A pandemia não esperou.
A pandemia aconteceu. E apareceu quando ninguém esperava que fosse acontecer. Ninguém esperava. E eu olho as fotos de antes, tudo parece um mundo tão distante. Parece que 2019 foi há dez anos atrás. Ver as pessoas juntas sem medo, sem doença, parece uma utopia.
Como nada acontecia? O que era aquele mundo? Realmente não havia nada de coronavírus?
É quase como um contador. Eu olho a foto e aparece lá, cinco de agosto de dois mil e dezenove. Faltavam duzentos e trinta e dois dias para o início fim. Contagem regressiva para o fim do mundo. E tudo estava bem. Não havia nenhuma ameaça, nenhum sinal, nada visível.
A pandemia não esperou a pessoa parar de fumar. A pandemia não esperou a pessoa terminar de pagar a dívida. A pandemia não esperou o casal ter um novo encontro. A pandemia não esperou que o bebê nascesse.
Um dia um filho da puta trouxe essa bosta da Itália. Mas a culpa obviamente não é dele, o governo poderia ter feito alguma coisa. Mas não fez (e continua não fazendo).
E no meio disso tudo a gente vê como a gente é frágil. Onde não podemos fazer nada. Exceto talvez viver cada dia de cada vez. Não deixar de fazer as coisas que preencham nosso coração, pois o vírus pode estar bem ali na esquina.
Ajudar o próximo. Deixar de fazer o que o presidente quer, que é espalhar o ódio. Elogiar as pessoas, lhes dizer o quanto elas lhe são importantes. Festejar junto, mesmo que apenas por uma mensagem. E acreditar que talvez isso vai acabar um dia.
E nunca esquecer isso, para pelo menos avisar os que virão depois da gente a entenderem a dor que sentimos hoje, e tentar fazer com que isso nunca mais se repita no futuro.
Comentários
Postar um comentário