Amber #101 - O rançoso e a petulante (1)
“Escuta Tsai, ainda te chamam daquilo? Do que era mesmo? Gongzhu?”, perguntou Chao, fingindo que havia esquecido da alcunha de Tsai.
“Você sabe muito bem do que me chamam. Foi em Whampoa que começaram a me chamar assim”, disse Tsai, um pouco tensa, “E se você quer saber, sim, me chamam de Gongzhu até hoje”.
Então Tsai percebeu que muitos oficiais do esquadrão de Chao apareciam um após o outro, como se atendessem ao chamado do líder da matilha. Eram apenas homens, e passavam de trinta pessoas. Tsai reconhecia alguns de vista, mas não imaginava que os principais estavam por ali.
“Vi você falando com o Chou”, disse Chao, depois se consertando: “Ou melhor, o Chou Dafeng. Sabe, espero que não tenha ressentimentos. Especialmente sobre o Huang ali. Você sabe que eu devolveria ele pra você assim que o encontrasse”.
Tsai olhou para Dafeng nesse momento, que ao olhar para Tsai parecia ter uma expressão triste, até um pouco nostálgica. Uma saudade expressada em um olhar tímido e calado.
“Você poderia era liberar o Dafeng para que ele voltasse para o lugar que ele nunca devia ter saído, isso sim”, disse Tsai, provocando Chao, “É mais do que óbvio que ele não é nem um pouco feliz com você e seu time, Chao”.
Ao ouvir isso, Chao ficou irritado. Era possível ver no tom das suas palavras que ele estava se segurando para não explodir.
“Nada disso, Tsai. Nada disso! Você sabe que Chou Dafeng é um dos nossos melhores soldados. E eu jamais daria assim de bandeja”, disse Chao, impondo sua liderança, “O que você poderia fazer era trocar o Huang por ele. O Huang é muito mais livre, leve e solto no nosso lado. Agora você ficar com os dois, isso está fora de cogitação”.
Um silêncio se instaurou no local. Parecia uma cena que prescindia um duelo, duas pessoas conversando, postos a uma distância, enquanto todos ao redor ouviam tudo o que falavam ali, ficando em silêncio. Schultz se aproximou de Li, pois ele tinha várias dúvidas na cabeça. O silêncio entre os dois era preocupante, então achou que era melhor falar baixinho, de forma que apenas os dois se ouvissem.
“Ei, Li! Psiu!”, chamou Schultz, gesticulando para Li, que se aproximou, “Quem é o poderoso aí?”.
“É o Chao. Ele estudou na Academia de Whampoa junto com a Gongzhu. Ambos foram alunos de destaque do Chiang Kai-shek. Mas ele é um puta dum cuzão, ele nunca conseguia chegar aos pés da Gongzhu, sempre tentava ser melhor que ela, mas a verdade é que ele nunca conseguiu. A Gongzhu tem que sempre ter uma paciência milenar quando encontra com ele, ele é muito ignorante”, disse Li.
“Uau. Então ele deve ser bom”, disse Schultz, mas antes que Li respondesse, ele perguntou outra coisa: “E esse rolo aí com o Huang e aquele chinês fortão?”.
“O Dafeng? Ele foi treinado pela Gongzhu, e fez parte do nosso pelotão um bom tempo! Ele é amigo de todos nós, e a Gongzhu tem muito carinho por ele, afinal ele sempre foi um aprendiz de destaque!”, explicou Li, falando de maneira empolgada do amigo de longa data, “Mas o Generalíssimo pediu para que o Dafeng fosse transferido para o pelotão do Chao, e por lá ele ficou. Sinceramente é uma estória muito mal contada, mas dá pra ver como ele se sente bem com a gente, como ele sente falta, e como ele fica feliz quando vê a Gongzhu. Chou Dafeng é muito querido por nós”.
Tsai então quebrou o silêncio. Estava farta daquilo:
“Chega desse showzinho. Esse trem está cheio de feridos, preciso ajudar essas pessoas”.
E quando Tsai foi em direção do trem, todos se viraram junto com ela. Segundos mais tarde todos ali tomaram um susto imenso quando ouviram um tiro sendo disparado. Ao virar, Tsai percebera que fora Chao quem disparara para cima, para chamar a atenção.
“Tsai, pelo amor de deus, não é todo dia que nos vemos! Acho que tem vários meses desde o nosso último encontro. Não dá pra desperdiçamos esse encontro auspicioso!”, disse Chao, com cada palavra carregada de cinismo.
“Eu sinto muito, Chao, mas estou ocupada. Obrigada mais uma vez por ter salvado e trazido o Huang, mas precisamos ir para Pequim”, disse Tsai, chamando todos os membros do seu pelotão. Ho parecia melhor, já estava inclusive em pé, mas andando com dificuldades, “Por culpa sua, todos nós estamos feridos e assustados”.
Nessa hora Schultz, que estava próximo, ao olhar para a bunda de Tsai, vira uma mancha escura no macacão verde escuro dela. Uma mancha na altura da cintura, na parte das costas. O alemão nesse momento ficou abismado com o controle mental de Tsai. Aquilo era obviamente sangue! E Tsai estava andando como se nada tivesse acontecido, embora ele imaginasse o tamanho da dor que ela devia estar sentido.
Não acredito. Esse ferimento, só pode ter sido naquela hora que o trem descarrilhou e ela se agarrou em mim para me salvar! Isso sem contar os diversos hematomas que ela deve ter pelas pancadas no corpo! Mas que merda... Eu só dou trabalho nessa joça. Ela está me protegendo, e nem ao menos para pra descansar ou se recuperar, mesmo ferida!, pensou Schultz, preocupado e admirado com Tsai.
“E se eu não quiser que você vá embora, Tsai?”, gritou Chao, e quando Tsai se virou, ele apontava sua arma para ela, “E se eu quiser uma revanche?”.
“Revanche? Agora? Aqui? Você nunca ganhou de mim, Chao. E não vão ser uns meses sem me ver que vai mudar alguma coisa. Não seja um rançoso”, disse Tsai, de maneira segura. Suas palavras não pareciam ter nenhuma prepotência. Parecia querer evitar uma luta desnecessária, “Agora vai, abaixa essa arma. Vamos gente, vamos embora!”.
Li, Chou, Schultz se juntaram à Tsai para irem embora. Parecia que a líder, embora não visse, sentia como se houvesse uma nuvem negra em cima de Chao. Quando Schultz virou seu rosto e olhou para o rival de Tsai, vira que ele estava com rangendo os dentes, e com um olhar de profunda raiva. Parecia um touro enfurecido, prestes a avançar contra Tsai.
“Rançoso? Eu? Rançoso?”, gritou Chao, e Tsai parou, embora não tivesse virado o rosto para ele, “E você, Tsai? A menina dos olhos do generalíssimo! A única mulher que se formou sob sua tutela, que assumiu o lendário pelotão do Pássaro Vermelho! Pra mim não passa de uma mimada! Uma garotinha indefesa que só chegou aí dando uma de pobre coitada!”, e a cada grito, Chao parecia mais e mais ameaçador: “A menina que era tratada com carinho pelo generalíssimo, apenas pelo fato de ser mulher! Você se acha muito, sua petulante!!”
“Gongzhu...”, disse Li, pronta para defender a sua líder, mas nesse momento Tsai se virou e encarou Chao.
Chao simplesmente parou. Seu objetivo era abalar psicologicamente Tsai, mas ao ver a expressão do rosto de Tsai, a raiva que ele pensava que ela expressaria não estava lá. Muito pelo contrário. Tsai estava com um rosto lúcido, calmo, tranquilo. Ela parecia que ouvia aquelas críticas e as aceitava, por mais dolorosas que parecessem.
“Quer saber, acho que é bem verdade isso, Chao. Talvez eu seja mesmo uma menina queridinha, que sempre foi apoiada pelo generalíssimo. Eu não vou tirar a razão do que você diz”, disse Tsai, calmamente, e Chou e Li nessa hora ficaram chocadas com o que Tsai dizia. Elas sabiam que nunca Tsai fora tratada diferente por ser mulher, muito pelo contrário. Ela passava por treinamentos mais rígidos do que qualquer homem sonharia em fazer. A Gongzhu prosseguiu: “Quem sou eu pra me achar? Eu sinto que sou petulante sim, preciso melhorar esse meu lado, e obrigada por ser sincero comigo. Acho que o maior problema da vida sempre foi termos certezas. Ter certeza de alguma coisa é o maior tiro do pé que uma pessoa pode dar”.
“Ter certeza de alguma coisa? Mas você tem que estar seguro do que você é capaz, Tsai! Se você não for segura no que faz, quem será?”, disse Chao, debochando, “Conversa fiada!”.
“Não é, eu não acho isso. Pois quando se tem certeza que você é o melhor em algo, você simplesmente não cresce mais. E eu quero sempre crescer. Quero sempre melhorar. Isso é o que me move para frente”, disse Tsai, tirando seu coldre e suas armas, entregando para Li, “Por isso mesmo eu aceito o seu desafio. Vamos lá”.
“Aceita?”, perguntaram Schultz e Chao, quase que falando juntos.
“Gongzhu, larga disso! Você não é nem um pouco petulante, você é a pessoa mais humilde que existe no planeta! Não cai nessa conversa!”, disse Chou, tentando convencer sua amiga.
Huang apenas observava de longe Tsai, com um olhar sério. Schultz, Li, e os outros estavam muito tensos com o que poderia acontecer ali, e, especialmente, preocupados com Tsai.
“Isso é verdade, Gongzhu! Mesmo sendo mulher você treinava até além das capacidades do que um homem poderia suportar! Você não era a melhor por piedade dos superiores. Você provou ser a melhor!”, disse Li, não aguentando ficar quieta depois de ouvir aquilo, mas tudo o que ela e Chou receberam foi um sorriso tímido de Tsai, como se dissesse “obrigada pelo carinho”.
“Eu sinto muito se eu passei a ideia de ser petulante. Como eu disse, é um aspecto que preciso melhorar em mim mesma. Por isso mesmo, vamos fazer como você quer. Pelos velhos tempos”, disse Tsai, “Como no tempo que treinávamos em Whampoa”.
E então, Chao correu para cima dela com o punho cerrado. Era hora da batalha.
“Você vai se arrepender, Tsai!! Eu não sou o mais o mesmo de antes!!”, gritou Chao, antes de desferir o primeiro golpe na Gongzhu.
“Você sabe muito bem do que me chamam. Foi em Whampoa que começaram a me chamar assim”, disse Tsai, um pouco tensa, “E se você quer saber, sim, me chamam de Gongzhu até hoje”.
Então Tsai percebeu que muitos oficiais do esquadrão de Chao apareciam um após o outro, como se atendessem ao chamado do líder da matilha. Eram apenas homens, e passavam de trinta pessoas. Tsai reconhecia alguns de vista, mas não imaginava que os principais estavam por ali.
“Vi você falando com o Chou”, disse Chao, depois se consertando: “Ou melhor, o Chou Dafeng. Sabe, espero que não tenha ressentimentos. Especialmente sobre o Huang ali. Você sabe que eu devolveria ele pra você assim que o encontrasse”.
Tsai olhou para Dafeng nesse momento, que ao olhar para Tsai parecia ter uma expressão triste, até um pouco nostálgica. Uma saudade expressada em um olhar tímido e calado.
“Você poderia era liberar o Dafeng para que ele voltasse para o lugar que ele nunca devia ter saído, isso sim”, disse Tsai, provocando Chao, “É mais do que óbvio que ele não é nem um pouco feliz com você e seu time, Chao”.
Ao ouvir isso, Chao ficou irritado. Era possível ver no tom das suas palavras que ele estava se segurando para não explodir.
“Nada disso, Tsai. Nada disso! Você sabe que Chou Dafeng é um dos nossos melhores soldados. E eu jamais daria assim de bandeja”, disse Chao, impondo sua liderança, “O que você poderia fazer era trocar o Huang por ele. O Huang é muito mais livre, leve e solto no nosso lado. Agora você ficar com os dois, isso está fora de cogitação”.
Um silêncio se instaurou no local. Parecia uma cena que prescindia um duelo, duas pessoas conversando, postos a uma distância, enquanto todos ao redor ouviam tudo o que falavam ali, ficando em silêncio. Schultz se aproximou de Li, pois ele tinha várias dúvidas na cabeça. O silêncio entre os dois era preocupante, então achou que era melhor falar baixinho, de forma que apenas os dois se ouvissem.
“Ei, Li! Psiu!”, chamou Schultz, gesticulando para Li, que se aproximou, “Quem é o poderoso aí?”.
“É o Chao. Ele estudou na Academia de Whampoa junto com a Gongzhu. Ambos foram alunos de destaque do Chiang Kai-shek. Mas ele é um puta dum cuzão, ele nunca conseguia chegar aos pés da Gongzhu, sempre tentava ser melhor que ela, mas a verdade é que ele nunca conseguiu. A Gongzhu tem que sempre ter uma paciência milenar quando encontra com ele, ele é muito ignorante”, disse Li.
“Uau. Então ele deve ser bom”, disse Schultz, mas antes que Li respondesse, ele perguntou outra coisa: “E esse rolo aí com o Huang e aquele chinês fortão?”.
“O Dafeng? Ele foi treinado pela Gongzhu, e fez parte do nosso pelotão um bom tempo! Ele é amigo de todos nós, e a Gongzhu tem muito carinho por ele, afinal ele sempre foi um aprendiz de destaque!”, explicou Li, falando de maneira empolgada do amigo de longa data, “Mas o Generalíssimo pediu para que o Dafeng fosse transferido para o pelotão do Chao, e por lá ele ficou. Sinceramente é uma estória muito mal contada, mas dá pra ver como ele se sente bem com a gente, como ele sente falta, e como ele fica feliz quando vê a Gongzhu. Chou Dafeng é muito querido por nós”.
Tsai então quebrou o silêncio. Estava farta daquilo:
“Chega desse showzinho. Esse trem está cheio de feridos, preciso ajudar essas pessoas”.
E quando Tsai foi em direção do trem, todos se viraram junto com ela. Segundos mais tarde todos ali tomaram um susto imenso quando ouviram um tiro sendo disparado. Ao virar, Tsai percebera que fora Chao quem disparara para cima, para chamar a atenção.
“Tsai, pelo amor de deus, não é todo dia que nos vemos! Acho que tem vários meses desde o nosso último encontro. Não dá pra desperdiçamos esse encontro auspicioso!”, disse Chao, com cada palavra carregada de cinismo.
“Eu sinto muito, Chao, mas estou ocupada. Obrigada mais uma vez por ter salvado e trazido o Huang, mas precisamos ir para Pequim”, disse Tsai, chamando todos os membros do seu pelotão. Ho parecia melhor, já estava inclusive em pé, mas andando com dificuldades, “Por culpa sua, todos nós estamos feridos e assustados”.
Nessa hora Schultz, que estava próximo, ao olhar para a bunda de Tsai, vira uma mancha escura no macacão verde escuro dela. Uma mancha na altura da cintura, na parte das costas. O alemão nesse momento ficou abismado com o controle mental de Tsai. Aquilo era obviamente sangue! E Tsai estava andando como se nada tivesse acontecido, embora ele imaginasse o tamanho da dor que ela devia estar sentido.
Não acredito. Esse ferimento, só pode ter sido naquela hora que o trem descarrilhou e ela se agarrou em mim para me salvar! Isso sem contar os diversos hematomas que ela deve ter pelas pancadas no corpo! Mas que merda... Eu só dou trabalho nessa joça. Ela está me protegendo, e nem ao menos para pra descansar ou se recuperar, mesmo ferida!, pensou Schultz, preocupado e admirado com Tsai.
“E se eu não quiser que você vá embora, Tsai?”, gritou Chao, e quando Tsai se virou, ele apontava sua arma para ela, “E se eu quiser uma revanche?”.
“Revanche? Agora? Aqui? Você nunca ganhou de mim, Chao. E não vão ser uns meses sem me ver que vai mudar alguma coisa. Não seja um rançoso”, disse Tsai, de maneira segura. Suas palavras não pareciam ter nenhuma prepotência. Parecia querer evitar uma luta desnecessária, “Agora vai, abaixa essa arma. Vamos gente, vamos embora!”.
Li, Chou, Schultz se juntaram à Tsai para irem embora. Parecia que a líder, embora não visse, sentia como se houvesse uma nuvem negra em cima de Chao. Quando Schultz virou seu rosto e olhou para o rival de Tsai, vira que ele estava com rangendo os dentes, e com um olhar de profunda raiva. Parecia um touro enfurecido, prestes a avançar contra Tsai.
“Rançoso? Eu? Rançoso?”, gritou Chao, e Tsai parou, embora não tivesse virado o rosto para ele, “E você, Tsai? A menina dos olhos do generalíssimo! A única mulher que se formou sob sua tutela, que assumiu o lendário pelotão do Pássaro Vermelho! Pra mim não passa de uma mimada! Uma garotinha indefesa que só chegou aí dando uma de pobre coitada!”, e a cada grito, Chao parecia mais e mais ameaçador: “A menina que era tratada com carinho pelo generalíssimo, apenas pelo fato de ser mulher! Você se acha muito, sua petulante!!”
“Gongzhu...”, disse Li, pronta para defender a sua líder, mas nesse momento Tsai se virou e encarou Chao.
Chao simplesmente parou. Seu objetivo era abalar psicologicamente Tsai, mas ao ver a expressão do rosto de Tsai, a raiva que ele pensava que ela expressaria não estava lá. Muito pelo contrário. Tsai estava com um rosto lúcido, calmo, tranquilo. Ela parecia que ouvia aquelas críticas e as aceitava, por mais dolorosas que parecessem.
“Quer saber, acho que é bem verdade isso, Chao. Talvez eu seja mesmo uma menina queridinha, que sempre foi apoiada pelo generalíssimo. Eu não vou tirar a razão do que você diz”, disse Tsai, calmamente, e Chou e Li nessa hora ficaram chocadas com o que Tsai dizia. Elas sabiam que nunca Tsai fora tratada diferente por ser mulher, muito pelo contrário. Ela passava por treinamentos mais rígidos do que qualquer homem sonharia em fazer. A Gongzhu prosseguiu: “Quem sou eu pra me achar? Eu sinto que sou petulante sim, preciso melhorar esse meu lado, e obrigada por ser sincero comigo. Acho que o maior problema da vida sempre foi termos certezas. Ter certeza de alguma coisa é o maior tiro do pé que uma pessoa pode dar”.
“Ter certeza de alguma coisa? Mas você tem que estar seguro do que você é capaz, Tsai! Se você não for segura no que faz, quem será?”, disse Chao, debochando, “Conversa fiada!”.
“Não é, eu não acho isso. Pois quando se tem certeza que você é o melhor em algo, você simplesmente não cresce mais. E eu quero sempre crescer. Quero sempre melhorar. Isso é o que me move para frente”, disse Tsai, tirando seu coldre e suas armas, entregando para Li, “Por isso mesmo eu aceito o seu desafio. Vamos lá”.
“Aceita?”, perguntaram Schultz e Chao, quase que falando juntos.
“Gongzhu, larga disso! Você não é nem um pouco petulante, você é a pessoa mais humilde que existe no planeta! Não cai nessa conversa!”, disse Chou, tentando convencer sua amiga.
Huang apenas observava de longe Tsai, com um olhar sério. Schultz, Li, e os outros estavam muito tensos com o que poderia acontecer ali, e, especialmente, preocupados com Tsai.
“Isso é verdade, Gongzhu! Mesmo sendo mulher você treinava até além das capacidades do que um homem poderia suportar! Você não era a melhor por piedade dos superiores. Você provou ser a melhor!”, disse Li, não aguentando ficar quieta depois de ouvir aquilo, mas tudo o que ela e Chou receberam foi um sorriso tímido de Tsai, como se dissesse “obrigada pelo carinho”.
“Eu sinto muito se eu passei a ideia de ser petulante. Como eu disse, é um aspecto que preciso melhorar em mim mesma. Por isso mesmo, vamos fazer como você quer. Pelos velhos tempos”, disse Tsai, “Como no tempo que treinávamos em Whampoa”.
E então, Chao correu para cima dela com o punho cerrado. Era hora da batalha.
“Você vai se arrepender, Tsai!! Eu não sou o mais o mesmo de antes!!”, gritou Chao, antes de desferir o primeiro golpe na Gongzhu.
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