Fuvest e Enem prestados por um trintão.

Ontem e hoje prestei a segunda fase da FUVEST, o vestibular para entrar na Universidade de São Paulo. Eu sinceramente não pensava que passaria para a segunda fase. Eu não estudei, e acertei pouco menos da metade das noventa questões. Eu também me cadastrei pra prestar o ENEM, mas como eu já disse antes, a Covid me derrubou um dia antes do segundo dia de prova, e eu perdi a prova.

Eu estava bem desesperançoso sobre o resultado da FUVEST. Tudo bem que eu me cadastrei como categoria escola pública (porra, ter sobrevivido a essa merda enfim trouxe uma vantagem), e o curso não era dos mais concorridos. Farei Letras, português e coreano. Por que coreano? Porque é difícil, oras.

Ok, nem tanto. É porque faz parte dos meus planos de deixar esse país governado pelo presidente Sonorabo e ser do "mundo", como eu sempre sonhei quando era criança. Ou talvez ser de Seul, casado com uma coreana gatinha tipo a Choi Soo-young, Park Shin-hye ou a Seo Yea-ji que ultimamente ganhou meu coração, hahaha.

Mas as duas experiências me deixaram com visões bem diferentes. Primeiro que eu não achei a FUVEST tão difícil como foi quando prestei quando tinha 17 anos. Tirando os conhecimentos bem específicos como matemática ou física, de resto eu achei numa dificuldade bem aceitável. Havia uma dificuldade, óbvio, mas não era algo absurdo de difícil ou cansativo demais. História, geografia, e português eu praticamente gabaritei. O calcanhar de Aquiles foi mesmo matemática, química, física e um pouco de biologia. Especialmente pois nesse último tinha caído uma pergunta sobre plantas que eu havia estudado em um canal de ciências no YouTube e eu consegui a proeza de respondê-la errado.

Eu fui prestar a Fuvest muito com uma mente de que eu iria conseguir. Pensando positivo, que tudo daria certo, e que a prova não era um bicho de sete cabeças. Meditei enquanto aguardava o momento de entrega das provas, então na hora de responder eu estava com a mente afiada e limpa. Claro que eu adoro estudar, e mesmo durante todo esse tempo depois que terminei meus estudos eu continuo me informando, lendo, e acho que a maturidade também trouxe uma segurança a mais.

Quando eu tinha meus dezessete anos achava estranho esse conceito de ter uma "vivência". Mas hoje, sei lá, depois de prestar esse exame, acho que entendo melhor. Parece que a nossa biblioteca mental aumenta, não sei explicar. Por isso mesmo, não deixe nunca de estudar. Não importa o que seja: lembre-se que cada conhecimento é uma filosofia. E quando você expande, e vê tudo o que existe ao redor desse assunto, um mundo vai abrindo. Você pode começar estudando, sei lá, pipas. E vai entrar na história, na física dos ventos, no uso militar e até científico... E ao dominar o conhecimento ao ponto de ser uma "filosofia", vai ver que todo o conhecimento da humanidade está interligado. O que é muito doido.

Mas o que foi de empolgação na FUVEST, foi de frustração no Enem.

Não apenas por eu ter ficado doente no dia anterior e perder a prova, mas pela dificuldade absurda da prova. Eu nunca imaginei que seria assim. Quando prestei o Enem, há quinze anos atrás, foi bem mais de boa. O problema é que o exame cresceu, e virou a porta de entrada para diversas universidades do país, e por conta disso a prova também teve que ter sua dificuldade aumentada.

Afinal, o Enem serve de parâmetro ou nota extra tanto para entrar em um ITA super conceituado e difícil da vida, como numa UniNada da esquina da sua casa. Teoricamente é de se esperar essa dificuldade.

Mas o Enem é uma prova muito cansativa. São, sei lá, noventa questões, e pra cada pergunta tem um texto diferente para ser analisado. Você luta pra entender o que o Drummond falava na poesia dele, e depois cai em um artigo da revista de fofocas Ti-ti-ti. Uma questão tem um texto saído do jornal Folha de SP, e na próxima um trecho de Brás Cubas. Seu cérebro dá nó. E isso multiplicado por noventa.

Eu lembro que eu saí com dores de cabeça do Enem. Foi horrível. Acho que o que me salvou foi a redação.

Até mesmo nas perguntas de inglês, eram de uma dificuldade absurda. Nem na Fuvest encontrei perguntas assim tão complicadas. O Enem é muito frustrante, cansativo, e espero que nos próximos anos melhore isso. E isso porque eu nem prestei a prova das exatas. Se nas matérias que eu me sentia mais confortável eu acho que acertei quase nada, quem dirá as que eu não sabia?

Mas passou, vamos torcer para que eu nem precise da nota do Enem, e que dê tudo certo na Fuvest. Eu acho que fui bem nessa segunda fase. Mas o resultado mesmo é só daqui a um mês. 

Aguardemos com aguardente.

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