Vamos fazer o destino

Ontem prestei o Enem. É parte dessa minha tentativa de querer enfim ter as rédeas da minha vida (usando a nota do Enem para entrar na USP). Vou confessar que foi bem mais difícil do que eu imaginava.

A prova tem 90 questões, e em cada pergunta de português tem um texto diferente pra cada questão. Não é um texto para ser usado em três ou quatro questões. E isso torna a prova ainda mais cansativa. A gente sai de, sei lá, um texto clássico e vai para uma poesia pós-moderna. O cérebro dá um nó. E as opções de resposta são todas com um palavreado elaborado, tinha até palavras ali que eu nunca tinha visto na vida.

Eu lembro de ter prestado o Enem quando mais jovem, e não lembro de ser assim tão difícil. Parece que a importância da prova cresceu, e a dificuldade também.

O curioso é que o local da minha prova foi a escola onde eu estudei a primeira série! Que coisa doida voltar para esse lugar depois de mais de vinte e cinco anos! O local estava bem diferente, mas muitas memórias ali brotaram enquanto caminhava na escola. E lembrei de quando eu tinha meus sete anos de idade e voltava pra casa para assistir meus tokusatsus na TV Manchete.

Foi uma prova muito cansativa, em um dia muito cansativo. E cheguei aborrecido em casa, como eu sempre ando chegando quando tenho que sair de casa no meio dessa pandemia interminável.

Eu tenho um vaso aqui onde eu cultivo hortelãs e capim-santo para fazer chá. Tudo bem que ambos não estão grandes o suficiente para fazer chá, mas por conta dos ventos fortes desse verão maluco, o vaso caiu lá de cima da sacada do meu quarto e se espatifou no chão do quintal ontem. Sabe quando você fica se dedicando meses e meses cuidando, regando, com todo o carinho, e do nada você tem a péssima sensação de quando é tudo destruído subitamente?

Pra variar minha mãe também não ajudou, e ficou o dia inteiro emburrada. Será que ela não consegue entender o tanto de pressão que ando sentindo? Fiquei pensando no vaso o dia inteiro, e hoje de manhã foi a primeira coisa que fiz: comprar um vaso novo para replantar o que sobreviveu.

Será que é isso que eu preciso repensar na minha vida? Ser como essas plantas que conseguem ser bem mais fortes do que eu mesmo depois de se quebrarem?

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