Shadow of the Tomb Raider (2018)

 

No final do ano passado foi quando botei as mãos no Rise of the Tomb Raider, o segundo da sequência desse reboot da série Tomb Raider. Eu adorei o jogo, joguei muito, e estava muito curioso para jogar o fim da trilogia. Em janeiro a PSPlus, o serviço para assinantes do Playstation, ofereceu o jogo para os assinantes. Porém tive que devolver o PS4 pro meu irmão, mas quando ele me emprestou de novo, pude enfim concluir essa mais nova trilogia da Lara Croft!

Embora eu estivesse bastante empolgado — especialmente no começo, que se passa em Cozumel, no México no meio do Dia de los Muertos — não demorou muito para que o jogo se mostrasse muito arrastado. É curioso ver como todos os acertos do anterior foram riscados desse game.

Muita gente reclama de não ter novas habilidades, mas isso acho que é uma das coisas que menos a gente pode reclamar. A Lara agora consegue mergulhar (foto acima), coisa que ela não fazia em nenhum dos outros dois games. Ela agora também tem um rapel, ela estica a cordinha e desce, podendo se balançar. Existem flechas alucinantes, onde a gente pode envenenar os inimigos para atirarem entre si, e umas novidades stealth, como a Lara usar lama para se confundir com o terreno.

Uma coisa que eu gostei muito também foi o tema. No primeiro game era a lenda de Yamatai, uma mítica cidade provavelmente localizada no Japão. No segundo temos a russa Kitej. Nesse terceiro, Lara encontra a lendária cidade Inca perdida de Paititi (foto abaixo), escondida nos confins da floresta, onde os Incas ainda estão vivos e mantendo suas tradições, longe da influência e protegidos do mundo exterior. Eles são alvo da Trindade, a organização do mal, lideradas pelo Dr Dominguez, buscando um artefato: a chave de Chak Chel, uma adaga maia capaz de mudar o destino do mundo a quem possui-la.

O que o jogo peca mesmo é em ser arrastado em diversos momentos. Nos dois games anteriores havia uma diversidade bem grande de cenários, muita ação intercalada com puzzles, e como os cenários eram todos diferentes, era sempre um convite para exploração: a gente caçava bichos para fazer upgrades dos trajes, encontrava tumbas de desafio, ou mesmo só passeava curtindo a vista.

Mas nesse parece que tudo é meio copiado e colado, cenários não mudam, e mesmo a presença de animais selvagens, se limitou muito ao comecinho do jogo e depois nem é mais tão relevante. Existem poucas oportunidades de combate ou inimigos para matar na surdina, e alguns puzzles são muito chatos e entediantes. Os cenários são realmente lindos, com cenários na pegada de Macchu Picchu — aqueles desfiladeiros com cachoeiras arranhando os céus, abismos sem fim — mas se tem duas cidades com muita pouca coisa pra se fazer é muito.

Apesar de arrastado, pelo menos é menor que os outros games. Antes de jogar eu tinha ouvido falar que eles haviam descaracterizado muito a Lara Croft, me disseram que ela tinha ficado super sanguinária, mas não achei isso. Ela está sim bem mais madura, não é mais a menina medrosa do primeiro game, ou a teimosa do segundo. Dessa vez a Lara finalmente ouve conselhos das outras pessoas, e cria laços fortes com alguém do local: a Urunatu, por exemplo, a matriarca de Paititi.

Também é o primeiro game a ter referências cristãs: além de incas, maias e astecas, tem uma parte forte em que é citada as tradições cristãs locais do Peru. O jogo mantém os clichês clássicos desse reboot: como humanos meio mutantes isolados, dessa vez são os Yaaxil, um bando de selvagens que moram em um templo Inca perdido, super fortes, que escalam paredes, e são bem chatinhos de matar (como os Stormguards do primeiro, ou os Deathless Ones do segundo).

Esse jogo eu decidi jogar em inglês pra prestigiar o excelente trabalho da Camilla Luddington. É ela quem atua (motion capture) e faz a voz da Lara nesse game. Ela tem um sotaque muito puxado, mas muito gostoso de ouvir. Apesar do game ser ruim, ela manteve o nível em ótimas atuações!

E, por fim, mais ou menos ali no começo do jogo a Lara tem lembranças da sua vida na Mansão Croft (foto acima)! Onde ela é criança e explora a casa cheia de artefatos arqueológicos do pai, com referência a Alice no País das Maravilhas! É um dos pontos altos do jogo, eu adorava jogar nas fases da Mansão Croft nos primeiros games, onde era apenas um cenário de teste e treinamento dos comandos do jogo, mas que facilitavam muito na hora da jornada.

O desfecho do game é outro ponto alto. Eu não gostei da batalha final no segundo game, contra aquele helicóptero e aquele monte de soldados. Mas gostei muito da batalha final do primeiro, contra aqueles seres paranormais no meio do ritual da Himiko. Nesse terceiro a batalha final é nesse estilo do primeiro, é bem divertida, cheia de magia ou coisas místicas, para fechar com chave de ouro. 

Nota: 6

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