais covarde contra ela: começaram a socar Alice, gritando pra ela parar de se mexer, e cada vez mais a dor dos socos a fazia parar de se mexer. Liesl via os homens montando covardemente nela e ficava desesperada vendo aquilo e completamente esgotada, sem poder revidar e nem ao menos defender sua tão estimada amiga.
“Tá me dando um tesão desgraçado ver isso, e quer saber?”, disse Dirlewanger, agarrando os seios de Liesl, os apertando, pra cima e pra baixo, de maneira extremamente rude, causando muita dor, “Poxa, você é novinha, deve ser até virgem. E tem uns peitinhos já. Acho que vou te comer, pelo menos você nem vai reagir!”.
E Dirlewanger jogou Liesl violentamente no chão. Ela caiu num som abafado, gemendo de dor. Seu corpo inteiro doía, e seus sentidos estavam cada vez mais fracos. Com os olhos fechados e gemendo baixinho ela parecia apenas esperar a hora da morte chegar. Esse era o fim. Fim dos seus planos, fim de tudo que existe.
Nessa hora Liesl imaginava onde estaria o coronel Briegel nessa hora. Ela nunca olharia mais nos seus olhos. Não conseguia imaginar como será, morta, num mundo sem limites e livre, desesperadamente na necessidade de uma mão amiga. Numa terra de desespero. Digna da música de Jim Morrison.
This is the end, my only friend, the end...
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